Operação cumpriu mandados no Sertão e Agreste d Alagoas (Foto: Assessoria PF)
Deflagrada na manhã desta quarta-feira (22) pela Polícia Federal em Alagoas, a Operação Cacimba tinha como alvo uma quadrilha que, com a participação de um servidor do INSS, facilitava a concessão de benefícios previdenciários.
Em entrevista à TV Gazeta, filada da Rede Globo em Alagoas, o delegado Alexandre Borges detalhou a ação. Ele contou que o esquema descoberto acontecia numa agência do INSS no município de Junqueiro, no Agreste do Estado. Lá a quadrilha levava várias pessoas para cometer a fraude.
“Chegaram denuncias anônimas, nós aprofundamos as investigações e descobrimos uma quadrilha que estava cooptando pessoas interessadas em receber benefícios previdenciários”, relatou a autoridade policial.
O delegado conta também que vários aliciadores foram identificados em regiões diferentes, mas que todos levavam os casos para a agência de Junqueiro. Esse fato chamou a atenção da Polícia Federal.
“Por exemplo, Santana do Ipanema é uma cidade bastante distante de Junqueiro e é servida por agência do INSS. Para ir até lá você passa em Arapiraca e Palmeira, que também tem agência do INSS. É curioso que todas essas pessoas sempre acabavam em Junqueiro. Daí a gente concluiu que era pela facilidade de se conseguir o benefício, proporcionado pelo servidor que trabalhava lá”, falou.
O representante da PF ressaltou ainda que os supostos beneficiários desse esquema geralmente não possuíam direito e normalmente os processos previdenciários eram montados e provas eram forjadas.
“Normalmente elas não teriam direito ao benefício, mas aí elas eram transformadas em agricultores a partir da falsificação de documentos. Certidão de casamento falsa, inserindo a profissão de agricultor e também com a confecção de contratos de comodatos falsos”, completou o delegado.
Segundo Alexandre Borges, o INSS está fazendo o levantamento do prejuízo causado pela quadrilha, mas o próprio delegado já adiantou que o servidor investigado já é alvo de mais de 15 inquéritos e todo o esquema pode ter beneficiado mais de 100 pessoas no estado.
Por Lucas Malta / Da Redação