Entrevista: “A saúde das pessoas não tem preço, não tem um valor”, diz médica cubana

01 nov 2013 - 01:22


Em um bate papo rápido, mas de enorme riqueza histórica, a médica cubana Anaiz Chaminzo falou o que espera do seu trabalho no município sertanejo.

Foto: Cleverson Silva/Alagoas na Net

Foto: Cleverson Silva/Alagoas na Net

Como em diversas cidades do Brasil, nesta quinta-feira (31) foi a vez de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, receber a ajuda dos médicos estrangeiros enviados pelo Governo Federal, através do programa Mais Médicos.

As cubanas Anaiz Chaminzo, de 31 anos, e Ana Ofélia Bosa, de 43 anos, foram calorosamente recepcionadas pelo prefeito Mário Silva, membros da saúde e curiosos.

Em um bate papo rápido, com a equipe do Alagoas na Net, a médica Anaiz falou o que espera com o trabalho na cidade e acabou seguindo um discurso semelhante ao de outros profissionais de seu país, que assim como ela, também foram enviados a este país, que é levantar a verdadeira bandeira do motivo que os trouxeram até aqui: a saúde das pessoas.

Nossa reportagem começou questionando a profissional, que durante todo o momento se mostrou simpática, sobre o que ela achava da remuneração que foi estabelecida pelo governo federal, para que exercesse as atividades profissionais aqui no Brasil. Com uma resposta bem direta, a cubana foi enfática:

– A saúde das pessoas não tem preço, não tem um valor. Nós achamos que esse salário é pra que possa viver de alguma maneira, mas o trabalho na saúde não tem preço, então eu acho que está bom”, disse a Anaiz.

A cubana falou em relação aos critérios do seu governo, no momento da escolha dos profissionais serem enviados para esse tipo de missão. Segundo Anaiz, os critérios são baseados no currículo de cada médico, além de suas experiências em missões fora do País como médico da família. Ela contou ainda que já esteve em missões na Venezuela e África.

Apesar da experiência em trabalhar longe de sua terra, a médica confessa que a distância a deixa um pouco triste e com bastante saudades de seus familiares, mas como revelou que vem de uma família de médicos, afirmou que, “eles acabam entendendo que o motivo é bem maior do que o sentimento da distância”.

Outro questionamento feito pelo site foi se “há alguma diferença entre a atuação do médico da família em Cuba em relação ao programa realizado no Brasil, denominado PSF”.

– Os sistemas são muito parecidos, então não há muita diferença. Trabalhamos com vários programas que atendem crianças, adolescentes, idosos, gestantes e com uma equipe com enfermeira e agente de saúde que atendem a um grupo de famílias – disse

Não à toa, a escolha de trazer médicos de Cuba se deu a partir da grande e conhecida fama que a ilha do pacífico tem em formar bons profissionais na área médica. Além disso, Cuba também se vangloria pelas estatísticas, que apontam o país que não tem nenhuma criança na rua, apesar de sua pobre economia estagnada. Veja o que a médica fala sobre isso.

– Apesar de ser pobre, Cuba é um país que tem recursos humanos muito fortes. O recurso humano e o coração dessas pessoas que estão aqui são muito grandes, então não precisamos de tanta estrutura, de tanto dinheiro e de tanta coisa técnica – relatou a profissional cubana.

Para finalizar a conversa pedimos a médica que deixasse uma mensagem para os moradores da terra que a está acolhendo:

– Nós estamos aqui para ajudar, nós queremos ajudar e o nosso coração está aqui pra vocês, para todo o povo santanense – finalizou Anaiz.

Da Redação

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