Doenças do aparelho circulatório são as que mais atingem taxistas

29 ago 2014 - 08:02


Alimentação incorreta, falta de alongamento e exercícios físicos regulares afetam à saúde dos profissionais.

Fotos: Olival Santos

Fotos: Olival Santos

Estresse, depressão, embolia e problemas do aparelho circulatório são as doenças mais comuns principalmente entre os taxistas. O alerta foi apresentado pela médica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Gardênia Santana, durante uma ação educativa realizada em Maceió, nesta sexta-feira (28), quando se comemorou o Dia do Taxista.

Doenças que, ainda de acordo com a especialista, surgem devido à condição de trabalho dos taxistas, que são obrigados a permanecer parados e na mesma posição por longas horas. Por esta razão, Gardênia Santana orienta que estes profissionais devem investir na prática de exercícios físicos regularmente, além de cuidar da alimentação.

Isso porque, as doenças que mais afetam os taxistas acabam comprometendo a produtividade e podem, inclusive, levar à invalidez, segundo destaca a médica da Sesau. “Por esta razão, é importante alongar-se a cada uma hora. Esta ação representa uma medida simples, mas que faz toda a diferença para o bem estar dos profissionais que trabalham guiando automóveis”, orientou Gardênia Santana.

Ela admite que parar a cada uma hora para alongar-se exige muita disciplina, o que se torna difícil diante da correria do dia a dia, já que a jornada de trabalho dos taxistas geralmente ultrapassa oito horas e os engarrafamentos das grandes cidades dificultam uma pausa a cada 60 minutos. “No entanto, é necessário alongar-se pelo menos uma vez a cada turno de trabalho, evitando o desencadeamento de trombose”, orientou Gardênia Santana,

Mas, além dos alongamentos periódicos, a médica recomenda que os taxistas, ou qualquer profissional que dirija profissionalmente, possa praticar exercícios físicos regularmente, evitando a hipertensão e o diabetes, que provocam doenças cardiovasculares. Outra dica importante é cuidar da alimentação, preferindo refeições leves e ricas em frutas e verduras, a fim de evitar o sobrepeso, já que a profissão de motorista contribui para o sedentarismo.

“Também é importante cuidar da jornada de trabalho, já que muitos profissionais trabalham por produtividade e dirigem mais de 12 horas todos os dias, conforme informaram no questionário aplicado durante a ação realizada nesta quinta. Isso contribui para o estresse no trânsito, que também é um fator de risco grave para o desencadeamento de uma série de doenças, além de contribuir para o aumento do risco de acidentes de trânsito”, salientou Gardênia Santana.

Orientações que o taxista José Roberto de Souza afirma que irá seguir, uma vez que, segundo informou durante a ação da Sesau, seu cotidiano é corrido, com poucas horas de sono e sem uma alimentação saudável. “Sabia que minha saúde não estava bem, mas os exames apontaram que estou com diabetes. A partir de agora irei corrigir minha alimentação, pois tenho abusado de massas, gordura e açúcar, além de voltar a praticar exercícios físicos, pois estou sedentário”, admitiu em conversa com a médica da Sesau.

Questionário – Além de aplicação de um questionário com os taxistas, onde a Diretoria de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Divisat) obteve um diagnóstico sobre o comportamento dos profissionais, também foram realizados testes de glicemia e aferição de pressão arterial. Neste questionário, os técnicos puderam conferir se os taxistas seguem as diretrizes que podem evitar doenças inerentes à profissão, orientando-os posteriormente para que levem uma vida mais saudável.

A ação em alusão ao Dia do Taxista foi realizada em parceria com a Associação dos Profissionais de Taxi de Maceió (Asprotam) e Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). Os taxistas também tiveram a oportunidade de cortar o cabelo e doar sangue, graças a parcerias firmadas com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Hemocentro de Alagoas (Hemoal).

Por Josenildo Torres / Agência Alagoas

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