Política “dos Calheiros” em Alagoas é tema na revista The Economist

24 set 2018 - 15:47


Renan Calheiros é tema no artigo da The Economist (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Que as eleições brasileiras deste ano estão sendo observadas pela imprensa mundial isso não é novidade, entretanto, a revista inglesa The Economist decidiu olhar para o cenário em Alagoas para traçar um parâmetro e explicar como funciona o processo e como o eleitor tem se comportado.

O periódico traz um artigo na seção de Briefing da edição impressa sob o título “O barulho do Brasil”. O mesmo artigo foi publicado no site da revista e pode ser visto CLICANDO AQUI (o texto é em inglês).

Logo no início o repórter cita uma passagem na cidade de Murici, terra natal do senador Renan Calheiros (MDB).  Lá ele se depara com uma multidão do lado de fora da casa do vereador Fábio Gaia.

Segundo a revista o vereador atende a um fluxo de constituintes que oferecem papéis amassados: prescrições, recibos de ultra-som e contas de eletricidade. É um mês antes da eleição geral do Brasil, então ele promete pagar a todos.

“Nós vamos de porta em porta com nosso programa eleitoral, mas as pessoas perguntam o que temos para dar”, disse o parlamentar à revista estrangeira. Apesar de estar na terra dos Calheiros, ele apoia o opositor, um político do PP.

O artigo segue fazendo um perfil da família Calheiros. “Nenhuma dinastia jogou melhor que os Calheiros (…) em 2014 o MDB em Alagoas foi o quarto maior arrecadador de fundos do partido, embora, por população, o estado esteja em 17º lugar. Isso ajudou Renan a ser ministro da Justiça e presidente do Senado sob três administrações. Para essas eleições, a família reuniu 19 partidos, a maior aliança em nível estadual”, explica.

The Economist também lembra que quase todos os prefeitos do estado apoiam o “Clã Calheiros” e que a articulação política já redeu diversos repasses do governo federal para estradas, hospitais e outros projetos, o que os ajudará a ganhar a reeleição nas edições municipais. “Renan tem um domínio perfeito em nível local”, declarou Geraldo de Majella, historiador de Alagoas.

No meio do texto a revista vai abordando o cenário nacional e cita os favoritos na disputa à presidência, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Já no final do artigo, no último parágrafo para ser mais preciso, a revista indica que um jovem candidato pode ser o contraponto a hegemonia da velha política.

“Os eleitores de Alagoas parecem divididos entre as doações e compromissos que vêm com a política de estilo antigo e a esperança de algo melhor. Rodrigo Cunha, candidato a senador pelo PSDB, promete reforma. Correndo em uma plataforma anti-corrupção, ele está colocando um forte desafio para um dos dois assentos do Senado em disputa”, descreve o periódico.

Apesar da ressalva, a revista mostra que os alagoanos também têm uma tendência pragmática e aponta a fala de um eleitor para justificar. “Jurandi Pimentel, taxista desempregado, diz que votará em Cunha, mas seu outro voto será para Calheiros. “Alagoas morreria sem alguém que soubesse fazer política como o resto deles”, diz ele.

Da Redação com informações da The Economist

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