PC de Minas ouve representante e motorista de ônibus do acidente na BR-381 Segundo o condutor do coletivo, houve uma falha técnica, mas a confirmação depende de provas periciais e testemunhais.

09 dez 2020 - 09:00


Foto: Cíntia Araújo / Divulgação PC-MG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) realizou as oitivas, na tarde da última segunda-feira (7), de uma representante da empresa responsável pelo ônibus e do motorista do veículo envolvido no grave acidente da BR-381, altura de João Monlevade, região Central do estado. Até o momento, estão formalizados no inquérito policial dez depoimentos, e outras sete pessoas também já foram ouvidas durante os levantamentos da equipe. 

As investigações tramitam na Delegacia Regional em João Monlevade e segundo delegado Paulo Tavares, o motorista do ônibus, de 47 anos, apresentou-se voluntariamente na unidade, acompanhado por advogado. O depoimento teve duração de três horas. “O motorista não se escusou de dar nenhuma resposta e prestou os devidos esclarecimentos. Segundo ele, houve uma falha técnica, mas a confirmação depende de provas periciais e testemunhais”, explica.

Em relação à representante da empresa, Tavares informa que se trata da filha dos responsáveis. Conforme informado por ela, estava em Belo Horizonte, em nome dos pais, para prestar auxílio e providências quanto às vítimas, mas não participava da gestão. “Por isso, esperamos, na semana que vem, a vinda dos representantes legais da empresa para esclarecer determinadas situações”, observa.

O delegado esclarece ainda que, no momento, não há medida cautelar contra o motorista, e que o homem deverá prestar declarações novamente no inquérito policial. Além de novos depoimentos e laudos periciais, Tavares adianta que há previsão de apurações fora do estado a fim de reunir mais elementos de interesse para a investigação. “Estamos empenhados para concluir o inquérito policial no menor prazo possível”, conclui.

Atendimento

Equipes de diferentes setores da Polícia Civil participaram em diversas linhas de trabalho, desde os primeiros acionamentos, atuando também de forma integrada com demais órgãos envolvidos – Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

De acordo com a chefe da Divisão de Medicina Legal do Interior, Tatiana Telles e Koeler de Matos, pela PCMG, inicialmente, a Coordenação Aerotática (CAT) levou uma equipe de médicos-legistas para fez o levantamento da cena do acidente para quantificar o efetivo a ser empenhado. Diante da situação, optou-se pelo translado dos corpos para a capital, sendo empregados três veículos do tipo rabecão.

Paralelamente, a Academia de Polícia Civil (Acadepol-MG) disponibilizou a estrutura da Acadepol para acolhimento dos familiares das vítimas, com psicólogos e assistentes sociais, bem como veículos para os deslocamentos necessários. “Também foi solicitada parceria com o Restaurante Popular para fornecimento de alimentação, e com o Sesc para hospedagem”, conta Tatiana.

Enquanto isso, servidores do Instituto de Identificação trabalhavam para identificar os corpos. “Foram coletadas as digitais dos cadáveres e feita uma interface com as polícias civis de São Paulo, Alagoas, Bahia e Santa Catarina para envio das fichas datiloscópicas”, informa.

Outra medida, alinhada com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), foi a instalação de um cartório para a emissão das certidões de óbito no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette, sem necessidade de os parentes se deslocarem até João Monlevade. “Tudo o que pôde ser feito, e de forma humanizada, nós fizemos”, afirma a chefe da Divisão. Agora prosseguem os trabalhos relacionados à perícia técnica e à investigação dos fatos.

Vítimas fatais

O acidente ocorreu na sexta-feira (4), e, com a queda de uma altura aproximada de 35 metros, 19 pessoas morreram. O ônibus envolvido no acidente saiu de Mata Grande, em Alagoas, com destino a São Paulo. Todos os corpos foram necropsiados no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, passaram pelo procedimento de identificação e já foram retirados.

No domingo (6), familiares de três vítimas fatais optaram pelo transporte particular, uma para o interior de Alagoas e duas a São Paulo. Outros 14 corpos foram retirados por funerária providenciada pelo estado de Alagoas e transportados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), nessa segunda-feira (7).

Equipes da PC-MG acompanharam o translado até o Aeroporto da Pampulha e ajudaram nos embarques das urnas funerárias na aeronave da FAB. Ainda ontem pela manhã, a Polícia Científica de São Paulo realizou a retirada de dois corpos, seguindo via terrestre para aquele estado.

Por Assessoria / PC-MG

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