Caso Gil da Funerária: Defesa sustenta inocência no homicídio contra empresário Defesa pede condenação dos réus apenas no crime de destruição do cadáver de Gilmário Alencar dos Santos.

Lucas Malta / Da Redação

19 jul 2023 - 14:12


Advogado Marcus Mousinho usou maior parte do tempo da defesa (Foto: Diogo Cavalcante / Alagoas na Net)

Após a tese acusatória, feita pelo Promotor de Justiça e os advogados de assistência, coube aos advogados de defesa abrir a divergência dos debates, no segundo dia do Tribunal do Júri dos réus José Henrique Queiroz e Bruno Barbosa, acusados de matar o empresário Gilmário Alencar dos Santos, popularmente chamado de Gil da Funerária, crime ocorrido em fevereiro de 2021.

Como foram três defensores, o primeiro advogado a usar da palavra foi o advogado Herofilo Ferro, afirmando o seguinte: “Queria que o delegado estivesse aqui. Me perdoe a ausência, mas dizer que elucidou o crime rapidamente? Este crime é muito complexo”.

O advogado também trouxe aspectos da vivência da família dos réus nos presídios. O defensor reforçou o que já havia dito ontem, ao afirmar que este seria um “Júri de Perdedores”, no qual tanto a família da vítima quanto dos acusados tem prejuízos.

“Uma coisa me chamou atenção quando cheguei, vi uma grande mobilização midiática. Notei uma padronização de protestos. Notei camisas, faixas, outdoors. Em 2021 só houve esse crime do Gil? Quantos ‘zés’, quantas marias, quantos pretos morreram em 2021”, falou.

Ferro foi rápido e em seguida passou a palavra para a advogada Keyla Carvalho, responsável pelo réu Bruno Barbosa. Ela pediu isenção dos jurados. “Não ouçam só a acusação, não ouçam apenas a defesa, que julguem com ponderação”, solicitou.

Advogado Herófilo Ferro (Foto: Diogo Cavalcante / Alagoas na Net)

Coincidentemente, Carvalho também falou do testemunho de Gustavo Xavier. “O delegado falou da participação de todos no crime, mas em nenhum momento disse que o Bruno participou do homicídio. Ele não pode ser julgado por esse fato. Ele sim, confessa que participou da queima do cadáver”, afirmou.

O último advogado de defesa, que usou maior parte do tempo foi Marcos Mousinho. Ele revelou que já estive do outro lado do Júri e afirmou: “Acusar é muito fácil. Usar da palavra, dizer que fulano e cicrano é culpado, que as provas estão nos autos”.

Em contraposição as falas do advogado Raimundo Palmeira, na parte da Acusação, Mousinho declarou que não faria uma defesa baseada na emoção. “Aqui vou trazer pontos do caso”, iniciou Mousinho, ao falar sobre detalhes do dia do crime.

Foto: Diogo Cavalcante / Alagoas na Net

O advogado trouxe aspectos técnicos, como o rastreamento dos celulares dos envolvidos, para reforçar sua tese. Ele sustentou firmemente a versão dada por José Henrique, de um falso sequestro, supostamente planejado pela própria vítima.

“Ele [José Henrique] sempre me trouxe que nunca participou de homicídio nenhum. A ideia sempre foi o falso sequestro”, asseverou Marcus Mousinho. O defensor também rebateu a acusação de que Henrique teria furtado os objetos da vítima.

“Se ele furtou [a corrente e outros objetos] e no dia 24 pra o dia 26, se ele teve condições de esconder os pertences, por que diabos ele não escondeu a arma? Porque, a meu ver, ele não pegou esses objetos”, declarou.

Mousinho bateu bastante na tecla do suposto falso sequestro. “Não houve planejamento para o homicídio. O planejamento era o falso sequestro, para aquisição de dinheiro fácil”, enfatizou.

Após as falas da defesa, o júri foi pausado para o almoço e vai retornar em breve.

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