Pão de Açúcar: o oásis do sertão alagoano
Ás margens do São Francisco,
no coração do sertão,
Tens um morro, um rabisco
Com o formato de um pão,
No seu cume, tem um Cristo
De braços abertos e contrito
Abençoa a população
A terra de Jaciobá,
surgiu de uma confusão
Onde duas tribos rivais
Disputavam o torrão,
Mas foi um alvará,
do Reino de Portugal
Que resolveu a questão.
Os índios Urumaris,
nativos da região,
Enfrentaram os xokós
pelo pedaço de chão,
O solo não era fertil
Mas, foi a presença do Rio,
A causa da secessão.
A guerra sangrenta e nua,
Teimava em não terminar
Foi preciso a deusa espelho da lua
Pender pros Jaciobá,
Nutridos de coragem e medo
Botaram pra Ilha são Pedro,
Os xokós , pra nunca mais, saírem de lá.
Pão de Açúcar tem história,
cultura e tradição
Tem quadrilha, tem cangaço,
Reisado, xote e baião,
E em cada 03 de março,
Desde 1854,
Festeja emancipação.
Terra de Moreno Brandão,
Filho ilustre de Alagoas,
De Aldemar de Mendonça,
Historiador da terra boa,
De um orador brilhante,
Chamado Bráulio Cavalcante,
Orgulho de Alagoas.
Assim é meu Pão de Açúcar,
Terra de gente ordeira,
Da orquestra dos irmãos Ramos
Ao monsenhor Petrúcio Bezerra,
Da praia do Velho Chico,
Ou do alto de um pico,
No alto da carrapateira.
Pão de Açúcar é Alagoas,
Do Rio de Janeiro, imitado
Neste, tem o morro do corcovado,
Naquele, o cavalete replicado,
Nos dois, o cristo redentor abençoa,
Essas terras de lagoas;
Esses povos aproximados.
As águas do Velho Chico,
Trazem alegria e mágoa
Pra uns representa o sustento,
Pra outros, a morte e o nego d’água,
Mas os ribeirinhos retumbantes,
Clamam ao bom Jesus dos navegantes
Pra acalmar suas águas.
Pão de Açúcar é minha e sua
É terra boa pra morar
Chamam-na Espelho da Lua
Terra de Jaciobá,
Já dizia os mais velhos,
Aqui, quem coloca os pés,
Nunca mais quer os tirar.
Por Luís Laércio Gerônimo Pereira – colaboração
Luís Laércio Gerônimo Pereira, natural de Pão de Açúcar-Alagoas, nascido em 05/01/1976, é escritor, historiador e acadêmico em Filosofia, pela Universidade Federal de Sergipe. É funcionário público federal, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura, prestando serviços a Universidade federal de Sergipe, no campus de Lagarto.
Participou da II Antologia Santanense, um caminho de imagens e palavras, em Santana do Ipanema-AL, com a Crônica: “ Eu e a minha máquina” e da Antologia I Encontro de escritores e leitores Piranhenses e convidados da cidade de Piranhas, também em Alagoas, com a poesia: “O sertão e seus encantos”. Em Monte Alegre de Sergipe, ficou no sexto lugar geral, com o conto: “Cuidado com a língua”. Na Revista Inversos, de Feira de Santana-BA, recebeu menção honrosa e destaque na edição digital, deste folhetim na edição de dezembro de 2018, com a poesia: “ O sertão e seus encantos”.
Em janeiro de 2019 foi selecionado pela Editora Trevo, de São Paulo, para compor a Antologia Poesia Agora, verão 2019 e foi também selecionado, pela mesma editora, na categoria Contos. Ambas as obras, serão publicadas em março de 2019. Atualmente está concorrendo a diversos concursos literários em todo o Brasil.
Amante da leitura desde criança, Luís, escreve em diversos gêneros linguísticos, principalmente, crônicas, contos e poesias. Suas obras, abarcam uma enorme variação linguística e cultural e são imbuídas de realismo histórico, filosófico e teológico.
Luís Laércio Gerônimo Pereira, foi selecionado no concurso internacional de poesia natureza 2018-2019, na cidade de Amadora em Portugal.
Foi recentemente convidado para fazer parte da Academia de Letras, artes e ciências, ALPAS 21, da Cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul.
Em Pão de Açúcar-AL, é membro da Academia de letras de Pão de Açúcar, ocupando a cadeira de número 23, tendo como patrono, Francisco Henrique Moreno Brandão, e faz parte desde 2018 do ABC das Alagoas, onde possui uma autobiografia.