Apesar da alta no consumo das famílias, endividamento e confiança dos empresários caiu em abril
Pesquisas do Instituto Fecomércio AL apontam percentuais de 2,3% no ICF; de -1,6% na Peic; e de -2,8% no Icec.

Em abril, o panorama econômico de Maceió teve crescimento de 2,3% na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), queda de -2,8% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) e recuo de -1,6% na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), ficando em 78,8% o percentual de famílias endividadas na capital. Os números resultam das respectivas pesquisas do Instituto Fecomércio Alagoas realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Confira:
Consumo das famílias
O Índice de Consumo das Famílias (ICF) é composto por sete subíndices e, em abril, todos tiveram desempenho positivo: o de Emprego Atual teve alta de 0,5%; o de Perspectiva Profissional aumentou 0,8%; o de Renda Atual apresentou variação mensal de 2,4%; o de Compra a Prazo, relativo ao acesso ao crédito, subiu 5,8%; o Nível de Consumo Atual aumentou 1,6%; o de Perspectiva de Consumo cresceu 3,3%; e o de Momento para Duráveis se elevou 2,2%.
“O comportamento desses subíndices podem estar refletindo a facilidade no acesso ao crédito, a despeito do alto preço do dinheiro, a redução sazonal das dívidas obrigatórias de início de ano e ao bom desempenho do setor de construção civil, que vem alavancando o consumo de duráveis”, explica o assessor econômico do Instituto, Francisco Rosário.
Por faixa de renda, o consumo subiu 2,33% nas famílias com renda de até 10 salários mínimos (>10 SM) e 1,73% nas com renda acima de 10 SM (˂10 SM). Na comparação anual, o segmento de menor renda teve recuo de -1,97% na intenção de consumo, ao contrário das famílias com maior renda, as quais tiveram crescimento de 11,43% no indicador.
Confiança dos empresários
Apesar de ter registrado queda em abril (-2,8%), a confiança do empresário do comércio reduziu de forma mais suave do que no mês anterior, já que em março a queda foi de -5,5%. Mesmo assim, a queda sucessiva reforça o pessimismo do empresariado nos primeiros meses de 2025.
O indicador é composto pelos subíndices Condições Atuais, Expectativas e Intenções de Investimento. No contexto mensal, o de Condições Atuais marcou 72,2 pontos, representando uma variação de -9%; o de Expectativas ficou em 126,8 pontos e crescimento de 2,6%; e o de Intenções de Investimento, com 94,8 pontos e desempenho de -4,4%.
Endividamento e inadimplência
Com 78,8% das famílias maceioenses endividadas, em abril, e considerando um aumento anual de 25,3% neste indicador, percebe-se que o maceioense vem lutando para manter o equilíbrio das contas. Reforça isso o fato de que 39,7% estavam com contas em atraso; 1,3% a mais do que em março. Porém, o volume de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas diminuiu em -9,9%, na variação mensal, e - 17,3%, na anual. “Essa diminuição pode ser vista como um sinal positivo, sugerindo que, apesar do aumento do endividamento e das contas em atraso, mais famílias conseguirão pagar suas contas”, observa Rosário.
Na percepção sobre o nível de endividamento, 18,9% das famílias se consideravam muito endividadas, 7,6% a mais na variação mensal; 28,6% estavam mais ou menos endividadas, uma redução de -12,1% no mês; e 30,9% estavam pouco endividadas, 5,9% maior; e 20,7% não tinham dívidas desse tipo, um aumento de 6,1%. “Os dados sugerem uma leve melhora na capacidade de pagamento das famílias, possivelmente devido a programas de renegociação de dívidas, melhoria no emprego ou renda, ou ajustes no orçamento familiar”, afirma o economista.
Para saber mais, confira as íntegras das notas técnicas no site do Instituto Fecomércio AL.
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