Cirurgia endovascular reduz em 50% tempo de internação no HGE

06 out 2014 - 10:43


Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do hospitalar funciona na Unidade Hospitalar Especializada Irmã Dulce e foi implantado em abril deste ano.

Foto: Ascom

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O Hospital Geral do Estado tem realizado procedimentos cirúrgicos endovasculares desde abril deste ano. O serviço atua no diagnóstico e tratamento de doentes que apresentam problemas na circulação arterial, venosa e ou linfática. Atualmente, realiza angiografias diagnósticas e cirurgias endovasculares, com procedimentos minimamente invasivos. Todos com cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do HGE funciona na Unidade Hospitalar Especializada Irmã Dulce. São realizados, em média, 26 atendimentos vasculares por dia, na unidade hospitalar. Antes da implantação do serviço, o HGE realizava, em média, 98 cirurgias vasculares. Em agosto, o hospital realizou 210 cirurgias.

Segundo o coordenador do Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular, o médico Cézar Ronaldo Alves, já é possível observar uma redução de aproximadamente 50% do tempo de internação dos pacientes vasculares. Ele também ressaltou a diminuição da necessidade de amputações de membros destes pacientes.

Verônica Omena, diretora do HGE, afirmou que as novas técnicas endovasculares fornecem uma perspectiva diferente para os pacientes, com tempo de recuperação mais rápido, incisões menores ou punções arteriais, menos tempo de UTI, com internações mais rápidas e outras vantagens.

“É mais um avanço na nossa unidade hospitalar. O Hospital Geral está com condições para trabalhar com o que há de mais moderno na área”, afirma.

A médica acrescenta que este tipo de cirurgia endovascular é oferecida em poucos centros referenciados pelo SUS no país. “As cirurgias vasculares e endovasculares são práticas adotadas nos melhores centros do país, isto qualifica o HGE entre os melhores hospitais do Estado”, observou.

Atendimento vascular

O médico cirurgião endovascular Cézar Ronaldo explicou que as doenças vasculares são que mais causam morbidade e mortalidade no Brasil. “Pacientes com complicações da diabetes como os pés diabéticos, hipertensão arterial sistêmica, doença arterial obstrutiva periférica, aneurismas, traumas graves, dentre outras, elevam os índices de amputações e mortalidade. Com a técnica endovascular, é possível diminuir estas amputações”, afirmou.

Segundo o especialista, a prática trata-se de uma técnica cirúrgica desenvolvida na área vascular com o objetivo de minimizar as vias de acesso a determinados vasos, necessárias à resolução de problemas vasculares complexos.

“É uma cirurgia por dentro dos vasos, minimamente invasiva. O procedimento é feito por meio de cateteres, bainhas, fios guias, balões e stent, para diagnosticar e tratar as doenças dos vasos afetados”, esclareceu o cirurgião.

A maior diferença entre a cirurgia vascular e a endovascular é a forma de acesso aos vasos que necessitam de intervenção. No procedimento endovascular não é necessária a abertura ampla para a realização da cirurgia, a anestesia geral pode ser substituída por uma sedação ou uma raquianestesia, trazendo consequentemente menos complicações no pós-operatório.

Política de Estado

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas, a ampliação da oferta de procedimentos vasculares no HGE, como também dos ortopédicos, além de qualificar a gestão hospitalar e a assistência prestada à população alagoana, acaba com uma velha distorção no sistema de saúde de encaminhar esses pacientes para Coruripe pela insuficiência anterior de oferta desses serviços na rede da capital.

“Por determinação do governador Teotonio Vilela, conseguimos ampliar e qualificar esses serviços, além de não encaminhar os pacientes para Coruripe, geralmente para amputação. Com isso, reduzimos a mortalidade, o tempo de permanência no hospital e conseguimos diminuir as amputações. Essas ações contribuíram de forma decisiva para acabar com os pacientes em macas nos corredores, que hoje é uma página virada na assistência do HGE e uma marca histórica como política de Estado”, enfatizou Villas Bôas.

Por Neide Brandão / Agência Alagoas

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