Eleições 2014, urgente!

Há um tempo não posto nada sobre política e afins.
Então, aproveitando que domingo terá eleição (cargos importantes, aliás), gostaria de dizer algumas coisas que considero importante e serei breve:
Se você pretende votar em um candidato e ele não está “bem colocado” nas pesquisas, vote mesmo assim. As pessoas pensam  que terão seus votos “perdidos” se não votarem em candidatos que aparecem no topo das pesquisas. Enganação. É exatamente isso que as empresas realizadoras de pesquisas querem que você pense. É exatamente isso que os candidatos que contratam essas empresas, querem.
No jogo da política, existem meios e possibilidades de tirar vantagem em tudo. E a criatividade dos políticos e seus marqueteiros não tem fim.  As pesquisas são totalmente tendenciosas. E sabe-se disso tão certo como o céu é azul. Sabe-se também, que muitos políticos contratam – compram – os resultados dessas pesquisas. Para com isso, influenciar a maior quantidade de eleitores que conseguirem. E as pessoas que caem nessa são as pessoas que pensam assim: “votar em candidato fraco nas pesquisas é voto perdido”.
O voto é escolha sua e somente sua. Não venda, não troque, não empreste, não se prenda. Não pense que votará perdido se escolher um candidato que você se identifica, porém está à baixo nas pesquisas. A “subida” dele depende exatamente disso. A renovação da política depende disso.
É preciso mudar essa cultura brasileira de que não vale a pena votar, de que não vale a pena escolher um candidato “fraco na pesquisa”. E mais importante do que escolher um candidato que você se identifica, é acompanhar o trabalho desse candidato. Cobrá-lo. Fazer valer seu voto, fazer valer o salário (absurdo) que ele ganhará com seu voto. Fazer valer a democracia conquistada recentemente.
Daí eu te pergunto: vai votar no candidato que você se identifica ou vai votar no candidato que está em primeiro para não perder seu voto?

SANTA SOFIA E AGRIPA: AS PALESTRA DA NOITES

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2014.

Crônica Nº 1.263 

Cem alunos lotaram o pátio da Escola (Foto: Agripa/Assessoria)

Cem alunos lotaram o pátio da Escola (Foto: Agripa/Assessoria)

Novamente os Guardiões do Rio Ipanema ficaram honrados com mais um convite oficial da cidade. Trata-se da Escola Municipal de Educação Básica Santa Sofia, parte alta do Bairro Camoxinga. Fundada em 12 de junho de 1995, para atender a grande demanda estudantil da região, a escola tem fama de eficiência e dinamismo dos que fazem a unidade.

Fala o diretor Manoel (Foto: Agripa)

Fala o diretor Manoel (Foto: Agripa)

Trabalhando com o projeto Lagoa Viva e esbanjando compromisso com a Natureza, a Escola Santa Sofia recebeu representantes da Associação Guardiões do Rio Ipanema ─ AGRIPA e o diretor municipal do meio ambiente, Manoel Messias F. dos Santos, para duas palestras consecutivas sobre a organização da AGRIPA e sobre resíduos sólidos, por parte da Secretaria de Agricultura.

Diante de uma plateia de cerca de cem alunos lotando o pequeno pátio escolar, procuravam dar os últimos retoques, a coordenadora pedagógica Evaneide Ricardo Medeiros Alécio, as diretoras Gilcélia Gomes e Evaneide Camilo e várias professoras.

Simpatia refletida da Escola (Foto: Agripa/Assessoria)

Simpatia refletida da Escola (Foto: Agripa/Assessoria)

A palestra teve início com belas palavras de recepção por parte da coordenadora pedagógica, Evaneide Medeiros. Em seguida, o guardião Cícero Ferreira, o Ferreirinha que também é cantor e compositor, abriu a jornada com uma belíssima página musical em forma de seresta. O guardião Clerisvaldo Braga das Chagas apresentou a equipe, agradeceu a recepção e indicou o guardião Ariselmo para ministrar a palestra. Prosseguindo, o guardião, professor e escritor Clerisvaldo, distribuiu gratuitamente livros para a plateia, “Conhecimento Gerais de Santana do Ipanema”, da sua autoria.

Manoel Messias, diretor do meio ambiente, também usando o recurso de slides, ministrou sua palestra sobre resíduos sólidos. Por coincidência Manoel Messias também é guardião (atual orador da AGRIPA) além de compositor e cantor plenamente conhecido em Alagoas como “MM o Imperador do Forró”. 

Encerramento chave de ouro (Foto: Agripa/Assessoria)

Encerramento chave de ouro (Foto: Agripa/Assessoria)

A palestra foi encerrada, como a AGRIPA costuma fazer, isto é, com um espetáculo à parte com os dois cantores animando o evento, fazendo a plateia cantar e acompanhar com palmas o ritmo dos artistas alagoanos.

Registramos a presença de alunas da UNEAL que prestigiaram as palestras e se engajaram na recepção impecável e carinhosa de todos os que fazem a Escola Santa Sofia, notadamente a anfitriã Evaneide Medeiros.

ROUBANDO NOSSAS XIMBRAS

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de setembro de 2014

Crônica Nº 1.262

ÍXIMBRASantana do Ipanema toda jogava ximbra. Moda interessante que dominava as ruas sem calçamento, fazia a meninada divertir-se a valer. Praticava-se ainda o pinhão e a bola nas mesmas ruas da cidade.

O bom pinhão era feito de goiabeira pelos artesãos da periferia mesmo. Depois começou a aparecer belos pinhões torneados a que chamávamos “pinhão de praça”. Eram vendidos na “Casa Imperial” de Seu Piduca, no Comércio. Mais tarde essa mesma casa implantava a moda de belos ioiôs coloridos. Vendia ximbras também, a princípio, lisas em variadas cores; depois coloridas e cada vez mais aperfeiçoadas e atraentes, incentivando jogo e coleção. Nunca chamávamos a ximbra de bola de gude. Seu Marinho Rodrigues, pai do primeiro médico santanense Clodolfo Rodrigues, era um grande vendedor de ximbras em seu armazém de secos e molhados no antigo “prédio do meio da rua”. Ficávamos admirados diante do grande frasco transparente cheio de bolinhas multicores, de vidro. Seu Marinho, homem muito alto e forte, metia a manzorra na boca do recipiente e com satisfação imensa nos passava a mercadoria tão cobiçada.

XIMBRA iiEm toda a extensão da Rua Antônio Tavares (antes Cleto Campelo) a sair no final do Bairro São Pedro, inúmeros grupos de meninos eram encontrados jogando “Papão”, brincadeira de ximbra que nos fazia cavar três pequenos buracos arredondados necessários ao mister. Parecia um imenso festival. Nossos odiados predadores era o senhor Aloísio Firmo (juiz de menor) acompanhado do soldado Genésio. Essas odientas criaturas faziam os meninos correrem para casa com o perigo iminente de tomadas de ximbras. Às vezes Aloísio aparecia montado numa burra e, o soldado, que morava próximo a minha casa, o acompanhava a pé. Era a dupla terror da criançada.

Quando medito sobre os péssimos governos que tivemos em Alagoas e em nossa querida Santana do Ipanema, concluo que apenas trocamos a idade. Deparamo-nos com outros Aloísios e outros Genésios, aterrorizando nossas purezas, matando nossa felicidade e roubando as nossas ximbras.

* Fotos: blog nananenem e retratonordeste.blog.

O SINAL E A SANTA CRUZ (Terceira Parte)

Enéas perdeu o emprego. Ficou somente alguns dias mais. Não suportando Seu Domício desabafou: “-Ô homem desligado da vida, meu Deus.” Tudo que se mandava fazer. Quando fazia, ou fazia pela metade, ou não fazia. E a resposta era sempre: “-Eu me esqueci…” Maura esperta, ofereceu-se e acabou ganhando a vaga do primo. Ativa, dedicada. Interessava-lhe aprender as coisas. O mundo vivia disso, de desenhar, moldar, modelar pessoas. 

A rua brincava de azul, de um céu do mesmo tom de antes de ontem. Sonolentas, se aquecendo ao sol as casas iam se acordando. Pouco a pouco se dissipando o frio orvalho da madrugada. Enquanto os atores do dia a dia, como se saindo da condição de imagens congeladas, pra situação de filme, como de cinema mudo. Passando cada um, pra seus velhos afazeres. Se encontrando sempre, com os mesmos. Seu Ermínio já abrira a farmácia, Cazuzinha seu assistente, vestido numa bata branca, varria a calçada. Solícito a cumprimentar dona Ismênia que passava com as filhas Isabela e Isadora. As meninas iam pra casa de dona Carmem, pra aulas de flauta doce e canto. As atenções todas convergiam pra um ponto da cidade, o comércio. Donde emanavam todas as ações e reações. A torre da igreja um lápis de cor laranja gigante desenhando um sol amarelo gelado. Os meninos no passeio, tão carentes de cores. Feito homens feitos, como que esquecidos de serem meninos. Zezé e Tião com um carro de mão, de porta em porta, a vender macaxeira. As sextas-feiras além do tubérculo, peixe. O caminhãozinho de pau, o pião, a pipa, enquanto isso dormia dentro do baú, na gaveta da cômoda, embaixo da cama, sem pressa aguardariam o chegar da tarde pra irem à forra. Zé de Paulo morava no Pedrão, fazia rosário de coco de Ouricuri pra vender no meio da feira. Meio dia quando a fome apertasse, tiraria um tostão do bolso, ia a tolda de Seu Antonio da Garapa comprar pão e suco de anilina. As estripulias do Mateu, a fazer com que sorrisse um sorriso azul de pão doce. Rosa de Zefinha fazia cocada e tapioca, vendia na porta de casa. O pano branquinho de dar gosto bordado com duas flores vermelhas cobria a boca do pote. Donde repousava um copo de estanho verde. 

Osvalinda era amiga das duas moças que moravam na penúltima casa da Rua Nova. Amigas de irem pra igreja todos os domingos. A ponto de despertar a curiosidade por parte das mais velhas: “-Amância vamos botar cuidado nessas meninas.” Osvalinda irmã de Petronilia que todos chamavam de “Lia”. E dizia a amiga: “-Minha mãe acha você tão bonita.” Seu Tibúrcio barbeiro, pai de Osvalinda e Alcantina, dividia um salão com Seu Thomaz Doroteu. Manoel Porcino trabalhava no Serviço público, na inspeção sanitária. Antes somente na capital do país Rio de Janeiro, e em São Paulo existia. Getúlio Vargas presidia a nação do Brasil. Sendo um homem de visão, ampliou o setor de saúde pública estendeu pelo país inteiro. As inovadoras descobertas dos médicos sanitaristas, Osvaldo Cruz e Carlos Chagas precisavam chegar aos mais longínquos sertões. O combate a malária no norte, a varíola no sudeste. A doença do “barbeiro” campeava nas humildes casas de taipa no meio da caatinga. A picada fatídica do inseto a ceifar vidas de tantos bravios sertanejos. Missão árdua do agente de saúde, a tentar conter o avanço da doença, tendo que ir de casa em casa. Mal entendido por uns, enxotado, ou recebidos com porta na cara e ameaças de morte por outros. A exercerem fielmente seu serviço, se submetiam a humilhações. A ganharem apelidos, servindo de chacota até em marchinha de carnaval.

“A Carrocinha pegou três “Barbeiros” de uma vez/Se ouvir a tal Buzina/ Corre, corre a três por três/Traz um Balde e a Creolina / “Barbeiro” virou freguês/ do homem da Carrocinha”

Alcantina irmã de Osvalinda tinha o carinhoso apelido de “Tinô”. Berenice amiga de Alcantina era apelidada de “Caçula”, e Deolinda, amiga das duas, tinha apelido de “Lia”. “Florzinha”, filha de dona Faustina dona do “Armarinho das Flores” chamava-se Tercília, tão metida a rica, mal pisava no chão. E por isso não era amiga de ninguém. Ao cair da tarde as amigas se encontravam na casa de Luzinha, irmã de Julieta, escutavam rádio, conversavam sobre os moços que trabalhavam no comércio e na usina. Se iam a igreja, davam de olhar com desdém a roupa uma das outras. E os cochichos comiam soltam. Teve uma vez que Berenice foi só o padre sair do altar, com os corinhas pisando no seu rastro, dirigiu uns impropérios a moça do coral. Coisa de mundiça, gente invejosa. Nem uma reação da parte ofendida. Rostos pasmados de surpresa. Guardou o choro pra casa. Consolava-se a ouvir sua mãe dona Amância: “-Minha filha, Quem tem vergonha não faz vergonha aos outros.” E os insultos nunca revidados, continuariam noutra ocasião, a moça do coral indo à casa de dona “Santinha” costureira, a provar o vestido do casamento precisou passar na janela de “Caçula”. E teve que ouvir.

“Nêga do cabelo duro qual é o pente que te penteia/ Qual é o pente que te penteia/Qual é o pente que te penteia (Ondulado e permanente/ Teu cabelo é de sereia/ Misampli a ferro e fogo/ Não desmancha nem na areia)”

“Os Anjos do Inferno” haviam criado aquela marchinha pro carnaval, daquele frívolo fevereiro de 1939, amplamente tocada nas rádios. Satirizavam sendo opositores aos “Diabos do Céu”, do qual Pixinguinha fazia parte. A moça descobriu o segredo de uma vizinha, a mãe de uma, sua amiga traia o marido, justo com o cunhado. Os elogios desmedidos, intencionais para conquistá-la, e com isso conseguir seu silêncio. Pobre mulher, não sabia o mal que praticava contra si mesma. Havia um sinal para que o encontro amoroso, pudesse se concretizar sem perigo. Encima das estacas próximas da cancela dos fundos, que dava acesso a casa, havia uma porção de potes de barro emborcados. O combinado era se caso um dos potes não estivesse numa determinada estaca, o acesso, ao pé de pano estava garantido. Os encontros ocorriam à plena luz do dia. Da janela da cozinha de casa a moça percebeu tudo isso. Era carnaval, o rádio tocava outra marchinha:

“A Paraíba já não é tão boa/ Até Recife anda tão à toa/ O João Duarte ali residente/Matou o presidente, nosso João Pessoa”

Antonio Tenório era amigo de Seu Canuto, que era esposo de dona Adélia, que era mãe de “Santinha” que na verdade se chamava Maria Rita. Eram comerciantes, dos mais ricos da vila. O primeiro sobrado do comércio pertencia a eles. Noutra esquina da mesma rua tinha a loja de Maria Serafina, esposa do senhor Tercílio Firmo, amigo de Seu Alípio, ou seria o contrário? Dizia minha vó que eles vieram de Pernambuco, começaram com a venda de café e bolo, aos mangaieiros, no meio da feira. “-Benza-os Deus! Como prosperaram.” Luzinha, Terezinha e Julieta, três irmãs, também pernambucanas, costuravam pra fora. Vizinhas que eram da casa da mãe da moça do coral, que sabia dos encontros dos amantes, e do sinal. De lá, a mulher percebera que eram vistos doutro quintal.

Seu Antonio e Seu Canuto se encontraram na casa de Sebastiana que por encomenda, torrava café. Conversaram bastante. Conversa vai e conversa vem. Deram de falar sobre o sonho e o suposto, porem não concretizado, atentado contra sua vida. Seu Canuto aconselhou o amigo ir até a Bahia. E procurasse um homem sabido pelo nome de Zé da Cruz. Seria a pessoa certa pra decifrar o sonho que tivera no dia que Manoel morreu no velório. Ia o dia declinando sobre o cheiro de café torrado. Se despediram os amigos: “-Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!” “-Para sempre seja louvado!”

Fabio Campos

ALAGOAS NO SEU DIA

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2014.

Crônica Nº 1.261

D. JOÃO VI AJUDOU NA EMANCIPAÇÃO

D. JOÃO VI AJUDOU NA EMANCIPAÇÃO

Hoje Alagoas comemora o dia da sua Emancipação Política; fato que mereceu páginas e páginas de luta, trabalho, sofrimento e heroísmo pelos seus habitantes do litoral ao sertão.

Mesmo antes da sua data magna esse estado já apresentava indícios de prosperidade e desenvolvimento em algumas áreas, inclusive na economia e na cultura.

A principal cultura alagoana sempre foi a cana-de-açúcar que exportava para a Europa e sustentava mão de obra escrava em seu território. Outros produtos também eram exportados com força menor do que o seu principal, mas marcava também seus movimentos nos pequenos portos. Fumo, milho, mandioca, couros e peles complementavam sua atividade exportadora. O pau-brasil seguia esse ritmo de envio para longe o que aqui era produzido pelo homem e pela natureza. A Mata Atlântica sentia o alucinante ritmo dos machados na sua madeira nobre para os tablados dos navios.

Sermões, poesias e folclore eram praticados, escritos e publicados, principalmente na atual cidade de Marechal Deodoro e Penedo, por conta dos padres franciscanos.

Os movimentos acima se aproximaram e conseguiram criar a comarca de Alagoas em 9 de outubro de 1710. Esse ato régio, porém, só seria cumprido de fato em 1711 quando da sua instalação.

A prosperidade de Alagoas foi reconhecida pelo governador de Pernambuco, em 1730, em seus escritos ao el-rei. Alagoas contava com dez freguesias e quase cinquenta engenhos, coisas que rendiam bem para a situação da coroa portuguesa.

Em 1770 foi incrementada a cultura do algodão e, Alagoas também passou a fabricar tecidos com esse produto. Penedo e Porto Calvo fabricavam panos que serviriam para os escravos da terra.

Na parte cultural, tivemos a primeira obra publicada de um alagoano. Tratava-se de um livro de poesia e sermões que em 1754 foi lançada em Lisboa pelo Frei João de Santa Ângela.

Em 1816, a população de Alagoas estava registrada em 89.589 pessoas.

Após a Insurreição Pernambucana, Alagoas libertou-se de Pernambuco em 16 de setembro de 1817.

OS CORREIOS EM SANTANA DO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2014

Crônica Nº 1.260

Foto: Clerisvaldo

Foto: Clerisvaldo

Prestando relevantes serviços ao município de Santana do Ipanema, os Correios, tudo indica, foram à primeira repartição federal a impor argumento que a vila necessitava. A cadeia e a igreja faziam com que uma vila merecesse atenção das autoridades e seus habitantes sonhassem com o progresso. Assim, Santana do Ipanema, que possuía sua capela desde 1787 e depois sua cadeia na Rua do Sebo ─ tempos depois chamada Cadeia Velha ─ complementou o seu trio com a repartição Correios, instalada em 1869.

Os seus serviços vêm, portanto, dos tempos de uma época difícil, em grande parte pelo atraso dos transportes e estradas.

Foi de uma importância ímpar a instalação do telégrafo por essas bandas, principalmente quando usado no combate ao banditismo entre 1920 e 1940. Esse meio de comunicação passou a ser um grande aliado das forças volantes que peregrinavam nos sertões perseguindo cangaceiros, notadamente, o bando de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

Na trama em que foram criados os seis telegramas mais famosos do Brasil, os Correios ajudavam definitivamente, ao governo a extirpar o mal que assolava a região. Em 1938, os seis telegramas deixaram a pequena cidade de Piranhas e ganharam o mundo.

Foi, entretanto, na gestão municipal do prefeito Firmino Falcão Filho, que os Correios ganharam um terreno medindo 40 metros de frente e 30 de fundos, situado entre a casa de Leopoldo Fernando de Oliveira e a garagem de Antônio Augusto Barros, no Bairro Monumento. Então o governo federal construiu um prédio moderno que passou a servir o município e foi inaugurado como Agência Telegráfica em 17 de setembro de 1947. Depois de amanhã, portanto, os Correios estarão completando 67 anos da sua instalação nesse terreno, conforme o Decreto nº 35 de 17 de setembro de 1947.

Sempre procurando aperfeiçoar os serviços prestados, os CORREIOS completam esse ano, seus bem vividos 145 anos no município. Parabéns a todos os que fazem essa repartição.

A Hegemonia Masculina e a Saúde do Homem

A hegemonia masculina é caracterizada por uma masculinidade idealizada, na qual, o homem é centralizador do poder e dominante sexual. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a masculinidade se constitui por crenças, atitudes, e práticas. Essa hegemonia está relacionada a um conceito arcaico do que é ser homem, onde se enfatiza a virilidade, força, resistência, moral controle e heterossexualidade.

Neste contexto de masculinidade hegemônica, as práticas de saúde são interpretados como ato de fraqueza, vulnerabilidade e feminilidade. Assim, ocorre uma resistência na procura por assistência médica. Também está associado o pensamento machista de que a busca por serviços de saúde, principalmente primário, é típico de mulher. Por outro lado, há a questão das exigências das rotinas de trabalho, fazendo com quem uma possível busca dos homens pelos serviços de saúde seja adiada.

Esta reduzida procura por serviços de saúde não é resultado exclusivo da não preocupação dos homens. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), não há disponível um programa específico de atenção à Saúde do Homem. Resultante disto, ocorre essa falha de comunicação e interação entre os serviços de saúde e o público masculino. Ainda está associado o fato de não haver uma organização e sistematização para prestar a devida assistência.

Grande parte dos homens não costumam priorizar os cuidados com a saúde e isso associado com os outros fatores da masculinidade idealizada supracitados, pode explicar o índice da procura dos homens somente por serviços de emergência. Pode-se adicionar também, o incômodo dos homens em se sentir no papel de doente, passivo e necessitado de cuidados.

A problemática sobre a Saúde do Homem é mais complexa do que parece, relacionando-se vários para sua resolução. Dentre eles, está a necessidade de capacitação profissional especializada à este público, organização do setor primário, no que se refere a estruturação das Unidades e sistematização do serviço. O interesse político é fator crucial para a resolução qualitativa e quantitativa. Porém, não se deve deixar de considerar o aspecto cultural da masculinidade, definida como enorme barreira contra mudanças.

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O PANEMA E O PINTOR DA NATUREZA

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2014.

Crônica Nº 1.259

Foto: Descrição abaixo*

Foto: Descrição abaixo*

O mestre pincelava aqui, retocava ali. Recordo com nítida clareza o quadro bucólico apreciado dos fundos das residências. Fundos das residências da hoje Rua Antônio Tavares que deslumbrava fatia urbana do rio Ipanema.

Lavadeiras pobres sob jirau de varas finas, nas areias grossas do rio seco. Palhas descoloridas pelo tempo e tecidos baratos sombreando as mulheres de cócoras à beira da cacimba.

Cem metros a montante, o botador d’água abastece as quatro ancoretas. Está ajoelhado diante da cacimba com tonel sem fundo. O caboclo vai retirando o líquido pesado com uma cuia de cabaça e passando para o funil acoplado na ancoreta. O chapéu de palha protege-o do Sol escaldante do Sertão. O jumento, ao lado aguarda pacientemente o complemento da carga e a voz conhecida do seu dono.

Ali perto, garotos jogam bola no campinho improvisado pelas últimas cheias do Panema. Lá adiante e mais acima, adolescentes caçam rolinhas que procuram a bebida dos minúsculos poços. Os garotos fazem manobras entre pedras e moitas com suas petecas improvisadas.

Uma vaca magrela muge sobre grama e ramagens.

Cavalos, burros, jumentos, pastam isoladamente presos por cordas de caroá.

Um caçador, traje em molambo, corta ao meio a paisagem bucólica com espingarda à mão.

Uma banda do céu se encurva e azula o cenário nordestino da década 1950.

O tinido do ferro na bigorna dita o ritmo do tempo no compasso que preenche o vazio do vale, do sertão, da vida encravada na simplicidade das coisas, das páginas de Deus.

Tira uma sesta o serrote do Gonçalinho, o serrote do Cruzeiro, a serra Aguda, os píncaros da Remetedeira.

O pintor vai encerrando a cena quando fiapos de brancas nuvens passam como lenços brancos, acenando para o dorso encardido do velho Panema.

* Foto histórica e rara de Laércio Luiz em:

LIMA. Ivan Fernandes. Geografia de Alagoas. 2ª ed. São Paulo, Do Brasil, 1965.

AGRIPA, AABB E ESTUDANTES ILUSTRAM TARDE SERTANEJA

Clerisvaldo B. Chagas, 11de setembro de 2014

Crônica nº 1.258

Presidente da AGRIPA, Clerisvaldo Braga Chagas, palestra na AABB (Foto: Assessoria Agripa)

Presidente da AGRIPA, Clerisvaldo Braga Chagas, palestra na AABB (Foto: Assessoria Agripa)

Em importante evento cultural promovido pela Associação Atlética Banco do Brasil – AABB, a tarde de ontem foi amplamente iluminada pelos guias do Universo.

A Associação Guardiões do Rio Ipanema, procurou honrar o convite daquela entidade, com uma dissertação singela, mas significativa, sobre sua fundação, objetivos e conquistas. Tendo como tema “AGRIPA, organização e meio ambiente”, a programação arrastou-se por uma hora e meia com o espaço lotado por estudantes de várias escolas que ativamente participaram das apresentações.

Estudantes acenam com livros distribuídos (Foto: Assessoria Agripa)

Estudantes acenam com livros distribuídos (Foto: Assessoria Agripa)

A mesa foi composta pelo presidente da AABB local, Sebastião Malta; gerente do Banco do Brasil, senhor Alexandro; presidente da AGRIPA, Clerisvaldo Braga das Chagas e demais guardiões. A organização dos trabalhos ficou a cargo do presidente da SWA, José Malta Fontes Neto. A plateia estava composta de estudantes representando as escolas da cidade: São Cristóvão, Santa Sofia, Iracema Salgueiro e Senhora Santana. O povoado Areias Brancas se fez presente com a escola Nilza Nepomuceno Marques, bem como o povoado São Félix, com sua escola João Francisco Cavalcante. Ainda representando a região rural de Santana, participou a escola Sônia Pereira (do Serrote do Amparo). Todas essas unidades estavam cuidadosamente guiadas por seus diretores ou representantes, mestres e mestras, que sem esforço algum apresentaram uma conduta madura, irrepreensível e digna dos maiores elogios.

MM Imperador do Forró, Ariselmo e Clerisvaldo (Foto: Assessoria Agripa)

MM Imperador do Forró, Ariselmo e Clerisvaldo (Foto: Assessoria Agripa)

Sebastião Malta, presidente da AABB e, Alexandro, gerente do Banco do Brasil, discorreram sobre o evento, a tradição dessas organizações e a importância do meio ambiente no mundo moderno. Em seguida o presidente dos guardiões, Clerisvaldo Braga das Chagas, apresentou os membros da AGRIPA e ministrou palestra a respeito dessa organização em favor da Natureza. Em seguida, slides sobre AGRIPA foram apresentados tendo como fundo musical a música O Xote dos Guardiões, da autoria do cantor e compositor guardião Ferreirinha. Prosseguindo os trabalhos, o escritor Marcello Fausto recitou sobre o rio Ipanema, sendo após, a palavra franqueada. O também guardião e escritor Clerisvaldo B. Chagas, distribuiu gratuitamente o livro da sua autoria à plateia nota 10, “Conhecimentos Gerais de Santana do Ipanema”. A AABB, através do seu presidente Sebastião Malta e com apresentação de José Malta Fontes Neto, sorteou entre os presentes 15 livros como brindes da Associação Atlética, também do escritor Clerisvaldo B. Chagas: “Ipanema, um rio macho”, um paradidático completo sobre o rio Ipanema.

Luciano Teixeirinha, MM. Imperador do Forró e Ferreirinha (Foto: Assessoria Agripa)

Luciano Teixeirinha, MM. Imperador do Forró e Ferreirinha (Foto: Assessoria Agripa)

Mais uma vez o presidente da AGRIPA agradeceu a todos e encerrou a programação com um mini show dos cantores e compositores Ferreirinha e MM o Imperador do Forró, mais Luciano Teixeirinha.

A AGRIPA estará se apresentando no dia 17 na Camoxinga dos Teodósios, no dia 19 na Escola Santa Sofia e depois, guiando os alunos do CRAS a um dos pontos aprazíveis do rio Ipanema. Prevista palestra também no povoado Areias Brancas.

HELENA BRAGA EXALTA O FOLCLORE BRASILEIRO

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de setembro de 2014

Crônica Nº 1.257

Foto: Clerisvaldo Chagas

Foto: Clerisvaldo Chagas

Mais uma vez a Escola Estadual Helena Braga das Chagas, no Bairro São José, em Santana do Ipanema, homenageia o Brasil. Desta feita, os seus estudantes capricharam na apresentação folclórica que ocupou a manhã e à tarde de ontem, na referida escola.

Com orientação do corpo docente, as turmas iam apresentando seus trabalhos, enquanto os aplausos aconteciam misturados à chuva fina do “casamento da raposa”.

Foto: Clerisvaldo Chagas

Foto: Clerisvaldo Chagas

Os trabalhos em pauta contemplavam todas as regiões brasileiras com seus mitos, lendas, ditados, artesanato, culinária, música e muito mais. Foi apreciado o jogo de pinhão, amarelinha, brincadeira de anel, Saci Pererê, levantamento de arraia (pipa) e até mesmo músicas e vídeos de autores da terra, como Ferreirinha, Arli Cardoso, Zé de Almeida, Dênis Marques e outros.

Os alunos da Helena Braga já vinham trabalhando arduamente para esse dia de apresentação, fazendo com que os professores pudessem coroar essa importante atividade sobre as nossas raízes. Algumas manifestações praticamente estão desaparecidas em nossa área física, mas serviram de pesquisa e meditação como o reisado que muito contribuiu com as festas do interior e da capital de Alagoas.

Foto: Clerisvaldo Chagas

Foto: Clerisvaldo Chagas

Devido à inconstância do tempo, as apresentações aconteceram num espaço pequeno, mas o bastante para que se notasse a satisfação de todos por conta da alegria que preencheu o lugar.

O diretor da unidade, professor Marcelo André Fausto Souza, mostrava-se contente e elogiava a atuação dos seus comandados que assim motivavam a juventude do Bairro São José rumo à cidadania. A professora Maria Vilma de Lima, também ex-diretora da Escola Helena Braga dizia: “Temos condições de caprichar cada vez mais, para seguimos sempre na vanguarda da escola pública em Santana do Ipanema”.

O diretor Marcello Fausto complementou dizendo: “É assim que eu quero a nossa escola: professores competentes, motivados e alunos felizes com seus mestres, com seu estabelecimento, com o ensino de qualidade”.