Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


Quais os perigos do acesso à internet para crianças e adolescentes?

17 fevereiro 2019


Foto: Nadine Doerle / Pixabay

Nos dias atuais tem se tornado cada vez mais comum, crianças e adolescentes terem acesso a informações de nível global, conteúdos culturais, políticos, lazer, entretenimento, relacionamento social e posicionamento profissional. Toda essa acessibilidade, combinada com os aparelhos modernos e a velocidade da internet móvel, quase sempre acessada em toda localidade, traz vários riscos para crianças e adolescentes.

A moda é seguir e compartilhar as dicas do (influencer digital). As redes sociais são meios de comunicação, que conectam pessoas dos mais variados lugares do mundo por área de interesse numa plataforma virtual, de maneira instantânea independente da distância a custo quase zero. Considerando tamanha facilidade e amplitude de navegação, se faz necessário conhecer os pontos negativos que precisam ser tratados com muita seriedade e cuidado.

Assim como as mídias sociais são utilizadas, para divulgar informações importantes e potencializar habilidades ou características de alguém, são também muito utilizadas de maneira criminosa, para difamação, (fake news), criar fofocas, intrigas que destroem relacionamentos, causar constrangimento e prejuízos às vítimas.

Além de atentados, apologia a crimes, maus tratos contra os animais, violações dos Direitos Humanos, incentivo ao racismo, neonazismo, homofobia e intolerância religiosa, aliciamento de menores, grupos de pedofilia. Esse último com grupos artilhados que chegam a pagar para obter fotos, vídeos e informações de crianças vulneráveis, assim como é noticiado em páginas policiais.  

Para pais, mães e/ou responsáveis de crianças e adolescentes, deixo os seguintes questionamentos.

Você sabe a senha do telefone do seu filho?

Deveria saber, pois ele ainda não tem maturidade para decidir e dirigir a vida sozinho. Ele precisa ter privacidade de estranhos, mas de você não.

Você sabe quem são os seguidos do seu filho no Instagram e facebook?

Se não sabe, possivelmente ele tem seguidores que são aliciadores de menores e pedófilos que tentam seduzi-lo. É obrigação sua enquanto responsável saber com quem se relaciona seu filho.

Você monitora por onde seu filho navega com o smartphone?

Se não monitora, ele possivelmente está em risco potencial, as vezes divulgando mais do que devia de informações dele e da família. Pessoas para ajudar raramente aparece, mas para fazer o mal existe especialistas sabendo de sua vida inteira.

Você acha saudável ele (criança) usar um brinquedo (telefone) com acesso ao mundo tudo?

Talvez você (responsável) se utilize disso (telefone) para não cumprir seu papel de pai e mãe de crianças e adolescente. Ao em vez disso, você construiria uma relação mais saudável dando atenção e brincando com seu filho. A criança que brinca muito tempo com telefone, se desenvolve sendo vulnerável a doenças e em relações virtuais sem afeto.

Quando uma pessoa compartilha, nas redes sociais, informações pessoais e de sua vida particular, tais como fotos e vídeos, endereço, telefone, horário e locais onde frequentam, está se expondo virtualmente de uma forma exagerada e perigosa.

Quem de nós sai distribuindo fotos em praça pública e falando nos ônibus, a quem quer que seja, sobre os horários e locais que costuma frequentar?

É preciso compreender que o mundo virtual faz parte do mundo real, se em nossas casas construímos muros e grades para nossa segurança, então devemos ter cuidado em preservar nossa privacidade. O usuário das redes sociais deve se sentir confortável com o que publica na internet e ao criar seu perfil, deve ser cauteloso, pois nunca se sabe quem estará lendo essas informações e quais são suas reais intenções.

Nosso mundo atual é violento e os riscos são muitos: golpes, sequestros falsos e verdadeiros, pedofilia, ameaças e chantagens, críticas, julgamentos equivocados e exclusões sociais.

Senhores pais e/ou responsáveis, assim como os educadores, devem ficar atentos quanto ao uso das ferramentas tecnológicas pelas crianças e adolescentes porque, aprender a criar e acessar páginas na internet, fazer vídeos e manipular imagens nas redes sociais é muito fácil, mas ter uma postura ética e responsável depende de uma orientação com qualidade e eficiência, para que esses jovens possam entender e internalizar a dimensão pública a qual estarão expostos, não só em relação aos seus direitos, mas sobretudo aos deveres impostos pela nossa constituição.

Para finalizar deixo uma pequena frase de minha autoria.

“Somente pelo contato humano, afeto e presença dos pais é possível educar e desenvolver crianças saudáveis”. Diógenes Pereira.

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