Sobre Clerisvaldo Chagas

Romancista, historiador, poeta, cronista. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.


CAFÉ COM O QUEIJO ALAGOANO

9 abril 2018


Laticínio em Major Izidoro (Foto: Agência Alagoas)

Quem quiser que não ache, mas nenhuma comida típica sertaneja supera o café com queijo. Transportando a delícia para séculos passados, o queijo de coalho e de fogo surgiram em Alagoas com a ocupação do Sertão pelos rebanhos bovinos. Os fazendeiros das fazendas de criar passaram a ser autossuficientes em questões básicas de alimentos.

Entre outros produtos estava o queijo de coalho, fabricado com leite cru e o coalho natural. Essa iguaria vem varando o tempo, nas mesas da roça, nos bornais de cangaceiros, vaqueiros e forças volantes, significativa com farinha de mandioca e rapadura. Atualmente, devido aos apertos cada vez maior das autoridades em busca da saúde, o queijo de Alagoas passa por uma transformação espetacular.

As fábricas estão se organizando e, obrigadas por lei, procuram fabricar o produto com leite pasteurizado. Nos laticínios de Alagoas, são produzidos 30% do queijo de coalho. O sindicato da categoria estima que o estado produza 15 mil quilos de queijo de coalho/dia, 60 toneladas por mês. Existe até fábrica que desenvolveu o próprio queijo na fazenda, sem os estudos já existentes, atingindo uma qualidade superior.

Produtores batalham por uma identificação internacional do queijo de coalho de Alagoas, assim como de uma região específica do queijo mineiro. É uma espécie de identificação geográfica diferenciada: “selo referencial de qualidade”. Esse alimento apreciado pelo alagoano está em todo o território estadual, cada vez mais com selo de inspeção, municipal, estadual ou federal.

Diz uma das inúmeras canções de vaqueiros:

“Ela pergunta ao amado:

Você quer café com queijo?

Ele responde sorrindo:

Eu quero é lhe dá um beijo…”.

E assim vamos torcendo para que o nosso estado consiga logo esse tal selo referencial de qualidade, para que possamos nos orgulhar mais ainda dos nossos atrativos lácteos.

Por falar nisso, licença que um bom café e uma generosa fatia de queijo de coalho me aguardam.

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de abril de 2018

Crônica 1.875 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

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