Governador anuncia abertura de mais 70 leitos de UTI para Covid-19 em Alagoas Renan Filho afirmou que o Governo está finalizando a licitação para que a estrutura do Hospital de Campanha esteja disponível caso necessário

19 fev 2021 - 21:30


O governador Renan Filho anunciou, nesta sexta-feira (19), que o Estado vai abrir mais 70 leitos de UTI para atender casos da Covid-19 em Alagoas (Foto: Márcio Ferreira / Agência Alagoas)

O governador Renan Filho anunciou, nesta sexta-feira (19), durante entrevista coletiva no Palácio República dos Palmares, que o Estado vai abrir mais 70 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atender casos da Covid-19 em Alagoas. Segundo ele, as novas vagas estarão disponíveis até o final de março em hospitais da rede estadual, filantrópica e privada contratualizadas.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI chegou a 64% nesta sexta-feira (19). “Alagoas vai pular de 230 leitos para 300 leitos de UTI. Isso vai ajudar a reduzir a ocupação nesse momento e preparar melhor o Estado para adiante, se houver o crescimento de casos”, justificou o governador, ressaltando a importância da manutenção dos cuidados por parte da população para evitar o contágio, como manter o distanciamento social, usar máscaras de proteção e higienizar as mãos.

Renan Filho afirmou que, se houver necessidade, o Hospital de Campanha será reinstalado no bairro do Jaraguá. O Governo já está finalizando a licitação para que a estrutura esteja disponível para montagem. O local foi desativado em setembro do ano passado, diante da queda do número de casos ativos da Covid-19 em Alagoas e da diminuição da taxa de ocupação de leitos, à época.

“Não vamos montá-lo novamente no momento. A gente tem disponibilidade de leitos clínicos ainda com tranquilidade, mas, se houver necessidade, montaremos novamente, como eu disse lá atrás, quando desmontamos”, assegurou. Nesta sexta-feira (19), a rede hospitalar instalada para atender os casos da Covid-19 em Alagoas registra taxa de ocupação de 46% dos leitos clínicos.

Aulas e vacinas

Renan Filho concedeu entrevista coletiva ao lado dos secretários de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, e da Educação, Fábio Guedes. Eles trataram da volta às aulas na rede pública de ensino e do impasse gerado entre o governo federal e o Instituto Butantan, depois de o Ministério da Saúde anunciar, na quinta-feira (18), que precisará rever a distribuição das doses das vacinas contra a Covid para o mês de fevereiro.

Após garantir, na quarta-feira (17), em reunião com os governadores, a entrega de 11,3 milhões de doses de imunizantes para os estados em fevereiro, o Ministério da Saúde informou, no dia seguinte, que precisaria rever a distribuição.

De acordo com a pasta, a mudança é necessária porque recebeu ofício do Instituto Butantan com a informação de que terá somente 30% dos imunizantes previstos em contrato para fevereiro, totalizando apenas 2,7 milhões de doses.

Já o Butantan culpou o “desgaste diplomático” entre o governo federal e a China pelo atraso na entrega dos insumos para produção da vacina CoronaVac ao Ministério da Saúde. Em nota, o Instituto alega que “o Ministério da Saúde omite a briga com a China” e “ignora fatos” ao atribuir-lhe o atraso.

Para o governador e o secretário de Estado da Saúde, a diminuição no quantitativo de vacinas que seriam fornecidas vai tornar mais lento o calendário de imunização previsto para fevereiro.

“Problemas de lado a lado, versões de lado a lado, mas o fato é que não temos a quantidade de vacina necessária para imunizar o nosso povo dentro do prazo”, lamentou Renan Filho, que pediu aos governadores que reabram o canal de diálogo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que as questões contratuais e de entrega dos imunizantes sejam devidamente esclarecidas.

“Não adianta ter contrato assinado, cronograma baseado em contrato, sem a devida entrega na data certa”, ponderou.

Alexandre Ayres disse que recebeu a notícia do Ministério da Saúde com surpresa. E cobrou transparência. “Isso traz para a gente uma preocupação muito grande. Não temos tratamento precoce, não existe tratamento com eficácia comprovada que não seja a imunização. Temos cobrado do Ministério uma maior clareza. O que está faltando é um pouco de transparência”, declarou.

Volta às aulas

Já o secretário de Estado da Educação informou que as atividades escolares serão retomadas a partir de 1º de março, mas não necessariamente as presenciais. Estas ainda permanecem sem data definida em razão da pandemia. Segundo Fábio Guedes, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) está preparando um plano de adequação das 310 unidades de ensino a esta realidade.

“Agora em março, nós temos uma proposta de retomada das atividades, uma espécie de preparação das escolas, planejamento das atividades escolares, acadêmicas e didáticas, não necessariamente atividades escolares presenciais, mas preparando toda a rede para um possível retorno, assim que as condições sanitárias estiverem mais próprias”, esclareceu.

“Vamos fazer um amplo plano de adequação das escolas para a pandemia, que precisam ter ventilação, álcool em gel, tapetes diferentes, enfim uma rotina diferenciada. Por isso, vamos lançar um plano estadual de retomada das aulas, mesmo que não sejam presenciais, que vai incluir recursos descentralizados da Secretaria direto para o diretor para que ele tenha autonomia para promover as mudanças”, acrescentou o governador.

Por Severino Carvalho / Agência Alagoas

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