Em Maceió, inadimplência cresceu seis vezes mais do que o endividamento Enquanto 822 pessoas ingressaram no rol de endividados, 5.281 disseram não ter condições de pagar suas dívidas.

Ascom / Fecomércio AL

17 jun 2022 - 16:08


Foto: Steve Buissinne / Pixabay

Em maio, enquanto 822 pessoas ingressaram no rol de endividados, um número seis vezes maior ficou com contas em atraso: 5.281 consumidores da capital alagoana afirmaram estar com dívidas, mas sem condições de pagá-las, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Em termos gerais, o endividamento manteve-se estável na variação mensal, mas vem apresentando tendência de crescimento nos últimos três meses, aumentando 5,5% entre março e maio. Já o número de inadimplentes aumentou 9% na variação mensal, atingindo 20,8% das famílias; um crescimento de mais de 30% quando comparado a maio de 2021.

Apesar do aumento do endividamento, Maceió continua abaixo do que a média nacional que, segundo pesquisa da CNC, chegou a 77,7% em maio; maior percentual dos últimos 12 anos. No cenário local, as dívidas preocupam 68,9% das famílias, patamar 15,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, os números de maio demonstram que as famílias estão tentando, mas fechar as contas do mês não está sendo fácil. “O número de inadimplentes aumentou numa escala desproporcional ao de novos endividados, o que nos leva a perceber que há uma pressão salarial: as famílias tentam pagar as dívidas, mas como o custo de vida subiu muito nos últimos tempos, com o salário permanecendo no mesmo patamar, as contas não fecham”, avalia.

Ainda de acordo com a pesquisa, 60% das famílias que possuem débitos demoram de três a seis meses para quitarem as parcelas ou financiamentos. O comprometimento da renda para o pagamento destas dívidas é, em média, 30%, o que poderia ser considerado salutar, pois é a margem. Porém, quando avaliado por faixa percentual, 85% dos entrevistados afirmaram usar de 11% a 50% da renda para este tipo de pagamento e 3,5% comprometem mais de 50%. Apenas 2,6% estão com as contas em ordem, usando até 10% do salário para quitar dívidas.

Com 95,8% da preferência, o cartão de crédito permanece de forma quase absoluta como o principal fator gerador de dívidas. E como os consumidores podem contrair débitos de maneiras diferentes, 24,6% recorreram ao carnê.

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