Marcelo Ricardo Almeida
Qual é a utilidade da rima no Natal?
Rima é a fonte ludoprimária na riqueza vocabular.
Foto: Christopher Walkey / PixabayUma escola sem utopias é uma escola incompleta. São as utopias quem fazem as escolas. Elas nascem nas aulas-assembleias nas quais teses são defendidas por argumentos.
Rima é a fonte ludoprimária na riqueza vocabular. E a vida intrauterina é o início. Não há método pedagógico de fortalecimento do léxico como uma coleção de palavras que alguém possui e a utiliza. É na repetição de fonemas (sons) o nascedouro da rima.
A fala existe graças às unidades sonoras. O fonema é a menor dessas unidades presentes em qualquer língua falada, exceto no mês do Natal que é verborrágico.
Falar uma língua está distante de saber expressar-se nela. Há um abismo entre a fala e a escrita. Não é porque se fala que se sabe escrever e usar os diferentes tipos ou gêneros textuais em comunicações escritas simples ou complexas.
O papel da escola é ensinar a escrever o que se fala. O estudo da rima na escola é o caminho para aproximar-se da escrita dos fonemas e ampliar uma espécie de dicionário particular, como adotá-lo em diferentes lugares, inclusive no Natal, com textos sociais, literários ou profissionais.
A escola é do aluno, mas antes é do professor. Quando foi que a escola perdeu a utopia? A escola perdeu o direito de sonhar ao escalar a indisciplina. O papel de quem lê e escreve vai sempre mais longe. A escola que não lê tem a cara da tragédia.
Você consegue contar quantas profissões se beneficiam da literatura? E quantas famílias são alimentadas graças ao que se reconhece como literatura? Literatura é um percurso.
Leitura de literatura é o início da utopia na escola. Na política educacional, direito de todos e dever do Estado (et alii, art. 205 da Constituição de 1988), a literatura é uma ação inclusiva. Literatura em sala de aula é um exercício de mediação da cidadania. Não literatura, por ação de quem fá-la, que se torna política; literatura é política.
Na primeira aula convém perguntar quem leu “O Alienista” ou mesmo “Teoria do medalhão” de Machado de Assis. Em “O Alienista”, o que disse o Dr. Bacamarte? “A ciência é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.” Foi suplantada com “O Príncipe” de Maquiavel “A República” de Platão? Multidão é movida por leitura de literatura sob o efeito mágico da hipnose e aponta a nova roupa do Imperador.



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