Cânions do São Francisco já recebem mais visitas que áreas em Fernando de Noronha

10 mar 2019 - 04:00


Cânions do São Francisco já são mais visitados que áreas de Fernando de Noronha (Foto: André Silva / Cortesia)

Um levantamento realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) apontou que o “Monumento Natural do Rio São Francisco”, também conhecido como Cânions do São Francisco, que fica situado entre Alagoas e Sergipe, recebeu 658 mil visitantes em 2018.

Esse número, segundo o próprio estudo, é maior que que as visitas feitas, também em 2018, a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha (541 mil visitantes) e do Parque Nacional Marinho da mesma cidade pernambucana (526 mil).

Os Cânions no Velho Chico também ficaram na frente de outro grande ponto turístico alagoano, a Área de Preservação Ambiental da Costa dos Corais, que recebeu quase 300 mil visitantes, menos que a metade dos que foram ver as belezas no Sertão de Alagoas.

Estudo do ICMBio

O levantamento do instituto observou que houve um grande aumento de visitas a unidades de conservação espalhados pelo país. Para o presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard, esse dado é decorrente do maior interesse das pessoas pelo meio ambiente e por experiências na natureza, aliado ao trabalho de estruturação das unidades.

“Houve um forte trabalho de estruturação dos parques nacionais, com capacitação das equipes técnicas, diversificação das oportunidades de recreação e melhora na infraestrutura, sempre considerando os aspectos de conservação do meio ambiente e o bem-estar do visitante. Esse aumento da visitação é muito bom, ao conhecer um parque a pessoa passa a valorizar a natureza e o trabalho de conservação que é realizado alí, ela se torna uma aliada da conservação. Mas é importante oferecer boas condições para essa visita” diz Eberhard.

O presidente do ICMBIo também acrescentou: “Vamos colher nos próximos anos resultados importantes decorrentes do processo de concessão de serviços de uso público, com a realização de parcerias com a iniciativa privada para estruturação da visitação. Por exemplo, acabamos de assinar a concessão do Parque Nacional de Itatiaia, onde serão investidos cerca de R$ 17 milhões”.

Para Paulo Faria, Coordenador de Estruturação da visitação e Ecoturismo do ICMBIo outra ação de destaque foi a sinalização e manejo de trilhas, proporcionando a prática de uma grande variedade de atividades, como caminhadas, cicloturismo, observação de aves, atividades educativas e atividades aquáticas, apenas para citar as mais populares.

Um exemplo é a Floresta Nacional de Brasília, que ganhou uma rede de trilhas com diversas quilometragens, variando entre 6 a 36 km, desenhadas para diferentes públicos.

De acordo com um estudo realizado pelo ICMBio, em 2017 os visitantes gastaram cerca de R$ 2 bilhões nos municípios do entorno das unidades de conservação. Com isso, foram gerados cerca de 80 mil empregos diretos, R$ 2,2 bilhões em renda, outros R$ 3,1 bilhões em valor agregado ao Produto Interno Brunto (PIB) e mais R$ 8,6 bilhões em vendas.

Os resultados mostram que a cada R$ 1 real investido, R$ 7 retornam para a economia. O ICMBIo divulgará os resultados econômicos da visitação de 2018 neste mês de março.

Da Redação com informações do ICMBio

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