OS PÉS DE JULIETA

A história de que mentira tem pernas curtas, quem somos nós pra refutar tal adágio. Podemos sim arvorar-nos na premissa, que a dita cuja talvez tenha sim, quanto ao mentiroso, nem sempre. Consideremos a existência de variado tipo de mentiroso. Existindo inclusive aquele que não convence nem a si próprio. Caso engendre-se nossa história de fantasiosas lucubrações. Deixaremos a cargo de quem lê-nos os auspícios das próprias conclusões.

O matuto verdadeiro. O homem do sertão com suas particularidades. Em essência é aquele que vive matutando. Se entre um colóquio e outro dá de falar de alguém que já passou dessa pra melhor, costuma dizer “-Que Deus tape as “oiças” lá onde ela estiver, pra não ouvir o que hei de dizer a seu respeito!” Julieta tinha nela dois defeitos. Pernas curtas e tortas, por conta de uma poliomielite, e mentia que era uma beleza. Num tempo que a gente haveria de chamar tempos idos. A ilustre figura, juntamente com sua família, fora vizinha de minha vó materna. Julieta era assim, cabocla, criada com leite de cabra. Nascida nas brenhas do sertão de Belém do Cabrobó. Trazendo no sangue linhagem Iatê-Tapuio. Da calada da noite tirou a cor dos cabelos, da casca do angico tirou a morenês da pele. Apesar do nome de personagem do clássico literário inglês uma Tiêta agrestina. Aliás, depois de saída da infância, assim que se entendeu de gente, Julieta dedicou-se com ferocidade de animal predador, a caçar o seu Romeu. Arremedo de pavão, bonita somente dos pés pra cima, ao atingir maturidade, buscou com sagacidade um homem pra chamar de companheiro. Desde a infância tornou-se amiga dos familiares de minha vó. Vizinho naquele tempo era adjetivado de “parede e meia”. Os matutos do mato, aos poucos iam se chegando a urbanidade. Atraídos pela concentração de luzes dos quixós, quando a copa da noite dava a cobrir o vilarejo. E as casinhas de taipa iam sendo construídas umas encostadas nas outras, pareciam meninos buchudos quando iam pra feira. Tímidas se espremiam na barra da saia da cidade.

Animado, igual pinto no lixo, assim se apresentava o sertão naquele ano. As promissoras trovoadas vieram no tempo certo. E o dezenove de março chegou encimado na carroceria dum caminhão Ford. E lá foram pra procissão, e a última noite do novenário das festas de São José da Tapera. Dona Amância, sentada na calçada da comadre Aurélia botava cuidado nas meninas. Os corrupios eram como chamavam o carrossel. Uma sombrinha gigante girando alucinadamente. Um engenho de cana adaptado, movido a tração humana, remetia no ar meia dúzia de moleques afoitos sentados em cadeirinhas. Nos apoios das mãos, patinhas grosseiramente pintada. Uma ruma de gente regozijava só de olhar. Jamais se atreveria a tal aventura! Melhor era mesmo olhar! Lá vinha o Mateu, mais enfeitado que santa cruz de beira de estrada. Estalando um relho, assoprando álcool, num apito de caçar “Fogo-pagô” enchia o oco da noite de lúgubre silvo. Jovens casais tentavam a sorte num Laça-laça enganoso. Tacos de madeira que não se deixavam laçar facilmente exibiam cédulas tentadoras. Uma estranha pescaria, peixinhos feitos de lata de óleo, enterrados num tacho cheio de areia. Se pescados a cauda exibia um número que indicava o prêmio ganho: um sabonete “Alma de Flores”, uma calunga de pano, uma carteira de cigarro Astoria, Chesterfield, Continental.

Depois de muita correria, os meninos dirigiam-se pras barracas de comidas, iam recuperar o gasto energético. E das algibeiras de seus calções tiravam suas tão bem guardadas moedas. A menina antes de sair de casa, praticamente implorara: “-Ô mãe! A senhora não tem tanto dinheiro! Me dê uma moeda!” E se fartariam de pão doce com suco composto de mel, groselha ou caldo de cana, rolete de cana num gancho de catingueira, a desbotar os dentes. A luz dos caandeiros alumiava as prendas do leilão: uma ancoreta de cachaça, frangos fritos, vários perus na pena. Um luzeiro mais potente, abastecido com óleo diesel, garantia claridade pra imagem do santo e pro altar. A missa campal elevava aos céus, hinos de louvores ao santo padroeiro. O cântico glorioso se diluía na fumaça dos estrondosos estampidos dos bacamarteiros. E os foguetes subiam deixando pra trás um rabo de fogo. E o fedor de pólvora esturricava nas ventas do trio de zabumbeiros.

Julieta era irmã de Zefinha costureira. Na noite da festa do padroeiro, as meninas conheceram um rapaz que ficou interessado por uma delas, que infelizmente não fora nossa personagem. Então ela armou seu laço de língua. Teria dito à irmã, que sua amiga tinha arranjado um noivo na festa e que ela providenciasse a confecção de um vestido bem bonito para um próximo encontro, que haveria entre eles. O tecido foi providenciado, o cochicho correu solto. O nome do suposto namorado também foi inventado, um padeiro da panificação São José, sem nada saber entrou na história de cochicho de mulher mexeriqueira. Numa tarde em que estavam brincando Julieta confidenciou à amiga: “-Minha amiga! Como você tem pés tão bonitos! Já os meus…” Doeu até hoje, nada podia fazer.

E o sol depois de um dia de trabalho. Cansado e enfadado, começou a escorregar por detrás das telhas dos quixózinhos, dos cristãos, cristãozinhos! Daquela terra de Deus, meu Deuzinho! Zé Costa chegava por ali, se constava na beira do fogão de lenha de minha vó. Davam de iniciar uma prosa morna, cheirando a milho assado. E iam molhando as palavras com café quente. E falaram de Mariazinha coitada que tinha asma. E estudavam: Mariazinha, Julieta, a sua melhor amiga, e uns meninos dos Abreus, outros do Gavião e do Pedrão. Um dia chegou uma professora nova, pra conhecer seus alunos inquiriu-os. Dirigindo-se a um deles perguntou: “Qual é a sua graça?” Todos riram. Não sabiam o que significava “Sua graça”. Mariazinha cansada, cansada: na hora de soletrar, soletrava: “C-a: cá, c-é: cé, c-ó: c-ó…Ô Julieta? Como é essa aqui pertinho do cú? Zé Costa e minha vó riam, e riam, a balançar a pança como fazia padrinho Pizeca.”

“- Ô Zé! Por acaso, tu soube da história que lá no grotão, no olho d’água, depois que anoitece, deu de aparecer aos homens, uma mulher nua, que vai tomar banho? Dizem que o cabelo é tão grande, mas tão grande, que passa das suas partes! Mas ninguém consegue se aproximar, ela simplesmente some.” Não sabia dessa história. Sabia de outra mais interessante: “-Tá correndo por aí uma história de, Ave Maria! Ave Maria! (se benzia) De Lampião. Mês passado, o bando do cangaceiro andou por aqui perto, passou no Capim e teve no barraco de Zé Banca, se abasteceu de um tudo. O bandido deixou o homem quebrado. Foi embora, mas deixou um recado, que o vendilhão, não dissesse (não “dixésse”, era assim que pronunciava) pra ninguém que ele tinha passado ali. Mas foi só o bando sair do seu terreiro. Correu Zé Banca, foi dizer ao delegado. Ah! Minha filha! Lampião quando soube, voltou lá no Capim, e praticou miséria. Zé Banca coitado foi amarrado num pé de babão. Deram uma pisa de urtiga no cabra, nu. Pra encurtar a história cortaram a língua do desinfeliz, e enfiaram no fiofó do miserável!” -Vixe Maria! “

Julieta ficou velha. Também velha tornou-se sua melhor amiga. Um dia, velhinhas tornaram a se encontrar. Na casa da viuvez da amiga, se encontraram. Aquela que arranjou namorado na festa de São José. Namorado de mentira que se tornou verdade. Agora tudo era motivo de risos. Com aquele, a amiga constituiu família, tiveram filhos. E tornaram a ri, riram, e riram lembrando de Mariazinha, que era doente de asma, que não sabia soletrar o c-a: cá! Mariazinha que já morrera. E padrinho Pizeca que ria tanto a balançar a pança. E se despediram, sem saber Julieta que era a última vez que via a melhor amiga.

Fabio Campos

ESCOLA HELENA BRAGA NO OCO DO MUNDO

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de junho de 2014

Crônica Nº 1.206

FOTOS DO HELENA 020

FOTOGRAFIA DO HELENA II 016Ontem, nos turnos matutino e vespertino, os estudantes da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas caíram no oco do mundo. Usando o projeto didático pedagógico: “Estudando a Cultura dos Países Participantes da Copa do Mundo 2014”, os alunos daquela unidade educacional, disseram bem das ações do Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE.

Começou muito cedo a animação escolar, com as diversas turmas mostrando o que cada país representado na copa tem como atrativo em seu território. Culinárias, músicas, danças típicas, aspectos paisagísticos, dados históricos e geográficos, tudo foi esmiuçado pelos estudantes sob os olhos atentos de professores e orientadores.

Com o aproveitamento de países de todos os continentes ─ menos a Antártida ─ no Brasil, os alunos caíram no oco do mundo no sentido de pesquisas que enriqueceram de conhecimento a si e aos companheiros que encheram as salas da Escola Helena.

Após as apresentações e a merenda, os estudantes deixavam a unidade iniciando recesso relativo aos jogos da Seleção Brasileira de Futebol.

FOTOS DO HELENA 016

À medida que os alunos se retiravam, ficava o vazio nas salas de aulas ornadas com motivos da copa. Cartazes das apresentações, traços de tintas, eco de palavras… Deixavam professores, funcionários e direção com o orgulho do dever cumprido nessa fase cultural/festiva.

FOTOGRAFIA DO HELENA II 017O diretor da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, professor Marcello André Fausto Souza, dizia se sentir feliz em dirigir a escola do Bairro São José que tanto cooperava com diversas comunidades, até mesmo do Bairro Barragem e fatia da zona rural. “Sinto-me completamente satisfeito dirigindo a escola que leva o nome da minha saudosa e querida professora de infância, Helena Braga”. E ainda complementava o diretor: “Em ver os alunos progredindo, a escola completamente conservada após reforma que aconteceu a mais de um ano, um corpo docente focado e coeso na missão do Ensino… Muitas vezes me emociono e agradeço a Deus a confiança em mim depositada em comandar e elevar esse educandário à sociedade alagoana”.

Com a chegada do recesso, todos os que fazem a Escola Helena Braga das Chagas ficaram com o peito azul, branco, verde e amarelo, após uma excursão pensativa pelo OCO DO MUNDO.

ESCRITOR, PREFEITO E AGRIPA NO MEIO AMBIENTE

Clerisvaldo B. Chagas, 09 de junho de 2014

Crônica Nº 1.205

11 -AGRIPA NO POÇO.

Na tarde da última sexta-feira houve um grande movimento sobre ecologia no município de Poço das Trincheiras, Alagoas. A coordenadora do meio ambiente Maria Aparecida Wanderley de Brito culminou os seus movimentos com uma caminhada de alunos, pelas ruas da cidade, seguida por carro de som e grande animação do alunado. Dirigida a caminhada em direção ao clube de cultura, ali, professores e alunos, encerraram as atividades do dia, em cima da hora do jogo do Brasil. Mesmo assim os alunos não arredaram pé e assistiram à palestra sobre o meio ambiente, com ênfase para o rio Ipanema, ministrada pelo escritor alagoano Clerisvaldo B. Chagas, representando a Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA.

03 - AGRIPA NO POÇO.

Naquele momento, os guardiões Cícero Ferreiro Barbosa e Manoel Messias F. Santos, também cantores e, dando apoio ao escritor guardião Clerisvaldo B. Chagas, ilustraram a palestra cantando o “Xote dos Guardiões”, página musical representativa da entidade, e outras relativas ao tema dos festejos.

05 AGRIPA NO POÇO.

Com o clube completamente lotado, falou também encerrando o evento, o prefeito Gildo Rodrigues, numa tarde inspiradíssima e repleta de jovens. Gildo fez questão de exaltar o rio Ipanema, curso d’água que banha em Alagoas as cidades de Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras e Batalha, cujo nome também influiu na segunda. Disse dos tempos em que o rio abastecia a população e os tempos de hoje, esquecido por causa da água do rio São Francisco.

O intercâmbio cultural estabelecido entre AGRIPA e prefeitura do Poço das Trincheiras, trouxe luzes à juventude e, outros eventos poderão acontecer para enriquecer mais culturalmente as cidades sertanejas.

10 - AGRIPA NO POÇO.

Em breve o escritor Clerisvaldo B. Chagas estará lançando seus últimos três livros naquela bela cidade interiorana.

Encerrado o evento no Poço das Trincheiras, os guardiões Ferreirinha e Manoel Messias, comemoraram no salão de festas de Santana, quando esses representantes da AGRIPA comandaram um grande show à Rua Delmiro Gouveia.

* Fotos de Ferreirinha.

ARMAZÉM USINA: AGRIPA EM NOITE DE ÊXTASE

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de junho de 2014.

Crônica Nº 1203

Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net

Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net

Durante a premiação do Instituto do Meio Ambiente – IMA, aos destaques do ano, em relação ao meio ambiente, a Associação Guardiões do Rio Ipane-ma deu um verdadeiro show à parte e que roubou todas as cenas daquela noite festiva. Apenas quatro entidades ou pessoas iriam ser premiadas na noite de ontem – dia do meio ambiente – quando de repente vem à surpresa de que um grupo de pessoas do sertão alagoano com a denominação de AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, ganha destaque natural.

Naquela noite de gala, no Armazém Usina, Bairro de Jaraguá, em Maceió, com toda a organização dirigida para os prêmios destaques, constavam inúmeras autoridades alagoanas de reconhecido prestígio. Após a abertura dos trabalhos e homenagem especial ao seu dirigente, foi chamada para a entrega do prêmio destaque os representantes da Associação Guardiões do Rio Ipanema. A chamada, à apresentação dos premiados, ficou por cota de Liara Lima, conhecida apresentadora da TV Gazeta de Alagoas. Ali estavam o presidente da AGRIPA, Sérgio Soares de Campos e sua esposa, pedagoga Sueli Malta de Campos; o vice-presidente Clerisvaldo Braga das Chagas e sua esposa, professora Irene Ferreira das Chagas; o orador Ariselmo de Melo e sua esposa….. Birim; o segundo tesoureiro, cantor Cícero Ferreira Barbosa; a guardiã conselheira, professora Edilma Gomes e a guardiã, professora Maria Lúcia Barbosa.

Chamados para o recebimento do prêmio, dirigiram-se ao palco Sérgio Campos, Clerisvaldo Chagas e Ferreirinha. Sérgio agradeceu o reconhecimento alagoano, erguendo bem alto o troféu; Clerisvaldo pincelou algumas curiosidades em linguagem poética ao rio Ipanema e, Ferreirinha recitou o Xote dos Guardiões. A plateia, desacostumada com sertanejos no foco, aplaudiu delirantemente os guardiões.

Após as premiações, os guardiões do rio Ipanema, novamente alegraram o salão em um movimento incomum de fotos com várias personalidades da noite, roubando todas as cenas somente para eles.

Foi solicitado do escritor Clerisvaldo B. Chagas, os livros “Ipanema um rio macho” e “Lampião em Alagoas”, para a Biblioteca do IMA, o que foi concedido na hora. Liara Lima fez elogios aos guardiões e anunciou para breve a reporta-gem da TV Gazeta, sobre o rio Ipanema, no programa Terra e Mar.

A Imprensa virtual santanense, sob a batuta de Lucas Malta, do site “ala-goasnanet”, deu toda a cobertura, assim como outros segmentos da imprensa alagoana presentes, o que deixou os guardiões completamente em casa.

Ainda em êxtase pela retumbante vitória em Alagoas, os guardiões retor-naram a Santana chegando às quatro horas da madrugada.

Logo mais à tardinha, o escritor Clerisvaldo B. Chagas estará ministrando palestra em clube cultural na cidade de Poço das Trincheiras e levando parte dos guardiões para a logística do evento.

Copa do Mundo é tolice

copa
A copa do mundo é desnecessária em um país como o Brasil. Durante esse evento, a mídia irá manipular a população dizendo que precisamos “passar uma boa imagem do país”. Mas para quê tentar passar uma imagem de uma mentira? Para quê fingir que temos coisas que não temos? Para quê viver de aparências?
O caminho para uma boa imagem do país não seria através de um evento bilionário que está beneficiando um seleto grupo de empresários. Esse não é o caminho para que o Brasil tenha um bom semblante no exterior. É certo que o setor do turismo será valorizado, mas não ao ponto de fazer com que a Copa seja bem-vinda.
O Brasil precisa ser bem visto em outros aspectos, como a economia, a diminuição da desigualdade social, serviço de saúde qualificado, valorização da educação, transporte público eficiente, etc. Resumindo, o Brasil está muito atrasado em todos os critérios de desenvolvendo e em prestação de serviços públicos.
Não sou contra o esporte, aliás, gosto de futebol. Apenas sou contra essa farsa de Copa do Mundo no Brasil. Contra essa corrupção que cerca obscuramente toda a ideia criada sobre a Copa. “Os estádios estão prontos, só falta criar um país em volta deles”. Vi essa frase em algum lugar e achei uma das mais geniais da história.
Infelizmente, as manifestações do ano passado não serviram para muita coisa. Foram uma fase, um impulso passageiro da juventude. Sem falar no fato que só foram legítimas durante um breve tempo, logo foram roubadas.
O Brasil precisa de outros investimentos, de uma nova infra-estrutura geral, modernização, avanços em pesquisas científicas, igualdade na oferta de vagas em universidades. Enfim, o Brasil merece muito mais do que um evento pra gringo ver. Merece patriotas de verdade, e não de parasitas manipulados gritando “é gol”.

NOITE DE GALA: HOMENAGEM À AGRIPA EM MACEIÓ

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de junho de 2014

Crônica Nº 1202

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Logo mais à tardinha, membros que fazem a Associação Guardiões do Rio Ipanema, estarão se deslocando à capital. É que às 21 horas o Instituto do Meio Ambiente, de Alagoas, realizará a sua festa destaques do ano, evento que será dirigido no Bairro Jaraguá. A AGRIPA, será uma das homenageadas pelo IMA, tendo em vista o seu trabalho de proteção ao meio ambiente, com ênfase para o município de Santana do Ipanema, capital do sertão alagoano.

Representação da Imprensa virtual santanense seguirá com a comitiva dos guardiões, como a do site “alagoasnanet” que há muito vem acompanhan-do esse movimento de vanguarda.

A Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA, nem completou ainda um ano de sua existência e já está sendo reconhecida pelos relevantes serviços prestados ao meio ambiente, pelo IMA, organização máxima no estado.

Seu nascimento aconteceu no dia 10 de agosto de 2013, e vem funcionando provisoriamente na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José. Sua diretoria é composta por pessoas que trabalham normalmente e resolveram doar um pouco do tempo por uma melhor qualidade de vida do povo santanense. Estão à frente da AGRIPA, o servidor público Sérgio Soares de Campos (presidente); o escritor Clerisvaldo B. Chagas (vice-presidente); a professora Maria Vilma de Lima (secretária); o ambientalista Manoel Messias F. dos Santos (2º secretário); o diretor de escola, Marcello André Fausto Souza (tesoureiro); o cantor e compositor Cícero Ferreira Barbosa (2º tesoureiro) e o diretor de escola Ariselmo de Melo (orador), diretoria provisória.

O Conselho Fiscal é composto pela guardiã: Maria Joana da Conceição (agricultora e presidente de comunidades); e pelos guardiões: Jessé Alexandre Barros (funcionário público); e Maria Edilma Gomes (professora e poetisa).

Os guardiões do rio Ipanema têm como patrono o ecologista padre Cícero Romão Batista e, como símbolo, uma cabocla sertaneja conduzindo água do Ipanema, na cabeça, em pote de barro, com rodilha de pano. O seu símbolo homenageia a bravura da mulher sertaneja pela sobrevivência, tendo sido extraído como inspiração da capa do livro “Ipanema, um rio macho”, do escritor Clerisvaldo B. Chagas com desenho do artista plástico Roberval Ribeiro.

Os guardiões, além de outros benefícios, conquistaram junto aos poderes legislativo e executivo, o “Dia do Rio Ipanema”, que será comemorado anualmente em Santana, no dia 21 de abril.

AGRIPA E CRAS REALIZAM ENCONTRO EDUCATIVO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de junho de 2014

Crônica Nº 1.202

Agripa

Guardião ferreirinha fez apresentação com seu violão (Foto: Agripa)

Precedendo o jogo da Seleção Brasileira, e na Semana do Meio Ambiente, representantes da AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, estiveram durante a tarde desta terça-feira (3) em uma das unidades do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, no Bairro Camoxinga. Convidados para uma palestra aos jovens orientados para a vida, os guardiões discorreram sobre a Associação de defesa do meio ambiente, especificando sempre o rio Ipanema.

Para uma plateia de adolescentes e orientadores, como Nariely Nobre Nicolau da Silva e Quitéria, falaram os guardiões Sérgio Soares de Campos, Clerisvaldo Braga das Chagas, Marcello André Fausto e Cícero Ferreira da Silva, o Ferreirinha. Após os pronunciamentos formais dos visitantes, o cantor e compositor Ferreirinha, alegrou a tarde cantando o “Xote dos Guardiões”, música representativa da Associação que muito diz sobre o mais importante rio do sertão alagoano. Os juvenis acompanharam a composição batendo palmas à melodia empregada pelo poeta guardião.

Foto: Agripa

O professor e também guardião Marcelo Fausto, passou um pouco da experiência (Foto: Agripa)

A orientadora Nariely, falou sobre o trabalho que é feito naquela unidade, sendo sempre indagada pelos guardiões.

A AGRIPA considerou a tarde abençoada e muito proveitosa com a simbiose acontecida.

Esteve prestigiando a palestra dos guardiões, a professora Sueli Malta F. Campos, coordenadora pedagógica do Município de Santana do Ipanema.

Foto: Agripa

Escritor Clerisvaldo também participou do evento (Foto: Agripa)

A Associação Guardiões do Rio Ipanema, também recebeu convite da Secretaria Municipal de Educação, para fazer parte da Comissão Técnica para elaborar o Plano Municipal de Educação, enviando dois dos seus membros para a citada Comissão.

Guardião Sérgio Campos levou experiências para os alunos (Foto: Agripa)

Guardião Sérgio Campos levou experiências para os alunos (Foto: Agripa)

Sexta-feira próxima, o escritor e guardião Clerisvaldo B. Chagas, estará na cidade de Poço das Trincheiras para ministrar uma palestra sobre meio ambiente e rio Ipanema. Outros representantes da AGRIPA darão apoio em mais essa jornada, como Sérgio Soares de Campos, Ferreirinha, Marcello Fausto e Manoel Messias, além da imprensa, através do site Alagoasnanet.

Foto: Agripa

Foto: Agripa

Os membros da AGRIPA já foram avisados que receberão outro convite para nova palestra em um estabelecimento de Ensino de Santana.

Entretanto, a próxima semana será de muita cobrança às autoridades. Afinal, para frente é que se caminha.

ONDE ESTÁ O AMOR A TERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2014

Crônica Nº 1.201

CORAÇÃODentro da lógica “só se ama o que se conhece”, focamos às nossas escolas brasileiras lembrando o Projeto Rondon. Um projeto criado para que estudantes de uma região conhecessem outras regiões do país e com elas fizessem intercâmbios culturais. O nosso país é imenso e, são muito grandes as diversificações, embora a língua portuguesa com seus vários sotaques nos mantenha unidos. Se todos os brasileiros tivessem oportunidades de conhecer o seu país, a discriminação, por certo, seria reduzidíssima.

Entretanto, tudo deve começar dentro de cada município. Demonstrando a realidade do território de Santana do Ipanema, como exemplo, deveria haver semanalmente, deslocamento de turmas de alunos de certa escola para conhecer o restante do município. Temos a região serrana onde as crianças nascem crescem e estudam em cima das serras, Estas escolas deveriam passear constantemente para ver novas realidades, tanto em outras serras quanto na baixada. Os estudantes da serra do Poço, Gugi, Caracol, Camonga e outras, iriam conhecer a baixada como Olho d’Água do Amaro, Samambaia, Pedra d’Água dos Alexandres… E vice-versa, orientados por equipe de professores que exigiria depois, trabalhos e discussões do que viram. Como podemos cobrar do aluno o amor ao seu município se ele não o conhece. Não se ensina a história municipal, a geografia com seus acidentes e economia, não se faz uma única incursão… Como essa realidade pode mudar?

Por outro lado, a falta de criatividade, conhecimento e mesmice, faz com que continuemos numa escola do passado. Quando surge alguma boa ideia, logo é atropelada pelo desânimo da “falta de condições das autoridades”. E o mestre que não é mestre de nada, não procura outras alternativas para realizar o que idealizou, desanimado com o enfado de cada dia.

O resultado é que o aluno se torna adulto e até precisa trabalhar em outra região do país, mas nem sequer identifica a história, a geografia e os hábitos do seu município, somente os poucos quilômetros quadrados do bairro ou do sítio em que nasceu.

Um dos grandes resultados da ignorância, também se reflete na política quando a população exige dos seus dirigentes honestidade e amor a terra. Ora se eles nada conhecem, ONDE ESTÁ O AMOR A TERRA?

30 Maio

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ACEITA UMA FRECHADA?

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de maio de 2014

Crônica Nº 1.200

Foto: Agentes da História e Resistência Verde

Foto: Agentes da História e Resistência Verde

“Uma flecha é um projétil disparado com um arco. Ele antecede a história e é comum a maioria das culturas.

Uma flecha consiste de uma haste longa e fina, com seção circular, feita originalmente de madeira e agora também de alumínio, fibra de vidro ou de carbono.

Ela é afiada na ponta ou armada com uma ponta de flecha em uma extremidade, dispondo na outra de um engaste (nock) para fixação na corda do arco. Pontas de flecha são disponibilizadas em uma variedade de tipos, adequando-se ao uso que será feito da flecha, seja desportivo, caça ou militar. Próximo à extremidade posterior da flecha são colocadas superfícies de estabilização que constituem a empenagem da flecha, a fim de ajudarem na estabilização da trajetória de voo. Geralmente em número de três, as penas são dispostas ao redor da haste formando um ângulo de 120º entre si. Nas flechas modernas as penas são fabricadas em plástico e afixadas com cola especial.

Artesãos que fabricam flechas são conhecidos como “flecheiros”, termo relacionado à palavra francesa para flecha, flèch

Conforme a flecha voa em direção ao alvo, sua haste irá entortar-se e flexionar de um lado para o outro, lembrando um peixe debatendo-se fora da água e caracterizando um fenômeno conhecido como paradoxo do arqueiro.

O equipamento, espécie de coldre ou estojo, usado para carregar as flechas usadas pelos arqueiros desde a mais remota antiguidade é chamado de aljava”.

Mas o povo brasileiro gosta de inventar palavras e associar situações. Conheci um sujeito, humorista por natureza, que bebia cachaça. Quando dava a sua hora de enfrentar o copo, dizia para os amigos: “Vou ali tomar uma frechada”.

Mas flechada de verdade ainda existe no Brasil moderno. Bem que o protesto dos índios em Brasília foi uma coisa inusitada. Devidamente caracterizados e pintados para a guerra, misturaram-se a outros descontentes e não foram ouvidos pelas autoridades. Deu no que deu.

Perambulando entre um prédio público e outro, os indígenas foram atacados pela cavalaria. Índio é bicho disposto, tome flechada num cavaleiro que talvez se julgasse do Apocalipse. Vai para o hospital o infeliz varado na coxa, pensar porque atacava os indefesos. Índios contra a cavalaria numa cena tipicamente urbana, e flechadas das boas repercutiram pelo globo.

Isso faz lembrar o tempo em que certo governador de Alagoas, mandou que a cavalaria massacrasse os professores diante do palácio, educadores que apenas queriam dialogar com ele. Os castigos de Deus não tardaram e ainda hoje o ditador sofre às consequências.

O meu compadre quer ser índio explorado, policial metido à besta, professor insatisfeito ou governador padrão bufa?

A única saída desse quadrado, amigo, é esquecer tudo. Vamos comigo, comemorar 1.200 crônicas escritas para o mundo! ACEITA UMA FRECHADA?

29 Maio

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REFLETINDO NOS CAÇUÁS

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2014

Crônica Nº 1.199

Foto: Blog o Sarrafo

Foto: Blog o Sarrafo

“Na mitologia de vários povos, os primeiros seres humanos foram criados a partir de elementos da natureza, como argila e areia.

Um antigo povo da América do Sul, os tiahuanacos, acreditava que o deus Wiracocha teria emergido das águas do lago Titicaca para criar o primeiro casal humano.

Um mito da Indochina conta que os primeiros seres humanos viviam em um paraíso, podiam voar e conversar com os animais e as plantas. Lá havia ferramentas que trabalhavam por eles e sua única obrigação era alimentá-las. Mas houve uma vez em que os seres humanos não cuidaram das ferramentas. Elas então castigaram os homens, fazendo-os trabalhar na Terra para sempre.

Um mito africano, dos povos iorubas, conta que Obatalá criou os primeiros seres humanos modelando-os em barro. Foi o sopro do deus Olodumare, porém, que deu vida a eles.

Já no chamado Antigo Testamento, um conjunto de livros sagrados para os judeus e que também faz parte da Bíblia dos cristãos, há uma explicação para o surgimento dos seres humanos. Segundo a narrativa bíblica, tudo o que há na Terra foi criado por Deus.

As explicações mitológicas influenciaram as tradições e os costumes de muitos povos. Nelas os seres humanos teriam sido criados com a mesma aparência de hoje, sem passar por transformações ao longo do tempo. Tais explicações também são chamadas criacionistas”. (VAZ, Maria Luísa & Panazzo, Sívia. Jornadas.hist. 2. ed. São Paulo, Saraiva, 2012. Pag. 41).

Ao longo da vida conheci e conheço muitos que poderiam achar simpáticas às teorias da origem do ser humano; além de simpáticas, divertidas até. Para esses o que não pode ser divertido é à saída do homem da Terra. “Que ingratidão de Deus! Depois de se roubar tanto e oprimir com arrogância do próprio sangue, não poder levar o que arrebanhou”. Na linguagem chula, basta um dinheirinho a mais, um carguinho ou a menor vaga da carreira política: os homens cagam dinheiro e as mulheres mijam loção.

De bolso liso, sobe ou desce o defunto safado, mas não tem muita certeza de como subornar o fisco dos céus ou as catervas de satanás.

Ô povo besta da peste!