Médicos entregam comunicado de afastamento do HGE e UEA

18 jan 2013 - 11:26


Foto: Alagoas 24 Horas

Sem uma resposta do Governo de Alagoas, o Sindicato dos Médicos (Sinmed/AL) marcou para esta sexta-feira (18), quando completa 37 dias de greve, a entrega do protocolo e comunicado de demissão de afastamento dos médicos do Hospital Geral do Estado (HGE) e da Unidade de Emergência do Agreste (UEA).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), Wellington Galvão, a situação já chegou ao limite. “Completamos hoje 37 dias de greve e continuamos sem nenhuma resposta. Agora estaremos encaminhando ao Hospital Geral do Estado e à Unidade de Emergência do Agreste o comunicado de afastamento, para que eles saiam das escalas de plantões dos finais de semana”, disse.

Ainda segundo o presidente, após a entrega do comunicado, os médicos ainda terão que cumprir 30 dias como prazo legal, para que o Estado possa tomar alguma medida. “Eles não tem nenhum vínculo com o estado, não são prestadores de serviço, nem tem contrato, ou seja, são ‘precarizados’. Porém muitos dos serviços são esses ‘precarizados’ que cumprem, nos finais de semana estão presentes em 90% do Serviço Médico de Urgência e Emergência (SAMU), e 80% da UEA mesmo assim é esse descaso”, enfatizou.

Os médicos que trabalham sem nenhum vínculo contratual, são de extrema importância para o funcionamento dos hospitais. “A cada 3 médicos, 2 são os ‘precarizados’, esse é o resultado da falta de concurso público em Alagoas. O último foi realizado há 10 anos ainda na gestão do Ronald Lessa”.

Foi marcada para a próxima segunda-feira (21), uma reunião com o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho. “Essa é a nossa esperança de que ele se conscientize do caos que está à saúde pública, de todas as nossas dificuldades e luta. Estamos cada vez mais perdendo médicos para os estados vizinhos. Pernambuco irá realizar um concurso no final do mês, esse é o 4º em seis anos” enfatizou Galvão.

A GREVE

A greve dos médicos continua desde o dia 11 de dezembro e sem nenhuma expectativa de acordo. “Queremos negociações do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a garantia de realização de concurso público. O PCCS pode ainda ser parcelado em 2013 e 2014”.

“Não adianta dizer que a greve é ilegal, que pagaremos multa diária, pois estamos lutando por melhorias. Queremos essa nova reunião para que eles também sejam mediadores nessa negociação e vejam que não estamos buscando nada além do necessário para um bom funcionamento da saúde pública do Estado”, indagou.

Em cinco anos o estado perdeu muitos médicos para os estados vizinhos. “Perdemos cerca de 1.200 médicos que acabam indo trabalhar em outros estados e ganham um salário 4 vezes maior que se estivessem em Alagoas”, contou Wellington Galvão.

por Fabyane Almeida / Cada Minuto

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