Filho de Corisco e Dadá: “Chamo meus pais de cangaceiros, jamais de bandidos” Santanense Silvio Hermano de Bulhões concedeu entrevista ao portal UOL, durante lançamento do seu livro de memórias, na Bienal do Livro de Alagoas.

Lucas Malta / Da Redação com UOL

28 ago 2023 - 10:30


Sílvio Bulhões na Bienal de Alagoas (Foto: Renner Boldrino / Bienal do Livro de Alagoas / Ufal)

O santanense Silvio Hermano de Bulhões, de 87 anos, filho de dois conhecidos cangaceiros, lançou recentemente seu livro “Memórias e reflexões de um filho dos cangaceiros Corisco e Dadá”. Como o título já explica, a obra recorda vários episódios envolvendo ele e seus genitores.

A obra foi produzida pela SWA Editora, instituição genuinamente sertaneja, e foi apresentada no último dia 17 deste mês, na 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, ocorrida em Maceió.

Além das dezenas de pessoas que presenciaram a palestra do escritor, o repórter Carlos Madeiro, do site UOL, esteve no local e conversou com Sílvio sobre seu livro e suas opiniões sobre o movimento polêmico que foi o Cangaço.

“Meus pais foram fantásticos. Eles terem me doado ao padre Bulhões me salvou, só estou aqui por causa disso. Sinto-me muito orgulhoso de ser filho deles”, diz uma das falas do professor Silvio.

Para quem não conhece a história do santanense, com poucos dias de nascido Sílvio foi entregue aos cuidados do padre José de Melo Bulhões, popularmente conhecido como padre Bulhões (existe um busto dele no centro da cidade, em frente da Igreja de Senhora Sant’Ana).

Na entrevista ao portal, Silvio detalha o reencontro com sua mãe, ocorrido no ano de 1954, em Salvador. Dadá já estava casada novamente e Corisco havia falecido em 1940.

O filho criado pelo Padre ouviu da mãe inúmeras aventuras e percalços durante a vida de cangaceira. Apesar de reconhecer que os pais praticavam ilícitos, Bulhões tenta contextualizar suas ações.

“Aceito qualquer crítica filosófica a respeito do cangaço. Chamo meus pais de cangaceiros, jamais de bandidos; mas respeito quem os trata desse jeito. Eles estavam fora da lei, é verdade; mas estavam fruto de uma injustiça social do mundo em que viviam. Eles não optaram, foram forçados a isso”, declarou o docente.

Para conferir a entrevista completa de Silvio Bulhões ao UOL, CLIQUE AQUI.

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