Operação Marmota: Homicida morre em confronto com polícia no Sertão A advogada do homem morto disse não acreditar na versão da polícia, em que houve troca de tiro com seu cliente.

23 nov 2021 - 10:47


Forças de segurança que perticiparam da operação no Sertão (Foto: Assessoria / SSP-AL)

Um homem identificado como Wellington Barbosa de Melo, de 27 anos, morreu em confronto com as forças policiais, na manhã desta terça-feira (23), em Olho d’Água das Flores, durante a Operação Marmota, realizada em municípios do Sertão de Alagoas, além da capital Maceió e no estado do Rio Grande do Norte.

De acordo com informações da Assessoria da Segurança Pública de Alagoas, durante o cumprimento dos mandados judiciais, Wellington atirou contra os policiais, que reagiram e ele foi atingido. A SSP diz que o suspeito foi socorrido a uma unidade médica local, mas não resistiu.

Segundo apurou o site Alagoas na Net, Wellington respondia a três ações judiciais, uma por homicídio, outra por porte ilegal de arma e a terceira por tráfico de drogas. O acusado foi preso em 2017 pela Polícia Civil, devido a investigação do homicídio, que vitiou o radialista “J. Ferreira”, RELEMBRE.

Palavra da Defesa

A reportagem manteve contato com a advogada de Wellington, a dra. Mabila Loriato Ferreira, que disse não acreditar na versão da polícia. “Em 14 anos que eu trabalho aqui em Alagoas, nunca vi confronto com a polícia. É uma situação que precisa ser acompanhada pelos Direitos Humanos, pela OAB. Não é a primeira operação que termina em execução”, falou a advogada.

A operadora do direito continuou suas críticas: “Os abusos de autoridade são tantos que, anos atrás houve uma operação em Olho d’Água das Flores e Maceió, onde falsificaram um mandado de busca e apreensão e vieram no meu escritório. Eu pedi para tirar cópia e não deixaram. Eu tentei ligar para o Fórum, eles não deixaram”, disse.

Mabila Loriato afirmou que depois desse episódio abriu uma investigação e que recebeu a explicação de que confundiram a rua e a pessoa alvo da ação. “O processo foi todo aberto pela 17ª Vara, mas não tinha nenhum mandado contra minha pessoa”, enfatizou ela.

“Na vespera da operação desapareceu uma testemunha de um processo em que eu atuo como advogada, cujo corpo nunca foi encontrado. E houve toda uma investigação, eu vivi uma perseguição absurda, tanto que eu temo pela minha vida, temo por dar esse depoimento, sabendo como as coisas funcionam”, continuou.

A advogada alega também que o delegado responsável, no intuito de obter contato de algum dos seus clientes, pediu a interceptação telefônica do seu celular, identificado como de outra pessoa. “Isso é algo abominável, esse tipo de situação contra a minha pessoa, pois nunca existiu nada. Inclusive induziram o magistrado ao erro”.

“Eu peço apenas que eles façam a coisa da maneira certa. Respeitem o direito a vida, respeitem o trabalho do advogado, respeitem os limites que a profissão impõe, respeitem a Lei, principalmente como autoridades que são, eles tem o dever moral de cumprirem a lei. Vamos aguardar que a OAB acompanhe o caso e apure o que realmente aconteceu. E que mais situações como essa não acontecam”, finalizou o desabafo.

Posição da SSP-AL

Diante da fala da advogada, o site decidiu procurar a assessoria da SSP-AL, que disse que não iria comentar as afirmações, mas decidiu destacar um ponto diante da manifestação.

“O único ponto a acrescentar é que as operações são todas pautadas em provas técnicas, que comprovam o envolvimento dos acusados com os crimes cometidos”, declarou.

Por Lucas Malta / Da Redação

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