Publicidade
  • Santana do Ipanema, 30/04/2025
  • A +
  • A -

Quitéria Souza

Câmara de Vereadores de Olivença pede menos sessões e menos transparência

O que esses vereadores não querem que a população saiba que está acontecendo nos bastidores da câmara?

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Câmara de Vereadores de Olivença pede menos sessões e menos transparência

É de conhecimento da população brasileira que os poderes do estado são três: Executivo, Legislativo e Judiciário. O primeiro deles é representado pelo presidente, governadores e prefeitos. No segundo estão figuras  como deputados federais, estaduais e vereadores. E o derradeiro poder é composto por  ministros, desembargadores e juízes.

No âmbito federal o poder legislativo é representado pela câmara federal e seus 513 deputados e o senado federal 81 senadores que formam o Congresso Nacional. A nível estadual  são as assembleias legislativas e na esfera  municipal, as câmaras de vereadores.

A Constituição Federal do Brasil define a separação dos poderes como um princípio fundamental para o funcionamento do Estado democrático de direito.

No artigo 2º da Constituição, assim se afirma:

"São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário."

É sabido que o Executivo tem seus aliados dentro do Legislativo, não somente para apoiar nas decisões, como também para blindar o trabalho da oposição. Não obstante, é bom frisar que o prefeito e a câmara tem que trabalhar em conjunto.

Visto que as leis aprovadas pelos vereadores e as políticas executadas pelo prefeito devem ter alinhamento para com as necessidades da população. Infelizmente, em muitas situações essa teoria não é colocada em prática.

No artigo 31 da CF diz que a fiscalização do município será exercida pela câmara municipal, com o auxílio do tribunal de contas dos estados, onde houver, ou do tribunal de contas da união.

Além dessa atribuição os vereadores também criam leis que sejam importantes para a comunidade. Através dos  projetos de lei, os vereadores sugerem, indicam, recomendam ao prefeito, seja na área da educação, saúde, segurança, transporte, entre outros.

A realidade entre as câmaras municipais de vereadores e os prefeitos nas cidades principalmente do interior não seguem  a separação de poderes. É notório que há uma  clara relação de dependência e submissão da câmara para com o executivo.

Um exemplo nítido dessa dependência é a Câmara Municipal de Olivença. No último pleito foram eleitos 9 vereadores para as 9 cadeiras no parlamento. O gestor Josimar Dionísio elegeu 06 vereadores e o seu opositor Veio Duca, 3 vereadores dentre os 9 parlamentares.

Formação das presidências

No dia 1 de janeiro, no ato da posse, foi eleito presidente da Câmara, o novato Ronny Afonso, o primeiro colocado nas eleições de 2024. Porém, o que chamou atenção foi o fato do presidente eleito, em um ato inconstitucional, já fazer de imediato uma eleição para o próximo biênio, onde nessa confusa interpretação,  elege  Valzinho do Jeci, irmão do prefeito Jó.

Ronny Afonso, então presidente, demonstrou tamanha  fragilidade e que  naquele momento ele não seria uma novidade positiva  para o povo, e sim, mais um submisso ao prefeito. No seu discurso disse que devia ao gestor o seu mandato, uma resposta clara a quem ele vai servir.

Os vereadores de situação são: Ronny Afonso, Talvane Medeiros, Valzinho do Jeci, Carlinhos Oliveira , Lucas Duda e Murilo de Agnaldo. A bancada da oposição é composta por  Ramon Menezes, que vota em algumas matérias com o governo,  Ciro Duca e Wescley Vilela. A dependência e submissão não para por aí. Na última sessão foram apresentadas três matérias para serem votadas.

Resolução n. 01/2025 que altera o regimento interno da câmara, dispondo que as sessões ordinárias sejam quinzenal, antes, semanal. De autoria dos vereadores Valzinho, Lucas, Murilo e Talvane. Somente Ciro Duca e Wescley Vilela votaram contra.

Projeto de decreto legislativo n. 01/2025 que dispõe sobre a obrigatoriedade de transmissão em tempo real das sessões da câmara. Rejeitado, deu empate e o presidente Ronny Afonso desempatou.

A Indicação n. 01/2025, de  autoria do vereador Wescley Vilela que indica ao chefe do executivo a construção de um novo cemitério para cidade, com sala de velório, cozinha, banheiro, dormitórios e estacionamento foi aprovada por unanimidade,  mas o voto dos vereadores da situação não quer dizer que são de total apoio, já que é apenas uma sugestão, e não uma obrigação. Ou seja , o prefeito pode aceitar ou não a sugestão do vereador Wescley.  Com relação  a resolução e o decreto legislativo, alguns parlamentares se pronunciaram.

Wescley Vilela, oposição  ao governo, votou contra o projeto de sessões a cada 15 dias. Segundo ele é vergonhoso e caracteriza menos trabalho, mais folgas e menos sessões na história daquele parlamento. Ciro Duca concorda com a palavra do edil, segundo ele as justificativas dadas pelo os vereadores de situação não convenceriam a população.

Ramon Menezes disse que votou a favor do projeto, mas que estará sempre disponível para qualquer sessão extraordinária.  

O decreto legislativo também foi rejeitado, ou  seja, os vereadores da base de Josimar Dionísio (com exceção e surpresa),  Carlinhos Oliveira votou a favor do decreto. São contra que a sessão seja transmitida em tempo real. 

Em conversa com os vereadores Ramon Menezes, Ciro Duca e Wescley Vilela, os edis tratam como retrocesso. Ramon disse que é a chance da população ficar mais próxima da câmara. Wescley classificou como a falta de transparência e do acesso à informação, já Ciro Duca disse ser um retrocesso, uma falta de respeito com a população. 

Este blog entrou em contato com o vereador Lucas Duda, Talvane Medeiros e o presidente Ronny Afonso, para que os vereadores explicassem se essas medidas trazem algo positivo para a população. Lucas e Talvane atenderam as ligações, mas disseram estar viajando. O presidente Ronny Afonso foi taxativo: “não irei me pronunciar”.  

Não é um fato desconhecido de que alguns parlamentares aqui citados bateram na trave e conseguiram entrar nos minutos de acréscimo do segundo tempo. O próprio grupo parecia decidir que "jogador do campo engolir". Ouvia-se muito que seria uma questão de honra tirar algumas figurinhas do jogo e aqui seguem alguns  questionamentos sobre o assunto.

O perfil dos vereadores eleitos e suas posturas na atuação continuam as mesmas que se apresentaram durante a campanha? O que esses vereadores não querem que a população saiba que está acontecendo nos bastidores da câmara? Quais projetos têm para amenizar o sofrimento da população mais carente do município de Olivença? O que fizeram pelo município além de assinar os projetos  que o prefeito mandou? O que os vereadores "perderão" se o cordão umbilical da cumplicidade com o gestor for cortado? O que está por trás de cada decisão dos parlamentares que entendem que quem manda é o prefeito? 

Vale refletir sobre isso!



COMENTÁRIOS

Quando eu crescer que ser como você! Parabéns, antenada na política em uma âmbito geral.

LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.