MST doa 20 toneladas de alimentos na periferia de Maceió Doações vindas dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas serão distribuídas em oito bairros da capital

12 jun 2020 - 10:52


Foram doadas 20 toneladas de alimentos na periferia da Capital alagoana (Foto: Assessoria / MST Alagoas)

Mais uma sexta-feira será marcada pela solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Alagoas com os bairros periféricos de Maceió. Durante a manhã de hoje (12) camponeses e camponesas distribuem cerca de 20 toneladas de alimentos em, pelo menos, oito bairros da cidade.

De acordo com Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, a ação faz parte de uma série de ações do Movimento para dialogar com a sociedade sobre a importância da Reforma Agrária.

“Essa é mais uma demonstração do papel da luta pela Reforma Agrária em Alagoas e no Brasil, que é produzir alimentos saudáveis para chegar até a mesa de quem vive na cidade”, explicou. Segundo Nunes as doações que o MST vem realizando desde o início da pandemia provocada pelo Covid-19 tem buscado enfrentar a fome que tem se aprofundado nesse período, em especial nos bairros da periferia.

“Aqui estamos partilhando o que temos de melhor no campo alagoano: comida sem veneno, fruto da luta e da organização de milhares de famílias que tiram da terra seu sustento e compartilham de maneira solidária com aqueles e aquelas que enfrentam diversos desafios nos centros urbanos”, comentou.

Somente em Alagoas o MST já doou cerca de 40 toneladas desde o início da pandemia, além das periferias de Maceió, o movimento também levou a produção de alimentos ao município de Santana do Ipanema, no Alto Sertão de Alagoas, cidade que sofreu com a enchente de um rio que deixou centenas de famílias desabrigadas.

Ainda de acordo com Débora, a pandemia agravou os problemas estruturais que estão enraizados na sociedade e, que em sua maioria, tem profunda relação com o campo. “Seja a fome, o desemprego, a falta de moradia, o inchaço das grandes cidades tem uma relação com o que aconteceu ou deixou de acontecer no campo”.

“Quando o trabalhador ou trabalhadora é expulso do campo e vem para as cidades, na tentativa de viver bem, são nas favelas que eles precisam se abrigar, além de estarem sujeitos aos empregos mais precarizados, sem direitos sociais… E toda essa crise que vivemos em nossa sociedade, foram ainda mais agravados durante a pandemia. Escancarando as condições de pobreza e precariedade que vive a maioria do povo brasileiro”.

Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular

Ainda na agenda da sexta-feira, o MST realiza um debate online com a presença dos professores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Lucas Gama (Campus Sertão) e Cícero Albuquerque (Campus Arapiraca), sobre a questão agrária alagoana. Na ocasião o movimento lança ainda o Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular, uma elaboração do MST que reúne uma série de propostas com o objetivo de criar empregos, produzir alimentos, movimentar o comércio e garantir renda e condições de vida dignas ao povo brasileiro em meio à pandemia.

Lançado nacionalmente na última sexta-feira (05), o documento é dividido em quatro pilares: Terra e Trabalho, Produção de Alimentos Saudáveis, Condições de Vida Digna no Campo e Proteger a Natureza, Água e Biodiversidade, onde apontam medidas emergenciais para as necessidades humanas, tanto de acesso ao trabalho, à alimentação, à moradia, mas sobretudo à vida.

O debate será transmitido a partir das 16 horas nas redes sociais do MST Alagoas.

Por Assessoria / MST – AL

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