Sobe para 48 o número de mortes por diarreia em Alagoas

18 jul 2013 - 22:05


Número já é mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2012. Técnicos da Sesau trabalham para monitorar e combater a epidemia.

Gazeta

(Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Subiu para 48 o número de óbitos registrados em Alagoas por causa do surto de diarreia, segundo dados atualizados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau). Em Santana do Ipanema, Sertão do estado, o número de mortes subiu de cinco para seis, em Mata Grande, também no Sertão, de um para dois e, no litoral Sul, a Barra de São Miguel, que ainda não havia contabilizado óbitos, já registra uma morte motivada pela doença.

Com isso, o surto já atinge 26 municípios alagoanos. Segundo levantamento do Centro de Vigilância da Saúde, de 1º de janeiro até esta quinta-feira, 18 de julho, foram registrados 73.456 casos de diarreia no estado, número bastante elevado se comparado ao mesmo período de 2012, quando foram contabilizados 37.656 casos.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Sanitária Estadual, Sandra Canuto, o monitoramento foi intensificado. “Estamos buscando os registros da doença nos municípios para atuar de forma mais efetiva no combate. Para isso, técnicos da secretária estão acompanhando os casos nos hospitais e por telefone junto as secretarias municipais. Materiais para exames laboratoriais estão sendo disponibilizados e rios monitorados por conta da água. Principalmente aqueles oriundos de Pernambuco, onde houve registro de cólera no ano passado”, disse.

Inquérito Civil

Promotores dos núcleos do Meio Ambiente, de Defesa do Consumidor, de Defesa do Patrimônio Público e da Saúde do Ministério Público estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira, em Arapiraca, para discutir as causas e identificar os possíveis responsáveis pelo surto da doença.

De acordo com o MP, o promotor da comarca de Palmeira dos Índios, Izadílio Vieira, vai instaurar na sexta-feira (19), um inquérito civil para a apuração do caso. Vieira vai solicitar dados da secretaria de Saúde do município, da Casal e do exército para investigar qual a origem da água que contaminou e matou 10 pessoas em Palmeira e quatro em Estrela de Alagoas.

Na próxima semana, uma nova reunião acontecerá em Santana do Ipanema, desta vez com os núcleos do Ministério Público localizados no Sertão.

Os demais municipios que apresentam surto de diarreia são: Água Branca, Arapiraca, Batalha, Cacimbinhas, Canapi, Craíbas, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Igaci, Major Isidoro, Maragogi, Maravilha, Minador do Negrão, Olho d’Água das Flores, Olivença, Palmeira dos Índios (que apresenta situação crítica, com 8.583 casos notificados), Pariconha, Poço das Trincheiras, Quebrangulo, São José da Tapera, Taquarana e Traipu.

Outras 46 cidades estão em situação de alerta e apenas 29 são vistas como dentro da normalidade. Sobre as possíveis causas do surto, Sandra Canuto explicou que no período de estiagem, muitas famílias foram obrigadas a buscar fontes alternativas de água. “Muitas dessas fontes – cacimbas, poços, rios e inclusive alguns carros pipas – estavam com a água contaminada por bactérias e vírus, contaminando a população. O resultado foi o surto, que só será combatido com ações educativas e o tratamento dos doentes”, concluiu.

G1

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