Comerciantes reúnem membros da SSP-AL e falam de crimes em Santana Secretário Alfredo Gaspar participou do encontro e sugeriu maior engajamento com outros setores, como Judiciário e Prefeitura.

Lucas Malta / Da Redação

13 jan 2022 - 14:44


Comerciantes estiveram com membros da SSP-AL (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Comerciantes que atuam em Santana do Ipanema, município no Médio Sertão de Alagoas, realizaram, na manhã desta quarta-feira (12), uma reunião com representantes da Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), a fim levar ao conhecimento a onda de furtos e assaltos ocorridos desde o fim do ano passado, em estabelecimentos da cidade. 

O Secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, liderou a comitiva, ao lado de outros integrantes, como o Diretor de Área da Polícia Civil, Cícero Lima, o comandante do 7º Batalhão da PM, tenente coronel Gouveia, além do ex-titular do CPAI, tenente coronel Moura, dentre outros membros da segurança.

Relato dos empresários

Da parte dos empresários, quem puxou os assuntos, e inclusive articulou o encontro, junto com o policial civil, Albério Wanderlei, foi o proprietário da loja Alagoas Eletrolar, Jorge Lourenço, popularmente conhecido por Juca. Ele relatou ter sido vítima de furto, por mais de uma oportunidade, e até recado dos bandidos já recebeu.

Além de Juca, empresários de outros setores deram seus depoimentos, como Brenisson, dono de um mercadinho no bairro São José ou ainda o advogado Iran Nunes, que gere com a esposa uma farmácia de manipulação no município. Dono de um restaurante, Tiago Barros também trouxe sua opinião e falou da situação de prestar queixas.

“Muitos comerciantes não registam os crimes, tanto pelo medo de represália, quanto por uma questão de precisar as vezes se deslocar para Delmiro ou Batalha. Todavia, eu sempre afirmei que somente registrando, esses casos vão chamar a atenção da Segurança Pública e podem assim serem resolvidos”, destacou Barros.

Alfredo Gaspar falou sobre a dificuldade que algumas delegacias do Estado tem passado, por conta do pouco efetivo de delegados, contudo, o secretário disse que em breve o Estado deve resolver essa questão, mas ele lembrou da ferramenta da delegacia interativa, que qualquer pessoa pode usar, sem precisar se deslocar à sede da polícia.

PM também falou

Após os comerciantes relembrarem os crimes ocorridos, o comandante do 7º Batalhão fez questão de ressaltar que a maioria dos casos foram acompanhados de perto e tiveram providências da Polícia Militar. Entretanto, o oficial disse que alguns dos autores dos crimes foram liberados, dias após suas prisões.

Ao ouvir o relato do comandante, Alfredo Gaspar enfatizou que a polícia tem trabalhado, mas a legislação não ajuda, pois crimes de menor potencial, deixam criminosos fora da cadeia. O secretário pediu que os empresários façam uma nova reunião, desta vez com os representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público.

“A gente não tá satisfeito com o que está acontecendo aqui. Vamos tomar as providências, mas vocês precisam também cobrar dos outros setores envolvidos, do contrário, a polícia só vai enxugar gelo. É preciso haver sensibilidade do Judiciário local, para não deixar criminosos contumazes livres”, pontuou Gaspar.

Câmeras e Guarda Municipal

Outro ponto muito abordado na reunião foi a implantação de câmeras de segurança no centro da cidade, bem como criação de uma guarda municipal. Segundo Alfredo Gaspar, se o município adquirisse ao menos 30 câmeras, a SSP se comprometeria em ceder policiais militares para fazer o monitoramento.

“Pelo menos 30 câmeras já seriam um bom começo para inibir o crime no centro da cidade. Se vocês conseguirem isso com o município, eu garanto uma sala e os militares para acompanhar esse monitoramento”, declarou Alfredo Gaspar.

O próprio secretário questionou o porquê de Santana do Ipanema, pelo tamanho que já se encontra, não possuir uma guarda municipal. Para responder a pergunta, alguns dos comerciantes informaram que tanto as câmeras, quanto a guarda municipal já foram pautas levadas à Prefeitura, mas que até o momento não tiveram respostas.

Durante a reunião, o comerciante Juca sugeriu que ele e os próprios colegas possam arrumar uma solução conjunta para o caso das câmeras. O dono de lojas disse estar disposto a aderir a um projeto em que um grupo de empresários possa arcar com os custos das câmeras, ao invés de esperar o Poder Público Municipal.

“Eu acredito que se um grupo de 200 empresários se dispor, o custo para aderir a um sistema de câmeras não será maior do que os prejuízos que já tomamos, com esses roubos e assaltos que vêm acontecendo. Eu sou o primeiro a aderir e convido os meus colegas para também se juntar”, levantou o comerciante.

Providências

Num grupo de whatsApp, criado pelos empresários, um dia depois dessa reunião com a SSP, outros comerciantes foram informados que deverá ser marcada uma nova reunião com membros do Poder Judiciário. Também foi levado ao conhecimento e sugerido o projeto para implantar as câmeras de segurança, custeado pelos empresários.

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