Santana: Possível fiscalização ambiental deixa trabalhadores de abatedouro em alerta no Sertão

02 Maio 2016 - 02:29


Informações não oficiais tem circulado na cidade, mas ainda não existe certeza da data nem as localidades que podem receber as visitas indesejadas.

Um dos problemas do Abatedouro Público é estar localizado às margens do Rio Ipanema (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)

Um dos problemas do abatedouro é estar localizado às margens do Rio (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)

Trabalhadores que atuam em Santana do Ipanema, cidade do Médio Sertão de Alagoas, tem estado apreensivos com a possível chegada de mais uma fiscalização ambiental na região. O temor tem crescido nos últimos dias devido circulação de informações de que uma nova ação do IMA e outros órgãos estaria prevista para este mês de maio.

Levando em conta essas informações, a classe dos marchantes [profissionais que atuam no abate e comércio de carne] tem ficado em alerta com a possibilidade de ‘tais visitas’ provocarem o fechamento do abatedouro público de bovinos, alvo de muitas polêmicas por denúncias passadas.

O site Alagoas na Net conversou com o Secretário Municipal de Agricultura de Santana, Silvânio Oliveira, que confirmou o temor dos profissionais, mas adiantou que tudo ainda está baseado em informações não oficiais. “Há rumores sim que haverá essa fiscalização a partir do dia 9, pois alguns dos atuantes nesses órgãos estariam se preparando para se instalar aqui na cidade. Entretanto, isso não quer dizer necessariamente que Santana seja alvo”, disse o secretário.

Apesar da informação, Silvânio admitiu o sentimento dos trabalhadores. “Existe sim a preocupação dos marchantes. Eles estão inseguros, provavelmente com a interdição do abate. Isso leva preocupação para eles e para a gente”, confessou.

Perguntado sobre a atual situação que passa o matadouro público, o secretário foi direto e sem rodeios. “Com relação a localização ele está ultrapassado de acordo com a legislação, que diz que ela tem que ficar num raio de 3 km fora do perímetro urbano. Ele também está a margem do rio Ipanema, que é outro agravante. Do ponto de vista do município, é inviável fazer qualquer trabalho naquela situação”.

Para Silvânio, fazer alguma ação naquele local e com as atuais problemáticas é algo inútil, pois não satisfaria nenhum dos órgãos legais, tais como Ministério Público, IMA e outros. “Esses teriam todas as prerrogativas para chegar lá e fazer a interdição”, adianta e completa: “Intervir naquela situação, eu diria que é jogar dinheiro fora. É fazer uma despesa que não levaria a nada”.

E qual a solução?

A reportagem também quis saber qual seria uma solução paliativa para os trabalhadores não ficarem no prejuízo. “Essa discussão já vem acontecendo faz um bom tempo. Agora em Arapiraca tem um frigorifico, já vínhamos negociando com ele para que os marchantes abatessem lá, mas infelizmente existe um custo maior”.

O secretário afirmou que conversou com o prefeito a fim de ser arrumar um caminhão para carregar os bois a serem abatidos, diminuindo assim os custos para os trabalhadores. Contudo, a discussão não teria avançado. “A gente não sentiu por parte dos marchantes o interesse, viu algo polêmico e aí não se debateu mais isso”.

Mesmo sem a evolução no assunto, Silvânio alerta que caso aconteça mesmo a fiscalização, essa seria a única medida e ser tomada, pelo menos de imediato. “Eu creio que se houver essa fiscalização e Santana vier a ser penalizada, o caminho é esse mesmo”, ponderou.

Políticos tentam minimizar

Diante desses rumores, também na semana passada um grupo dos trabalhadores recebeu a visita de alguns políticos santanenses no próprio local de trabalho.

Numa conversa aberta em frente ao abatedouro público, marchantes e fateiras ouviram as palavras do ex-vereador Afonso Gaia (DEM) que disse estar em contato direto com os deputados Marx Beltrão e João Beltrão para que o possível fechamento não ocorra.

Por telefone, o próprio Marx Beltrão conversou com um dos marchantes e afirmou que está movendo esforços para o matadouro não seja fechado. Também no encontro os políticos locais aproveitaram para criticar duramente a falta de atuação do governo municipal que estaria deixando os trabalhadores desamparados.

Por Lucas Malta / Da Redação

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