Jovens rurais se preparam para festival virtual Na primeira ação de massa virtual da CONTAG, a juventude rural quer olhar para o futuro.

23 jul 2020 - 10:30


Foto: Divulgação

Como será o mundo depois da pandemia? Como podemos fazer diferente, e melhor? Essas perguntas têm sido feitas quase que diariamente por diversos setores da sociedade. As consequências das ações erráticas de combate ao novo coronavírus já estão sendo sentidas agora, por todas e todos nós. Por isso, a juventude rural quer mergulhar de cabeça nessas reflexões durante o 1º Festival Juventude Rural Conectada – Construindo um mundo novo, que será realizado nos dias 06, 07 e 08 de agosto, pelas redes sociais da CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares.

“Entre os objetivos construídos pela Comissão Nacional de Jovens para este momento inovador do nosso movimento sindical estão refletir sobre os desafios sociais e econômicos impostos pelo novo coronavírus para a juventude rural e para a agricultura familiar; dialogar sobre os caminhos que podem ser percorridos para superar esses desafios, construindo novas perspectivas para o presente e o futuro, assim como dialogar sobre que tipo de sociedade queremos agora e no futuro, em que prevaleça a igualdade, a solidariedade, o respeito e o amor entre todas as pessoas”, explica a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon Augusto.

Gostinho da programação

No primeiro dia, o diálogo será sobre o processo eleitoral de 2020 e sua importância para lidar com os impactos sociais, políticos e econômicos da pandemia para a juventude rural, assim como o debate sobre as consequências da elaboração e disseminação de notícias falsas (fake news) para o processo democrático de nosso país, especialmente depois da Eleição de 2018, que foi profundamente influenciada pela veiculação de notícias falsas pelas redes sociais.

O segundo dia vai trazer questões fundamentais sobre o respeito às diversidades, pois a luta por pela igualdade deve incluir o respeito às diversas formas de existir e de amar, assim como todos os tons de pele. “Um dos passos é dar visibilidade aos desafios enfrentados pela juventude negra rural, assim como pela juventude LGBTQIA+ do campo, floresta e águas. Quais são esses desafios e qual a importância de superá-los? Nossa intenção é discutir como a sociedade e a luta do movimento sindical se fortalecem ao abraçar essa causa.”, explica Mônica Bufon.

O terceiro e último dia trará também um olhar sobre as novas formas de comercialização da agricultura familiar que foram potencializadas pela necessidade de isolamento social, e também sobre a produção agroecológica, uma vez que não é possível construir um mundo novo sem pensar a produção de alimentos de maneira sustentável, respeitando todos os elementos envolvidos nesse processo, sociais e naturais. Como o movimento sindical está participando e potencializando essas questões fundamentais para a agricultura familiar e toda a sociedade?

Importância da mobilização

A Comissão Nacional de Jovens está engajada no trabalho de mobilizar suas bases nos estados para assistir e interagir nesta que é a primeira ação de massa virtual da CONTAG. Um dos pontos que deve ser levado em conta nos debates é a necessidade de ampliar e melhorar o acesso à internet para os povos do campo, da floresta e das águas do Brasil. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, cerca de 70% dos municípios rurais brasileiros não têm acesso à internet.

“O acesso à internet e às novas tecnologias sempre foi uma bandeira da juventude rural e este momento de pandemia tornou ainda mais evidente a exclusão do meio rural aos meios de informação e comunicação proporcionados pela internet. Em um mundo cada vez mais tecnológico e conectado, esta é mais uma forma de aumentar a desigualdade social existente em nosso país”, aponta a secretária de Jovens da CONTAG. “Mas, a juventude rural continua a luta mesmo com todos os desafios e estamos empenhadas e empenhados em realizar excelentes debates, para ajudar na construção de um mundo novo, cada vez melhor”, afirma Mônica Bufon.

Por Assessoria / Fetag

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