Festival Yá Dandara leva oficinas e feira de artesanato ao Museu Theo Brandão dia 25 Em comemoração ao aniversário do primeiro maracatu feminino de Alagoas, evento gratuito terá 8 atrações culturais das 14h às 20h, como a Orquestra de Tambores e a Escola de Samba Girassol, além de coco e samba de roda

Assessoria

21 nov 2023 - 12:45


Foto: Assessoria

Há um ano, da inquietação da musicista Dani Lins nascia o primeiro grupo de maracatu exclusivamente feminino de Alagoas: o Yá Dandara. A comemoração desse marco acontecerá no próximo sábado (25) com o primeiro Festival Yá Dandara, no Museu Theo Brandão, das 14h às 20h. Com entrada gratuita, o evento terá programação diversificada para todas as idades. Oito grupos musicais afro-brasileiros se apresentarão no palco externo do museu, onde também haverá oficinas, feirinha de artesanato, bazar e praça de alimentação.

A programação será aberta pelas oficinas, das 14h às 15h. A oficina de turbantes será ministrada por Tereza Olegário e a de pintura facial afro infantil, para as crianças, será facilitada por Diana Vasconcelos. O batuque e a dança ficam por conta da Orquestra de Tambores de Alagoas, do Samba de Roda Posu Beta, Escola de Samba Girassol, Banda Afro Oyámesan, Coco de Roda Comunidade Azul, Coco das Aqualtunes, Banda Afro Dendê e do próprio Maracatu Yá Dandara.

O festival, que destaca a força feminina e do povo negro em Alagoas, terá um momento de “femenagens” a mulheres com história de trabalho e luta pela cultura do povo preto. Serão femenageadas a mestra Zeza do Coco e a Mãe Mirian, ambas Patrimônio Vivo de Alagoas; a secretária da Mulher e Direitos Humanos de Alagoas, Maria José da Silva; a artista Leide Serafim; e a museóloga e diretora do Museu Theo Brandão, Hildênia Oliveira.

Haverá bendição com a curandeira Dona Fátima da Silva, uma das anciãs do maracatu Yá Dandara, e apresentação do filme etnográfico “Sou uma mas não sou só”, de Sarah Dias, produzido como Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Sociais da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).

“Temos bastante história para contar desse primeiro ano. Foram muitos desafios e também conquistas alcançadas, e agora temos ainda mais desejo de nos fortalecermos enquanto coletivo e de expandir o movimento aqui no estado, reforçando a luta pela valorização da cultura afro-alagoana e o empoderamento das mulheres também nos espaços artísticos e culturais”, afirma Dani Lins. “E vamos aproveitar esse momento festivo tão bonito para lançar o nosso Manifesto Yá Dandara”, conta.

No evento, expositores negros vão comercializar artesanato e moda; e a praça de alimentação terá comidas típicas como acarajé e bobó, opção vegana, doces, drinks e cerveja artesanal. O grupo também promoverá um bazar para arrecadação de fundos para ações culturais. As atrações estão no perfil @maracatuyadandara, no Instagram.

O Festival Yá Dandara conta com o apoio do Museu Theo Brandão e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Histórico do grupo – Terra de Aqualtune, Dandara e Tia Marcelina, Alagoas não tinha um grupo de maracatu exclusivamente feminino. Desse desejo de abrir caminhos para um cortejo só de mulheres passar, nasceu o Maracatu Yá Dandara. A proposta partiu de Dani Lins, que lançou o desafio de realizar uma oficina para treinar e convocar mulheres ao Mestre Wilson Santos – percussionista alagoano, líder da Orquestra de Tambores de Alagoas.

Da primeira oficina, em outubro de 2022, nasceu a primeira formação do grupo, que logo foi convidado a participar da programação de aniversário de 112 anos do Teatro Deodoro, onde o Yá Dandara foi oficialmente lançado no dia 15 de novembro. Nesse primeiro ano, já participou de importa
ntes eventos do calendário cultural de Maceió, como o Baile Vermelho e Preto, a Bienal do Livro, e, mais recentemente, o Vamos Subir a Serra, o IV Congresso de Pesquisadores Negros do Nordeste (Copene) e o cortejo à Serra da Barriga neste 20 de novembro.

Na língua Iorubá, “Yá” significa mãe. “E Dandara foi escolhida para nos batizar pelo simbolismo dessa líder guerreira, de quem se fala tão pouco. Quisemos ‘femenagear’ essa força feminina que foi Dandara”, finaliza Dani Lins.

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