Sobre Clerisvaldo Chagas

Romancista, historiador, poeta, cronista. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.


FLUTUANDO NA CULTURA

24 julho 2018


MUSEU E IGREJA VISTOS DO LARGO DA FEIRA. (FOTO: B. CHAGAS)

Pelas fotografias antigas os pesquisadores vão alinhavando os seus textos, as suas certezas, definindo os seus contornos. Se você apeia do corcel em Alagoas, poderá dar um mergulho profundo na História, na Geografia, na Cultura que, no Brasil dificilmente se encontra. Em Santana do Ipanema, deparar-se-á com deslumbrantes episódios históricos que honram as grandes narrativas sertanejas. E vamos entrando devagar no portal marcante entre presente e passado, Santana cidade, Santana vila, Santana dos sobrados e casarões que se firmaram no último quartel do século XIX. O centro da urbe está recheado de cultura onde os passos ligeiros dos transeuntes ignoram. Mas os que querem enxergar enxergam.

Como dissemos antes, as fotografias não mentem e vão fazendo suas revelações. E assim vamos encontrar nas primeiras fotos surgidas na cidade, o casarão que continua de pé ao lado da Igreja Matriz de Senhora Santana. Um privilégio e tanto construir ao lado da Matriz, sua residência. Calado, imponente, é percebido pelo homem comum apenas quando quer comprar cigarros na barraca do Sr. Audálio, na esquina ou mandar consertar os sapatos na portinha do porão, através do Sr. Genésio Sapateiro (já partiu). Pode até beber uma pinga no anexo dos fundos, na bodega improvisada cem por cento  discreta.

Ali vizinho o Salão Paroquial parece muito tímido como se dissesse: nada tenho com a história. Mas bem que tem. Desde antes de nascer que o terreno já era querido e perfumado até a decisão do, então, cônego Luiz Cirilo Silva em transformá-lo em edifício. Já serviu muito, não só à Igreja Matriz, mas as muitas organizações sociais prestadoras de serviços. Quantas vezes vimos ali guardadas as charolas de Senhora Santa Ana, de Nossa Senhora, e de Nosso Senhor após as procissões, sob a guarda do “Major”!

No centro, a Igreja Matriz, hoje também o principal cartão postal de Santana do Ipanema. Ladeando a outra esquina, o casarão construído no tempo de vila como proposta comercial, ornamenta pomposo o comércio santanense. Tão poucos metros quadrado repletos de quilômetros de história, cultura e um mundo inteiro de saudades.

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de julho de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.948

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