VERGONHA NA CARA

17 mar 2015 - 07:58

Foto: Google Imagens

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Clerisvaldo B. Chagas, 17 de março de 2015

Crônica Nº 1.388

Na minha terra, o Tribunal do Júri funcionava no antigo “sobrado do meio da rua”. Um sujeito fora a julgamento porque matara outro de uma surra. Com o prédio de 1º andar lotado, a defesa feita pelo Dr. João Yoyô Filho (depois juiz) argumentava que o réu não havia matado a vítima de uma pisa. A sova havia sido aplicada apenas com um simples cipozinho de catingueira (árvore nativa da caatinga). Isso foi bastante para que o funcionário do Banco do Brasil, João Farias, de pé junto a mim, na plateia, falasse para a turma de trás: “Você já viu catingueira dá cipó, seu coisa!…”.

O Brasil fica estarrecido quando um citado como suspeito de corrupção ataca a autoridade que o aponta a ser investigado. Foi o caso do ilustre presidente da Câmara, representante do povo Eduardo Cunha. O mesmo homem que requisita o meu dinheiro e o do povo para passear com a esposa por onde quiser. Uma imoralidade sem tamanho. O povo é quem precisa do salário de Cunha e suas mordomias, para passear. Um homem de bem, quando está para ser investigado afirma“Sim senhor, pois não, como posso ajudar nessa investigação?”, principalmente se for homem público. O arrogante parlamentar, com a mesma empáfia de Chavez, chama de piada e continua a debochar do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot M. de Barros. Onde existe isso no mundo? E agora, com a maior cara de pau, afirma que não têm corruptos no Legislativo. Uma desmoralização ao povo, às autoridades e ao Brasil! E ainda é aplaudido por meia dúzia de bonecos iguais a ele. Uma cuspida na cara de todos.

Ontem na televisão, em entrevista, o senhor João Pedro Stédile, coordenador do movimento dos trabalhadores sem terra, manda que o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar (Mendes) tenha vergonha na cara. Vejam só! Um cabrinha qualquer mandar um Ministro ter vergonha na cara. É ou não é fim de mundo!?

As autoridades não se respeitam mais e a cúpula da Justiça parece temer prender alguém por desacato à autoridade. É uma falta de respeito generalizada entre deputados e senadores, ansiosos por outro 1964.

Acho mesmo que o que está faltando para deputados e senadores safados é um Lampião virado na peste e um simples cipozinho de catingueira.

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