Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


Perdas que geram desequilíbrio emocional

24 julho 2020


Foto: Ulrike Mai / Pixabay

Quando falamos em perdas, naturalmente nós seres humanos rejeitamos o termo e nos assustamos com a possibilidade de perder algo ou alguém.

A cada prejuízo, o ser humano recebe um impacto emocional. A intensidade com isso acontece, depende diretamente do quanto esse individuo está organizado emocionalmente naquela ocasião, e de como ele se posiciona diante de cada dificuldade.

É comum identificarmos pessoas, que quando perdem algo ou alguém muito importante, ficam confusas quanto ao sentido da vida, e se desorganizam psicologicamente. 

Esses acontecimentos são consequência da fragilidade emocional, e do modo como cada indivíduo lida com seus percas. Esse posicionamento está diretamente ligado com a resiliência desenvolvida por essa pessoa ao longo das frustrações da vida.

Mas a final. Por que algumas pessoas não se acostumam com ordem natural do universo, que envolvem diariamente decisões, escolha, vitórias e derrotas?

Por que somos resistentes a aprender que muitas das coisas que perdemos não dependem da nossa vontade?

A evolução natural do mundo nos permite sempre conquistar algo ao mesmo tempo em que precisamos abrir mão de outras.

A exemplo desse atual momento delicado, que o planeta passa no contexto da saúde humana.

Quando um alguém escolher ficar em casa, ele abre mão da sua liberdade para ter saúde.

Quando outro alguém decide não cumprir as regras do distanciamento social, ele ganha a liberdade, mas correr o risco de perder a saúde e/ou a vida. 

Então caro leitor. A cada perda vivenciada nosso corpo experimenta doses de desconforto e sofrimento emocional. Cabe então a cada um de nós, agir com inteligência emocional diante de cada escolha, uma vez que, se faz necessário desenvolver habilidade de sobrevivência, sabendo que ganhamos e perdemos o tempo todo. 

É importante ter consciência de que, nem toda perda está relacionada com a morte. Muito embora esse contexto da finitude da vida seja a perda mais dolorosa, e é em torno dela que gira os maiores desconfortos, e os mais intensos sofrimentos emocionais. 

Desde que o COVID-19 começou se alastrar no planeta, o elemento morte ficou muito mais evidente e sempre vem ganhando destaque por todos os lugares. É comum que esses eventos tornem as pessoas mais impactadas emocionalmente.

É bem verdade que durante a quarentena ganhamos companhias de alguns que eram ausentes, assim como perdemos as companhias de alguns que eram presentes.  

Em outras épocas muitas vidas iniciavam e findavam todos os dias nos mais variados lugares ao redor do mundo, só que esses acontecimentos não eram noticiados de modo detalhado como estão agora. 

Todas essas perdas geram desequilíbrio emocional, pensamentos disfuncionais, e adoecimento psicológico, não tem como naturalizar esses acontecimentos, nós não conseguimos vivenciar isso tudo e não nos sensibilizarmos, a somatização é automática, principalmente para aqueles que acompanham diariamente a evolução desse fenômeno. 

É importante sempre ficar atento ao seu próprio nível de preocupação e sofrimento, caso você esteja tendo prejuízos com seus compromissos e atividades, é recomendável procurar ajuda de profissional de Psicologia, para reestabelecer essa condição emocional. Caso exista esse tipo de incomodo e não seja reorganizado, você tem uma grande possibilidade de desenvolver uma doença emocional. 

Atualmente muitas pessoas estão desencadeando crises de ansiedade, devido ao grande nível de somatização das perdas no período de isolamento social.

Na verdade o que faz você adoecer é a maneira com que você pensa e encara os fatos e as perdas. Quando o indivíduo vivencia uma psicoterapia ele desenvolver habilidade emocionais através do autoconhecimento, aprendendo estratégias de administrar seus pensamentos e emoções.

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