Recomendações dos promotores das cidades afetadas pela diarreia serão passadas aos prefeitos; reunião ocorreu na sede da Promotoria de Justiça de Santana do Ipanema,
Os núcleos de Defesa da Saúde Pública, do Patrimônio Público, do Consumidor e de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual estão preparando uma recomendação que será expedida para todas as cidades alagoanas que estão em situação de epidemia para a diarreia (um total de 25) ou, em estado de alerta (46).
Os prefeitos vão receber o documento onde constarão todas os desrespeitos encontrados às normas da portaria nº 2.914/11 do MS. Ela dispõe sobre procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de fornecimento.
Na sequência, os dirigentes da Casal e do IMA serão chamados para explicar como está sendo o método de trabalho desenvolvido por eles para o fornecimento, distribuição e fiscalização da qualidade da água. O MP/AL também quer saber o grau de responsabilidade desses órgãos no que se refere à epidemia e às mortes.
Todas essas medidas foram deliberadas durante reunião que ocorreu na sede da Promotoria de Justiça de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, na quinta-feira.
O Ministério Público definiu ainda que vai instaurar inquéritos civis através de todas as promotorias ligadas aos municípios onde houve mortes e epidemia de diarreia. Os promotores dos municípios das regiões do Agreste e Sertão que registraram óbitos por causa da doença terão que instaurar inquérito civil público até o próximo dia sete de agosto.
Também participou do encontro Maria Elizabeth da Rocha, diretora da Vigilância em Saúde Ambiental da Sesau.
Os dados da Sesau
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, o problema do surto da doença foi devido, principalmente, à água contaminada que é consumida pela população e ela pode ter vindo do sistema de abastecimento da Casal, dos carros-pipa, da distribuição ou venda particular de água por meio de carroças de burro e carros de boi que captam o líquido em locais contaminados ou ainda do uso da água da barragem.
Este último normalmente ocorre por conta da estiagem ocasionada pela seca e é considerada uma fonte alternativa de abastecimento.
Segundo o Comitê de Combate à Seca de Alagoas, em Palmeira dos Índios, além das 11 mortes registradas – é a cidade com o maior número de óbitos -, já houve 8.583 mil atendimentos por diarreia somente agora em 2013. Outros 13 municípios, que estão em situação de emergência ou de calamidade por causa da seca, registraram pelo menos uma morte devido à doença. Alagoas teve 77.727 casos em 77 cidades alagoanas e 49 óbitos no total.
Assessoria