Marcelo Ricardo Almeida

AVALIAÇÃO ESCOLAR É UM GÊNERO TEXTUAL

Os alunos demonstram habilidades por diferentes meios. A prova, aplicada por professores aos alunos, é um gênero textual a ser estudado e compreendido.
Como se estuda qualquer outro gênero textual, a prova aplicada na escola deve ser estudada em seus diferentes aspectos. Avaliação do ensino-aprendizagem quer diagnóstica, formativa, somativa, sumativa, comparativa, por pares, ipsativa ao comparar o que um aluno sabe hoje ao que sabia antes, autoavaliativa porque o aluno investiga em si os aspectos fortes e fracos, avaliação holística, avaliação criterial, por simulação, contínua, por competência, por portfólio, por projetos etc. Ensinar a aprender (ao considerar prova como gênero textual) é saber interpretar e responder perguntas.
A escola que não ensina a aprender não garante o zelo pela aprendizagem. É o ensinar a aprender que assegura o êxito do aluno no trabalho pedagógico do professor.
Se quando não há inferência do mundo imaginário não há aprendizagem à vida humana, quando não se compreende a comunicação do texto que se apresenta a quem ler se perde no labirinto das palavras.
O texto, para quem não o compreende, é um enigma diante do qual quem ler não entende a pergunta da esfinge.
É com a Educação Viva, para além das matrizes curriculares como parâmetros conhecidos, que a aprendizagem do aluno vai mais longe. É a Educação Viva quem consegue vencer o paradigma do conteudismo em sala de aula.
A releitura e a reescrita são fundamentais à compreensão do ensinar a aprender.
Se acaso a sala de aula usar a Classificação de Bloom, antes de compreender, o aluno deve reconhecer; e, depois da compreensão, saber aplicar as ideias, os conceitos; o passo seguinte será analisar; e, depois, avaliar a informação; por fim, criar, ou seja, transformar velhos fragmentos em nova criação.
O texto só é compreensível a quem ler quando se conhece as palavras. Quando ocorre o contrário, o recomendável é a recomposição de conteúdo pedagógico.
No universo de tipos e gêneros textuais, enquanto aqueles (tipos) são injuntivo, narrativo, expositivo, dissertativo-argumentativo ou descritivo, estes (gêneros) são e-mail, resenha, blogue, diário, entrevista etc.
Os gêneros textuais e os tipos se unem quando o gênero textual artigo de opinião usa o tipo textual argumentos dissertativos-argumentativos. O primeiro alinha-se à função comunicativa do texto, o segundo associa-se à estrutura.
O tecido que se entrelaça no dia a dia escolar ocorre de maneira permanente. É na tessitura diária que se ensina a aprender.
Por meio dos diferentes textos o aluno alcança diferentes ciências. Faz parte da escola ensinar a aprender, cujo meio provável é a multiplicação da palavra.
Nunca está só a palavra senão presente a outras palavras. São as palavras que gestam diferentes comunicações textuais com características próprias.
Cada gênero textual possui sua estrutura, possui uma ordem. Há uma maneira do conto, como narrativa literária, há outra da poesia porque cada gênero textual obedece a seu contexto comunicativo. A notícia, por exemplo, que é um gênero textual, segue uma ordem, e não coincide com a receita, também gênero textual, que ensina a preparar um alimento.
O trabalho escolar, o dever de casa e a prova são gêneros textuais porque têm estruturas próprias para avaliar se quem se propõe a aprender aprende. O texto da prova não é o mesmo do dever de casa. Enquanto o dever de casa é realizado por meio de pesquisas bibliográficas, análises, resumos; a prova avalia algumas das habilidades do aluno por meio de questões objetivas ou subjetivas, ou o que é falso ou verdadeiro etc. Este modelo de gênero textual (prova) obedece a uma linguagem consolidada na prática educativa.
Identificar o gênero textual (prova) começa pela interpretação do texto que se apresenta a quem ler. Considere:
1. Comparar – relembrar outras experiências textuais;
2. Compreender – interpretar os diferentes significados de cada palavra, frase e enunciados (pontos a partir dos quais se espera haver respostas compatíveis às perguntas);
3. Associar – leitura presente às experiências anteriores;
4. Deduzir – o que o texto quer dizer;
5. Analisar – o gênero textual que se apresenta a quem lê.
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