Projetos hídricos preveem economia de até 70% em perímetros do São Francisco

26 mar 2015 - 20:00


Perímetros irrigados de Bebedouro (PE), Curaçá (BA), Tourão (BA) e Maniçoba (BA) serão contemplados no início de abril.

Foto: Ilustração

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Na primeira semana do mês de abril, será entregue um grupo de projetos que proporcionarão uma economia anual de de 60% a 70% do volume de água utilizada nos perímetros irrigados de Bebedouro (PE), Curaçá (BA), Tourão (BA) e Maniçoba (BA).

O investimento totalizou R$ 1,5 milhão, com recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir).

“Esse é um investimento de resultado rápido e eficaz, que irá proporcionar ao agricultor a redução de gasto com energia elétrica, diminuição significativa do consumo de água, incremento da superfície da área útil irrigável e consequentemente aumento da produtividade. Ganha o produtor e ganha o meio ambiente”, afirma o presidente da Codevasf, Elmo Vaz.

Os projetos trazem detalhes sobre todos os pontos necessários que vão permitir aos agricultores realizar a substituição dos seus sistemas de irrigação originais, com sulcos perdulários, por sistemas localizados mais eficientes, como gotejamento e microaspersão, a exemplo do piloto implantado no perímetro Mandacaru.

Localizado a cerca de dez quilômetros da sede de Juazeiro (BA), o perímetro Mandacaru prevê, além da economia de água na irrigação de todo o perímetro, um ponto final no desperdício de água, com maior eficácia na aplicação dos produtos químicos, melhor desenvolvimento da planta, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção, aumento significativo dos índices de produtividade e melhoria da renda do produtor.

De acordo com Frederico Calazans, que é secretário-executivo da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, a introdução de algumas inovações no desenvolvimento dos projetos, como os testes de bulbo, que permitem, por exemplo, uma melhor definição dos equipamentos a serem instalados, vai propiciar uma economia ainda maior nos quatro perímetros onde a metodologia deve ser implantada.

“Nos projetos concebidos pela empresa vencedora da licitação, sob a supervisão dos técnicos da Codevasf, chegamos a uma economia média de 60% de água nos perímetros e com uma precisão ainda maior do que no Mandacaru”, explica.

Calazans acrescenta que o custo total estimado para a implementação de todos projetos é em torno de R$ 39 milhões. “A agricultura irrigada deve ser repensada, conduzida, ao máximo, na eficiência pelo uso da água. Com essa economia, essa água pode ser, inclusive, direcionada para outros usos, dentre eles, energia elétrica, consumo humano, indústria. A criação de um fundo de modernização da agricultura irrigada poderia facilitar o acesso dos produtores aos recursos necessários para implementar os projetos em suas propriedades”, opina.

O engenheiro Rodrigo Franco, que é um dos fiscais do projeto, destaca a relevância dessa ação, sobretudo em uma época em que o País passa por uma crise de abastecimento hídrico. “Esse projeto é importante não só para a região. Ele é importante para qualquer lugar do planeta em que haja desperdício de água. Não se justifica mais trabalhar com irrigação por superfície. A metodologia que desenvolvemos está comprovada e aprovada. É pegar e implantar”, reforça.

Os produtores de Bebedouro, Curaçá, Maniçoba e Tourão estão ansiosos por receber os projetos. É o caso de Domingos Rocha da Silva, que há 33 anos atua no perímetro Curaçá. Em seu lote, com cerca de sete hectares, ele planta manga e coco. “Estou bem animado. Os outros produtores que já fizeram a mudança do sistema me disseram que diminuem os custos com água. Chegando aqui, o que eu mais quero é montar logo. Só vai trazer benefícios”, disse.

Por CODEVASF

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