‘É como comparar fruta e pizza’, diz Junior Lima sobre pop e eletrônica

05 mar 2013 - 16:20


Foto: Divulgação/Gabriel Wickbold

Foto: Divulgação/Gabriel Wickbold

Depois de turnês com sua irmã Sandy e com as três bandas montadas em mais de 20 anos de carreira, Junior Lima resolveu ter uma festa para chamar de sua. “Será meio que um quintal de casa”, conta o músico ao G1. A festa Infamous começa nesta terça-feira (5), no Mono Club, em São Paulo.

Em todas as edições, a atração principal será seu projeto de música eletrônica Dexterz, completado por Julio Torres e Amon Lima. O trio é conhecido por misturar vários elementos como violino, aparelhos tecnológicos e música eletrônica.

Em entrevista por telefone, Junior, de 28 anos, fala sobre seus artistas preferidos (Daft Punk, sobretudo) e compara a arte de fazer música pop rock ou eletrônica. “É como comparar fruta com pizza”, resume.

G1 – Como criaram a festa?

Junior Lima – Eu já queria fazer algo fixo em São Paulo, porque muita gente daqui acaba perguntando quando vai ter show do Dexterz. Nós tocamos muito pouco em São Paulo e viajamos muito pelo Brasil. Nessas, resolvemos ter um lugar para convidados, nossos amigos, e um ambiente para fazer experiências, testar coisas novas para agregar aos nossos shows. Será meio que um quintal de casa. É uma festa informal mais para nós e nossos amigos.

G1 – Por que este nome para a festa?

Junior Lima – Primeiro, nós fizemos uma lista gigante de nomes e esse foi um dos melhores, que agradou bastante. E tem várias formas de se ler, além de ser o nome de um videogame que nós gostamos.

G1 – Qual a diferença entre fazer música eletrônica e música pop ou rock?

Junior Lima – No caso da música eletrônica, eu sou mais percussionista do que baterista. É diferente de quando eu era baterista de banda [veja grupos ao lado]. Normalmente, em uma banda, o baterista é o coração. Agora é diferente. Estou mais enfrentando o som que está rolando do que conduzindo tudo. Mudou minha maneira de enxergar. O universo da música eletrônica é muito diferente, desde o público até o ambiente, que é mais intimista. É diferente de ser vocalista de uma banda, como eu já fui também. Mas não tem como comparar esses estilos. É como comparar fruta com pizza. Eu gosto de todas. Mas me dá muito prazer tocar no Dexterz e já estamos há um bom tempo juntos, o que significa que estamos agradando.

G1 – Quando vocês vão para festivais, já sentiram alguma plateia que fosse mais fria e distante? É difícil encarar uma plateia depois de Ivete Sangalo, por exemplo, como aconteceu no Arte Music Festival, ano passado em Fortaleza?

Junior Lima – Na verdade não. Não fica difícil porque eu e o Amon já temos muita experiência com palcos grandes. Quando vou tocar em palcos maiores me sinto mais à vontade. O show flui mais fácil porque já associo ao que fiz a minha vida inteira. Em um lugar mais intimista, tenho que me concentrar e me compreender na condição de artista.

G1 – O que você está ouvindo de música eletrônica?

Junior Lima – Tenho como referência o Justice, o Daft Punk, o francês Sebastian, Todd Terje, e outros nomes que não me lembro agora.

G1 – Para você que já saiu muito em turnê no Brasil e lá fora, qual a diferença de se apresentar em vários lugares e ser residente de uma festa?

Junior Lima – Gosto da fidelização do público que uma festa traz. A galera que gosta do som aparece todas as vezes. Senti muito isso quando tocava no Na Mata Café [casa noturna de São Paulo]. Claro que todo show é prazeroso. A hora que eu entro no palco o mundo desaparece e só existe aquilo. O resto é que muda. A festa é pertinho de casa, já nos shows de turnê temos que pegar a estrada, é mais cansativo.

G1 – Você pensa em seguir carreira solo ou criar algum outro projeto paralelo?

Junior Lima – Agora não sobra espaço para isso. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas não é impossível que aconteça. Já fiz tanta coisa diferente. O formato é que sempre muda um pouco. Por enquanto não tenho outros projetos. Sou 100% Dexterz.

G1 – A Sandy fez um trabalho baseado na chegada dos 30 anos. Pensa em fazer algo relacionado ou tem alguma ‘crise’ do tipo?

Junior Lima – Não, ela já fez isso e fez muito bem. Ainda falta um tempinho para eu completar 30 anos. Não parei para pensar nisso na verdade.

G1 – Qual é a chance de você fazer um projeto para comemorar alguma efeméride ao lado da Sandy, para relembrar a dupla?

Junior Lima – Por enquanto, não tenho nenhum projeto além do Dexterz.

Festa Infamous – Dexterz, Killer on the Dancefloor, Dot Larissa, Andy e Jeff Paiano

Quando: terça-feira (5) e nas primeiras terças de cada mês

Onde: Mono Club – Rua Augusta 480, São Paulo

Ingressos: R$ 30 (mulher), R$ 40 (mulher/consumação), R$ 40 (homem) ou R$ 80 (homem/consumação)

Por G1

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