Censo 2022: dados do IBGE revelam sexo e idade da população em AL

Nathalia Leal / Ascom IBGE

31 out 2023 - 07:00


Foto: Ilustração / Freepik

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (27), os dados referentes à idade e sexo da população para o Censo Demográfico 2022 para o Brasil, unidades da federação e municípios. Conforme o previsto, os números revelam o movimento de envelhecimento dos habitantes do país e o aumento no número de mulheres em todo o território nacional, uma tendência histórica que se acentua desde 1980.

Em Alagoas, nas últimas décadas, houve uma diminuição expressiva da faixa etária de 0 a 14 anos, que reduziu até quase a metade, desde o Censo 1980. Também ocorreu o alargamento das faixas etárias de 15 a 64, e, principalmente, na proporção daqueles com 65 anos ou mais.

Importante destacar que, durante este período, a taxa de fecundidade diminuiu significativamente em todo o país, caindo de uma média de 4,35 filhos por mulher em 1980 para 1,76, de acordo com a última projeção de 2021.

Em AL, a taxa de fecundidade no Censo 1980 era de 6,7 filhos por mulher. No ano de 2010, ainda de acordo com o levantamento censitário, essa taxa reduziu por mais da metade e passou a ser de 3,12 filhos. Para 2020, a estimativa das projeções populacionais era de 1,74 filhos por mulher. Os dados para o Censo 2022 para fecundidade ainda devem ser divulgados.

Contudo, a comparação entre as pirâmides etárias do Censo 2000, Censo 2010 e Censo 2022, a partir da nova divulgação de idade e sexo, revela a tendência de envelhecimento da população em Alagoas. O novo padrão da pirâmide etária alagoana deixa de ser o de uma base larga, que indica prevalência de jovens, e passa a apresentar a expansão do meio e topo. A mudança neste perfil implica em aspectos econômicos, sociais, e de formulação de políticas públicas que atendam ao envelhecimento da população.

AL é o segundo estado com menor mediana do Nordeste

Outro dado calculado pelo Censo 2022 é o relativo à mediana, que é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população. Em 2010, esse número era de 29 anos; em 2022, a mediana passou para a faixa dos 35 anos, evidenciando o envelhecimento expressivo da população no país na última década.

Em Alagoas, a mediana passou de 25 anos, em 2010, para 32 anos no último Censo 2022. Na região Nordeste, esse número foi de 27 para 33 anos.

Apesar do aumento da mediana, AL ainda figura entre os 10 estados com menor mediana do país, e é o 2º em menor mediana no Nordeste, atrás apenas do Maranhão.

Proporção de mulheres segue maior do que a de homens

“Ô, Maceió… / É três mulé / Pr’um homem só”. Em 1978, os versos da canção “Alagoas”, de Djavan, já anunciavam a realidade local. O cenário verdadeiro, porém, é mais ameno. Dados do Censo 1980 apontam que, nessa época, AL contava com 96 homens a cada 100 mulheres; Maceió, por sua vez, tinha uma taxa de 88 homens a cada 100 mulheres.

Mais de quarenta anos depois, as pessoas do sexo feminino ainda são maioria na capital e em todo o estado. No Censo 2022, apenas 11 dos 102 municípios alagoanos possuem mais homens do que mulheres – e, ainda assim, em baixa vantagem.

A razão de sexo é um índice calculado a partir da divisão entre a população de homens pela população de mulheres, multiplicada por cem. O dado obtido representa o número de homens que existem a cada centena de mulheres.

Em AL, os índices variam entre 101,45 para Girau do Ponciano, no Agreste; até 87,17 para a capital Maceió, que, confirmando o que canta Djavan, ocupa a última posição no ranking de razão de sexo e é a cidade com maior proporção de mulheres em todo o estado. A média geral alagoana é de 91,9 homens a cada 100 mulheres.

A tendência da redução da razão de sexo (ou seja, do aumento da proporção de mulheres) se repete em todo o país. O índice é de 94,2 para o Brasil e de 93,5 para o Nordeste. Aspectos como mortalidade por causas externas, migrações, envelhecimento populacional e longevidade podem estar relacionados à questão.

Agreste é líder no índice de envelhecimento em AL

O agreste é a região com maior índice de envelhecimento em AL. Isso significa que essa localidade apresenta o maior número de idosos com mais de 65 anos em relação aos jovens de 0 a 14 anos.

A cidade de Estrela de Alagoas é a que possui a população mais envelhecida em todo o estado: são 66,38 pessoas acima de 65 anos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos de idade. Em seguida, surgem Mar Vermelho (62,93) e Minador do Negrão (57,60).

Por outro lado, boa parte dos menores índices de envelhecimento está no litoral ou nas cidades vizinhas. O município de Roteiro tem apenas 22,9 idosos a cada 100 crianças. Maragogi, segundo com menor taxa de envelhecimento, conta com um índice de 24,3. São Luís do Quitunde e Satuba empatam na terceira posição, com cerca de 26 pessoas de 65 anos ou mais a cada 100 crianças de 0 a 14 anos.

O índice de envelhecimento de AL é de 39,3. Em 2010, este número era de 20,6.

No Brasil, o índice de envelhecimento saltou de 30,7, em 2010, para 55,2 em 2022.

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