Em Maceió, endividamento apresenta estagnação em setembro

15 out 2018 - 17:00


Fecomércio traz novo estudo sobre consumidor de Maceió (Foto: Assessoria / Fecomércio AL)

O endividamento da capital apresentou estagnação em setembro, conforme sinaliza a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de Maceió. Realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com o Instituto Fecomércio de Estudo, Pesquisa e Desenvolvimento do Estado de Alagoas (Instituto Fecomércio AL), a pesquisa aponta que, se em agosto houve ligeira alta no número de endividados, em setembro ocorreu uma ligeira variação negativa de 0,32%, sendo considerado estagnado.

Assim, o número de maceioenses com dívidas manteve-se no patamar de 185 mil, o que equivale a 61,8% dos cidadãos, e houve redução de 1,15% entre os endividados com contas em atraso, saindo de 87.726 para 86.720 (ou 28,9%). De acordo com o levantamento, quando observado o nível do endividamento em relação ao mesmo mês do ano anterior, a sociedade tem menos dívida, pois houve recuo de 7%. E, na mesma situação, os consumidores da capital estão atrasando 17,78% menos contas do que no passado.

Apesar de um percentual menor de dívidas quando se compara a setembro de 2017, a inadimplência atual está 15,34% maior. “Nos últimos três meses, a capital perdeu cerca de 489 postos de trabalho. Encerremos o primeiro semestre de 2018 com uma taxa de desemprego de 16,4%, ficando 4 pontos percentuais acima da média nacional. Esse cenário dificulta boa parte da população a cumprir suas obrigações”, explica Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio AL.

Para o especialista, o aumento de 0,6% no uso do cartão de crédito reflete o endividamento dos consumidores, em parte impulsionado pelo Dia dos Pais, celebrado no mês anterior. Olhando por cima, esta elevação pode ser considerada mínima, mas somada ao uso habitual do cartão, o percentual de consumidores com dívidas nesta modalidade de crédito é de 84,6%, em setembro. Os carnês de loja, alternativa ao cartão, foi a opção para 8,4% dos cidadãos, mas apresentou queda de 1,3% na variação mensal. “Sinal de que os empresários estão negando a disponibilidade de crédito para evitar o consumo excessivo e um efeito bola de neve que compromete não apenas a renda do consumidor, mas a renda do próprio empresário, pois este precisa ter capital de giro para gerir seus estoques e dinamizar a empresa”, explica Felippe.

O crédito pessoal teve procura de 6,2% dos consumidores e, assim como os carnês, apresentou redução na variação mensal (1,6%). Dos consumidores com contas em atraso (28,9%), 46,8% disseram que outros membros da família e que vivem em sua residência também estão com dificuldades de pagar suas próprias contas. Para 53,2%, essa dificuldade não se estende a outros membros.

Ainda de acordo com o levantamento, dentre os que estão em situação de inadimplência (19,2%), somente 3,4% afirmaram ter capacidade de pagar integralmente a dívida. “Isso sinaliza uma melhora quando comparamos a situação mensal, pois  em agosto, apenas 1,3% dos consumidores afirmaram ter condições de saírem totalmente da situação de inadimplência”, observa Felippe.

Do volume geral de endividados, 20,3% irão pagar parcialmente suas dívidas e arrolar juros. Na variação mensal, a capacidade de pagamento parcial reduziu 7,2%. Já o número de pessoas que não têm como pagar suas contas aumentou 7,4%. “Situação bastante delicada, reforçando as dificuldades da região de gerar emprego e renda”, fala o economista.

O tempo de pagamento das contas em atraso continua a aumentar. Se em janeiro os consumidores demoravam, em média, cerca de 71 dias para quitar suas dívidas em atraso; hoje, esse tempo é de 80,2 dias, em média. O tempo médio de comprometimento do orçamento com dívidas, saiu de 5,1 meses passou para 6,4 meses.

Essa ampliação indica que o consumidor está, cada vez mais, diluindo suas compras em número maior de parcelas afim de evitar o descontrole orçamentário. Como isso, o consumo presente fica retraído, deslocando para o consumo futuro, apesar de a parcela média atual de comprometimento da renda comprometida com dívidas estar em 24,1%; valor saudável e que permitiria ao consumidor demandar mais.

Relatório completo disponibilizado no site do Instituto Fecomércio AL.

Por Assessoria Fecomércio AL

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