Intenção de consumo volta a registrar patamar de otimismo após vinte meses O índice, que alcançou em janeiro os 101,4 pontos, vinha apresentando perspectiva desfavorável desde abril de 2020.

Ascom / Fecomércio AL

23 fev 2022 - 09:32


Foto: Divulgação / Ufal

A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), iniciou o ano de 2022 com a marca de 101,4 pontos, registrada em janeiro. Um resultado como esse, considerado como de patamar otimista (superior aos 100 pontos), não era visto desde abril de 2020, quando o índice registrou 103,3 pontos.

O levantamento, que mensura o grau de satisfação em termos de emprego, renda e capacidade de consumo, de abril de 2020 a agosto de 2021 (89,3 pontos), chegou a sofrer uma queda de 13,5%, quando então reverteu a tendência de baixa e iniciou uma trajetória ascendente nos cinco meses seguintes, com crescimento de 13,1%.

Na variação mensal, ao analisar os subíndices, nota-se que todos apresentaram variação positiva. Entre os destaques está o subíndice “Nível de Consumo Atual”, que obteve a maior variação, com um incremento de 11,9% quando comparado com dezembro. De acordo com o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, esse registro indica que as famílias estão propensas a aumentar o consumo no início do ano, o que é corroborado pelo aumento de 10,7% em “Perspectiva de Consumo”. “Isso é um reflexo de que os consumidores começaram 2022 mais confiantes, o que pode ser explicado, talvez, pela volta à normalidade das atividades comerciais”, ressaltou.

Com uma elevação de 3%, o subíndice “Emprego Atual”, por sua vez, reflete o saldo de empregabilidade positivo visto no segundo semestre de 2021. Entre admissões e desligamentos, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Maceió registrou 8.916 novos postos de trabalhos preenchidos.

O subíndice que apresentou o crescimento menos expressivo, de 2,3%, foi o de “Acesso ao Crédito”. Segundo o assessor econômico, um dos aspectos que pode ter influenciado significativamente nesse contexto é a escalada recente dos juros, balizada pela taxa Selic e definida pelo Banco Central, que já alcançou os dois dígitos (10,25% a.a.). “A alta dos juros afeta diretamente a tomada de empréstimos de toda a natureza, ancorando, portanto, uma decolada mais robusta do fator crédito”, explicou.

Para Hortencio, o cenário demonstrado no resultado de janeiro do ICF aponta para um salto qualitativo nas expectativas dos consumidores, movimento que converge com o otimismo dos empresários maceioenses, conforme observado no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) do mesmo mês. “Todavia, a pandemia de Covid-19 ainda não terminou e o surto de novos casos de infecções causadas pela variante Ômicron tende a gerar um impacto relevante no planejamento das empresas e no consumo das famílias”, observou.

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