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  • Santana do Ipanema, 15/06/2025
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Quitéria Souza

Charles III e Josimar Dionísio: O que esses reis têm em comum?

Será que o Rei ficou sabendo como os profissionais da educação desta cidade são tratados por essa gestão?

O prefeito sertanejo foi fazer uma visita a terra do Rei.
Charles III e Josimar Dionísio:  O que esses reis têm em comum? Foto: Reprodução / Redes Sociais / Prefeito Jó Dionísio

A educação é fundamental para o desenvolvimento intelectual e social de toda uma população. Vai além do ato de aprender a ler e escrever, pois forma cidadãos conscientes e preparados para enfrentar os desafios que a vida impõe.Também é a chave do sucesso profissional.

A educação brasileira é financiada por três entes governamentais: federal, estaduais e municipais. O Governo Federal criou o FUNDEB, para garantir um melhor investimento em educação. 

O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) é um mecanismo criado  para garantir a distribuição de recursos financeiros para a educação básica, especialmente para as redes públicas de ensino.

Esse Fundo é distribuído em 2 percentuais, 70% para remuneração dos servidores e 30% para a manutenção e desenvolvimento do ensino (manutenção de escolas, equipamentos, aquisição de materiais, etc).

No final de cada ano uma palavra começa a ser ventilada: RATEIO. Trata-se da sobra do dinheiro que foi aplicado ao longo do ano, ou seja, quando resta é por que os gestores não conseguiram usar totalmente o recurso dos 70%.  Alguns gestores distribuem esses valores aos servidores, em forma de bonificação, os chamados 14°, 15°e 16° salários.

Em conversa com a presidente do Sinteal Alagoas, Cristina Silva, ela explicou que alguns municípios do Sertão ainda não sinalizaram se terá essa bonificação e Olivença está entre eles.

Em paralelo a esse silêncio, chamou atenção nos últimos dias uma viagem do prefeito de Olivença Josimar Dionísio e seu tio Jocival Dionísio, secretário de educação, para a Inglaterra, a terra da eterna rainha Elizabeth ll.

No perfil oficial do prefeito ele diz que foi convidado pelo rei Charlles III para o maior evento de tecnologia do mundo e diz ser o único município de Alagoas a se fazer presente. 

Essa fala do gestor de Olivença  abre alguns questionamentos: O que levou o Rei a se interessar por Olivença?

Onde este município se destacou pra receber um convite tão importante?

A cidade de Olivença, por exemplo, não aderiu sequer ao selo Unicef.

A UNICEF, ou Fundo das Nações Unidas para a Infância, trabalha em diversos países para garantir acesso a saúde e  educação. E claramente Olivença não atendeu os requisitos das políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades sociais de crianças e adolescentes.

Os principais pontos do selo Unicef inclui: 

- Mais cuidado na primeira infância e na adolescência;

- Melhora da educação, da creche até a transição de jovens para o mundo do trabalho;

- Mais investimento na saúde física e metal de meninas e meninos; e

- Promoção de hábitos de higiene e acesso à água limpa.

Em Alagoas, 56 municípios apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida de crianças e adolescentes entre 2021 e 2024. Alguns municípios do Sertão como Carneiros, Dois Riachos, Santana do Ipanema e Senador Rui Palmeira foram contemplados com o Selo.

Um outro ponto curioso é que o município de Olivença recebeu do Fundeb quase 29 milhões de reais em 2024, de acordo com o Sinteal. Foi exatamente R$ 28.402.454,88.

Será que o Rei ficou sabendo como os profissionais da educação desta cidade são tratados por essa gestão?

Uma gestão que incide em ausência de diálogo; falta de Empatia para com os profissionais; desvalorização salarial; desmonte da carreira com os piores reajustes que já houve em Olivença; corte de 15% do salário inicial na carreira dos servidores da Educação, entre outros incidentes.

Será que o Rei quer saber como é o contraste da educação oliventina em se comparada à inglesa? 

A educação de Olivença enfrenta Infraestrutura precária: muitas escolas em Olivença sofrem com a falta de infraestrutura adequada. Isso inclui salas de aula com pouca ventilação e mobiliário em péssimas condições, transporte escolar inadequado, sucateado e sem manutençao periódica colocando em risco a vida dos estudantes.

Os alunos da zona rural de Olivença tem dificuldades ao acesso à educação devido à falta de transporte escolar adequado, principalmente os que vivem em áreas distantes. Isso impacta na frequência escolar, e compromete a aprendizagem, além de infringir a legislação no cumprimento da garantia dos duzentos dias letivos, o que considera-se não apenas um erro moral, um descaso, mas também um descumprimento com a LDB e a CF que estabelece os princípios e direitos fundamentais relacionados ao ensino no Brasil, artigo 205, 2006 e 214.

A educação na Inglaterra é uma das melhores do mundo e atende aos mais altos padrões de qualidade obrigatória para aqueles com idade entre 5 e 16 anos. O sistema educacional é composto por blocos de anos chamados Key Stages, no final de cada etapa os alunos são avaliados.

Na Inglaterra as salas de aulas são bem equipadas, com móveis adequados e espaços para o desenvolvimento de atividades pedagógicas. Em muitas escolas, há o uso de lousas interativas projetores e recursos digitais.

As bibliotecas são modernas e  abastecidas, possuem espaços de leitura e estudo, espaço de recreação, campos esportivos, onde os alunos podem praticar esportes, brincar e socializar. As escolas públicas tem uma infraestrutura externa ampla.

As escolas oferecem também refeitórios e cantinas, que servem refeições aos alunos.

O transporte escolar é realizado por ônibus regulares e as crianças e os  adolescentes podem usar transporte público regular, como ônibus urbanos  e trens para chegar à escola. Nesses casos as autoridades locais emitem passes de transporte público para os estudantes.

Os ônibus passam por regulamentação rigorosa que garante que os alunos viajem de forma segura. Também passa por supervisão e é obrigatório o uso de cintos de segurança. Os alunos seguem regras  de comportamento dentro do transporte.

Ainda na postagem, o gestor diz que iria acompanhar um aluno da cidade para um intercâmbio na capital inglesa. A ida desse aluno é algo positivo. Mas se faz necessário alguns questionamentos ao Senhor prefeito e seu tio:

- além de fazer turismo com Dinheiro público, poderia mostrar qual a realidade foi mostrada em Londres?

- Qual impacto positivo essa "viagem turística" trará para Olivença?

- Quais experiências da educação inglesa será implantada na educação oliventina e nas demais áreas?

- Se a viagem  foi realmente a trabalho, certamente os oliventinos que bancaram este "passeio", através do pagamento de impostos,  tem o direito no mínimo a alguns esclarecimentos. Qual sua opinião? 

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