Após discussão, criança de 11 anos mata padrasto com facada em U. dos Palmares

TNH1

30 Maio 2023 - 12:32


Ilustração (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

O homem identificado como Rafael Alves da Silva, 32 anos, morreu após ser esfaqueado no peito pela própria enteada, uma criança de apenas 11 anos, depois de uma confusão familiar na cidade de União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas, na noite do último sábado, 27. O caso foi divulgado ao TNH1 pelo Conselho Tutelar do município nesta terça-feira, 30.

De acordo com o conselheiro tutelar Alisson Pereira, a menina já esteve na delegacia depois de ser levada por policiais militares e prestou depoimento no mesmo dia do fato. Ela ficou sob os cuidados da mãe após liberação e fica agora à espera de medidas protetivas determinadas pelo Poder Judiciário.

“A menina disse em depoimento à polícia, no mesmo dia, que o padrasto estava bebendo na área de casa desde tarde, teria começado por volta das 15h. Quando foi no fim da noite, eles tiveram uma discussão. Ela disse que o homem falou mal do pai dela, já falecido, o chamando de bandido, então partiu para cima dele, e começou a bater nele. Numa ação de afastar ela, o homem teria a empurrado, fazendo com que ela caísse e batesse com a boca numa cadeira”, disse o conselheiro, conforme relato da criança.

“Após se machucar, a menina disse que foi buscar uma faca e voltou a confrontá-lo. Nesse momento, a vítima teria chamado ela de assassina, e foi golpeado no peito com a facada. Ela disse que daria o segundo golpe, mas o padrasto foi mais rápido e a desarmou. Porém, depois ele mostrou fraqueza, ficou sem forças para reagir, sendo socorrido e levado para o hospital. Tentaram ainda estancar o sangue”, continuou Alisson Pereira.

O conselheiro tutelar explicou que Rafael foi internado na unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos durante um procedimento cirúrgico realizado já no dia seguinte. “Nós soubemos da morte dele apenas nessa segunda-feira. Agora a menina está com a mãe, com medo de algum tipo de represália da família por ter feito isso, mas até o momento não houve registro de ameaça. Então ela vai ficar à espera da decisão do Judiciário que deve determinar medida protetiva”, afirmou.

O Conselho Tutelar também informou que vai apresentar o relatório para o Ministério Público e o devido encaminhamento do fato para inquérito da Polícia Civil. “Já estamos confeccionando para apresentar notícia de fato ao Ministério Público, e também vamos encaminhar o caso à Polícia Civil para a devida investigação. Uma terceira medida é pedir, ao centro de referência para crianças e adolescentes, o acompanhamento psicológico e social para a menina e a família”.

A criança, que tem duas irmãs mais velhas, não denunciou nenhum tipo de violência que teria sido praticada pelo padrasto anteriormente.

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