Eleições 2022: entenda a diferença entre pesquisa e enquete Diferenciar esses conteúdos contribui para o maior esclarecimento das informações divulgadas a respeito das eleições presidenciais de 2022.

14 nov 2021 - 08:00


Foto: Jens P. Raak / Pixabay

A menos de ano das eleições presidenciais no Brasil, as informações sobre possíveis candidaturas que lideram a preferência dos eleitores têm sido divulgadas pelos veículos de comunicação e, também, nas redes sociais. Ter atenção a esses conteúdos é necessário para saber diferenciar os registros que têm rigor técnico daqueles que não possuem, a fim de evitar a desinformação.

Uma busca pelo termo “pesquisa para presidente 2022” na internet apresenta resultados de pesquisas eleitorais e enquetes. Compreender o que cada uma delas significa na prática é importante para não se confundir e, assim, ter um maior embasamento para a tomada de decisões.

Realizar uma pesquisa eleitoral exige rigor científico. O estudo deve apresentar dados estatísticos e, para isso, precisa ser feito com uma amostra da população, apresentar margem de erro, número de participantes, metodologia, período e localidade em que foram coletados os dados.

Esse tipo de estudo também deve seguir as orientações da Lei nº 9.504/1997, chamada de Lei das Eleições, e da Resolução nº 23.600/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determina o registro e a publicação dos levantamentos. 

Dentre as exigências para a realização de uma pesquisa eleitoral estão as informações sobre quem a contratou e o profissional estatístico responsável por ela. Também é preciso comunicar os recursos utilizados e o método empregado para a realização do levantamento. 

A pesquisa eleitoral é o tipo de informação mais confiável. De acordo com o TSE, a divulgação de pesquisa fraudulenta ou sem registro prévio é considerada crime. Os responsáveis estão sujeitos a penalidades, como multa e detenção. 

Enquetes não têm caráter científico

As enquetes são levantamentos que não possuem rigor técnico, configurando-se apenas como um levantamento de opinião, feito sem a necessidade de metodologia científica, como explica o TSE. Sem a exigência de definição de amostra, a participação dos interessados em uma enquete ocorre de modo espontâneo. Em algumas delas, é possível que uma mesma pessoa opine mais de uma vez.

Nos portais de notícia, é comum ter enquetes para a coleta de opiniões sobre um assunto que esteja em voga no momento. A rede social Twitter permite que os usuários criem enquetes sobre os mais variados temas e compartilhem com seus seguidores.

O propósito das enquetes é apenas o de promover a interação entre as pessoas sobre um determinado assunto. Por isso, elas não podem ser confundidas com informação oficial ou levantamento científico.

Alerta às notícias falsas

Em agosto deste ano, uma falsa informação sobre “uma pesquisa em tempo real para presidente realizada pelo Google” foi amplamente divulgada pelas redes sociais. O link compartilhado pelos usuários direcionava para uma enquete feita por um site que não tinha nenhuma relação com a empresa Google. O portal, inclusive, explicava no topo da página que o levantamento não tinha caráter científico e não poderia ser confundido com uma pesquisa eleitoral.

A pesquisa e a enquete são importantes para o processo democrático. A primeira apresenta dados oficiais e, por isso, é mais um instrumento para o eleitor se informar corretamente. Já a segunda promove a interação e a discussão sobre um determinado assunto. 

Compreender a distinção e a relevância entre elas possibilita o maior esclarecimento diante das tantas informações que são disponibilizadas. Além disso, ajuda a coibir a disseminação de notícias falsas.

Por Assessoria

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