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  • Santana do Ipanema, 24/12/2025
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Fábio Leite

O que esperar de Judson Cabral na SEMARH!


O que esperar de Judson Cabral na SEMARH!
A recente nomeação de Judson Cabral para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas marca um novo momento para a política ambiental do Estado e desperta atenção especial de todos aqueles que atuam, acompanham e defendem a pauta ambiental em Alagoas. Em um cenário cada vez mais desafiador, no qual a preservação dos recursos naturais precisa caminhar lado a lado com o desenvolvimento econômico e social, a escolha do novo secretário traz consigo expectativas, responsabilidades e a necessidade de uma atuação firme, técnica e dialogada.

Judson Cabral possui uma trajetória consolidada no serviço público e na vida política alagoana, acumulando experiências que dialogam diretamente com a gestão ambiental, mesmo que sua atuação não tenha se restringido exclusivamente a essa área ao longo de sua carreira. Com formação em Engenharia Civil e passagem por importantes cargos eletivos e administrativos, como vereador por Maceió e deputado estadual, além de funções estratégicas no governo do Estado, Cabral construiu um perfil marcado pela capacidade de articulação política, conhecimento da máquina pública e vivência prática na condução de políticas públicas estruturantes. Sua experiência à frente de órgãos ligados à infraestrutura e à execução de obras também contribui para uma visão mais ampla sobre a necessidade de integrar planejamento territorial, obras públicas e sustentabilidade ambiental, evitando conflitos históricos entre desenvolvimento e preservação.

Embora não seja oriundo exclusivamente do campo ambiental, Judson Cabral chega à Secretaria de Estado com um discurso alinhado à importância da proteção dos recursos naturais, da valorização dos ativos ambientais de Alagoas e do fortalecimento da educação ambiental como instrumento de transformação social. Em um estado marcado por grande riqueza hídrica, com rios, lagoas, áreas costeiras e ecossistemas sensíveis, como a Mata Atlântica remanescente e a Caatinga, a condução da política ambiental exige sensibilidade, conhecimento técnico e, sobretudo, capacidade de diálogo com diferentes setores da sociedade.

Os desafios que se impõem à frente da pasta são inúmeros e complexos. A gestão dos recursos hídricos, em especial, exige atenção permanente, seja pela necessidade de garantir o abastecimento humano, seja pelo uso racional da água na agricultura, na indústria e no turismo. Soma-se a isso a degradação de bacias hidrográficas, o assoreamento de rios, a poluição por esgotos e resíduos sólidos e a fragilidade das matas ciliares, problemas que impactam diretamente a qualidade de vida da população e a resiliência ambiental do território alagoano. Enfrentar essas questões requer planejamento de longo prazo, integração entre órgãos estaduais e municipais e articulação com a sociedade civil organizada.

Outro grande desafio diz respeito ao enfrentamento às estiagens prolongadas, eventos extremos e aumento do risco de queimadas. A Secretaria de Meio Ambiente tem papel estratégico na formulação e implementação de políticas de adaptação e mitigação, no fortalecimento do monitoramento ambiental e no apoio aos municípios, que muitas vezes não dispõem de estrutura técnica suficiente para lidar com essas situações. Nesse contexto, a liderança do secretário será fundamental para transformar diretrizes em ações concretas e efetivas.

A relação entre meio ambiente, produção rural e uso do solo também figura entre os pontos sensíveis da agenda ambiental alagoana. Conciliar a atividade agropecuária com a conservação dos recursos naturais, estimular práticas sustentáveis, promover a recuperação de áreas degradadas e assegurar o cumprimento da legislação ambiental são tarefas que exigem equilíbrio, diálogo e responsabilidade. O desafio não está apenas na fiscalização, mas na construção de políticas que orientem, incentivem e deem suporte técnico aos produtores, evitando conflitos desnecessários e promovendo o desenvolvimento rural sustentável.

No campo urbano, a Secretaria enfrenta igualmente desafios relacionados à gestão de resíduos sólidos, à arborização das cidades, à proteção de áreas verdes e à melhoria da qualidade ambiental nos centros urbanos. A articulação com os municípios é decisiva nesse processo, uma vez que é nas cidades que muitos dos problemas ambientais se manifestam de forma mais direta, afetando a saúde pública e o bem-estar da população.

É justamente nesse ponto que a nomeação de Judson Cabral tem sido recebida com expectativa positiva por grande parte do serviço público ambiental municipal. Secretarias municipais de meio ambiente, técnicos, gestores e conselhos ambientais veem na chegada do novo secretário a possibilidade de fortalecer o diálogo institucional, ampliar parcerias e construir uma atuação mais integrada entre Estado e municípios. Uma Semarh aberta ao diálogo, sensível às realidades locais e disposta a apoiar tecnicamente os municípios pode representar um avanço significativo na consolidação da política ambiental em todo o território alagoano.

O momento exige uma gestão que compreenda que a política ambiental não se faz de forma isolada, mas em constante interação com outras áreas, como saúde, educação, infraestrutura, agricultura e turismo. Exige também transparência, escuta ativa e compromisso com o interesse público. Judson Cabral assume a pasta em um período em que a sociedade cobra cada vez mais responsabilidade ambiental, coerência entre discurso e prática e ações que gerem resultados concretos.

Diante desse cenário, a expectativa é que sua gestão consiga imprimir um ritmo de trabalho que fortaleça a institucionalidade ambiental, valorize os técnicos, amplie o alcance das políticas públicas e contribua para um modelo de desenvolvimento mais justo, equilibrado e sustentável. Que a experiência acumulada ao longo de sua trajetória no serviço público seja colocada a serviço da proteção do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida do povo alagoano.

Ao novo secretário, ficam os votos de boa sorte, sabedoria e firmeza nessa missão tão desafiadora quanto necessária. Que sua passagem pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos deixe um legado positivo para Alagoas, seus ecossistemas e suas futuras gerações.


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