Vereadora Dôra de Ubiratan faz homenagem no dia Internacional da Mulher

dora_donaNo dia internacional da mulher a vereadora Dôra de Ubiratan (PDT), fez sua homenagem às mulheres e participou na manhã de hoje (08), da missa solene dedicada à passagem do dia na Igreja Sagrada Família em Santana do Ipanema.

Sendo a única representante feminina no poder legislativo fez questão de não deixar passar esta data em branco, e fez homenagem a uma santanense de coração D. Jovem como é conhecida.

Joventina Maria da Conceição lima (D. Jovem), que é natural de Senador Rui Palmeira, aos 24 anos de idade veio morar em Santana do Ipanema e nunca mais saiu da cidade, se casou com o agricultor Caetano Vieira de Lima e se tornou Santanense de coração.

Ficou conhecida na cidade por vender coxinha e cocada, nas escolas e ruas por 23 anos, foi assim que ganhou muitos amigos e admiradores por ser uma mulher tão batalhadora, dentre eles a vereadora Dôra que resolveu homenageá-la pela bela historia de vida.

“Por ter uma historia de vida tão parecida com a minha resolvi fazer essa homenagem a essa mulher tão forte e guerreira”. Ressaltou a vereadora Dôra.

Na oportunidade a homenageada recebeu um buque de rosas e todas as mulheres presentes receberam um botão de rosas representando assim a beleza feminina.

Por Eliane Aragão

O interior ultrapassou a capital

Prof MarcusO potencial de consumo dos lares brasileiros tem agora um novo líder. A região do interior do estado de São Paulo ultrapassou a Capital e a Região Metropolitana de São Paulo (38 cidades) e se converteu no maior mercado consumidor do país.

Os números que representam esse cenário são ilustrativos. Em 2012, os mais de 22 milhões de habitantes das 607 cidades do interior paulista gastaram pouco mais de R$ 380 bilhões, ao passo que os moradores da capital e da Região Metropolitana gastaram R$ 379 bilhões em alimentação, habitação, saúde, transporte e lazer.

Essa pujança consumista do interior paulista está intimamente relacionada a alguns segmentos produtivos. O fato proeminente é que a “interiorização” da economia transformou o mapa do desenvolvimento do Estado ao colocar na agenda de investimentos o agronegócio (respondendo hoje, por exemplo, com mais de 63% da produção nacional de açúcar, 60% da de álcool, 95% do suco de laranja exportado e 13% do gado abatido), além dos segmentos de petróleo e gás. Esses três segmentos, em conjunto, permitiram levar novas tecnologias ao interior, facilitando a geração de empregos e o aparecimento da renda, estimulando como consequência o consumo.

Em 2011, a região do interior paulista absorveu 44% dos empregos gerados no Estado. Esse percentual representa 13% de toda a geração de empregos no País. Um ano antes, em termos de valores, os investimentos foram de quase R$ 50 bilhões no Estado de São Paulo, sendo que o interior abocanhou mais de R$ 21 bilhões desse montante. Já em 2011, o Estado de São Paulo somou em investimentos a importância de quase R$ 84 bilhões. Desse montante, mais de 50% tomaram as estradas rumo às cidades do interior.

Com geração de emprego e renda em alta, melhoram-se consideravelmente as condições de vida da população. Tomando como base o Índice de Desenvolvimento Municipal que mede o desenvolvimento dos municípios a partir das quantidades de emprego formal, matrícula infantil, consultas pré-natais e mortalidade infantil, dos 100 melhores do Brasil 73 estão em São Paulo (dados de 2012).

Os dez melhores índices nacionais são cidades paulistas, localizadas a mais de 430 km da capital, com destaque para as duas primeiras: Indaiatuba e São José do Rio Preto.

Esse avanço econômico do interior paulista se conecta ao intenso processo de descentralização que a economia brasileira tem vivenciado. Quando uma região absorve empresas com potencial tecnológico, como é o caso dos segmentos mencionados acima, leva-se junto toda uma cadeia de novas empresas do setor de serviços e, principalmente, de comércio. Isso dinamiza e pulveriza a atividade econômica, pois permite o surgimento de novas demandas, estimulando mais ainda o consumo em todas suas vertentes.

Não por acaso, há mais shoppings-centers no interior do que na Grande São Paulo. Ilustrando melhor essa situação é oportuno dizer que 80% de toda a produção de cosméticos e eletrônicos, por exemplo, é consumida no interior paulista.

Nesse pormenor, os principais destaques ficam para Campinas, Sorocaba (que possui mais de 1,5 mil indústrias no segmento de manufatura), São José dos Campos e a Baixada Santista.

Junto aos investimentos em paralelo aparece o consumo. A renda per capita de cidades como São José dos Campos e Campinas, por exemplo, é de R$ 34 mil e R$ 27,7, respectivamente. Esses valores são superiores à média nacional que é de R$ 19 mil.

Em 2011, o interior paulista contava com um PIB de US$ 146 bilhões, valor superior a toda a produção de bens e serviços da Nova Zelândia. A força econômica do interior paulista supera a produção de vários países, dentre eles o Chile (que produz 10% menos).

Esse potencial decorre do fortalecimento da infraestrutura da região interiorana. Uma região que contém o maior porto do país (Santos), uma importante hidrovia (Tietê-Paraná) e alguns bons aeroportos facilitando o escoamento de cargas (Viracopos, em Campinas, p. ex.) sempre será fortalecida em relação a lugares cuja infraestrutura ainda carece de investimentos.

Não obstante a isso, vale mencionar o exemplo da região do Vale do Paraíba que abriga a quarta maior indústria mundial de aviões de uso comercial, a EMBRAER, em São José dos Campos.

Em termos de valores científicos, o interior paulista conta com importantes polos universitários: Campinas (UNICAMP), Ribeirão Preto (USP), São Carlos (USP), São José dos Campos (ITA) e Piracicaba (ESALQ) são modelos de produção intelectual, uma vez que respondem por ¼ de toda a produção científica do país. Tudo isso permite o fortalecimento econômico, cultural e também político do interior.

(*) Economista, com especialização em Política Internacional e mestrado em Estudos da América Latina pela (USP).

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Dinotrilha é destaque no Motocross do Nordeste

Dinotrilha, Equipe de Motocross com sede na cidade de Maravilha, no Estado de Alagoas, hoje considerada a melhor equipe de Motocross do Nordeste, iniciou-se com uma trilha de motos pelos povoados e serras da cidade no ano de 2007, tendo como organizador, Pedro Angelo e sua esposa Catarina Melo. A trilha continuou durante quatro anos, e durante esses anos a paixão pelo Motocross foi crescendo e juntos decidiram que a Dinotrilha seria uma equipe de Motocross composta por três pilotos filhos do casal.

No inicio não foi fácil. Pouca experiência , mas a vontade de crescer e ganhar reconhecimento era maior do que qualquer dificuldade. Foram cinco anos de batalhas e busca pela perfeição, uma vida dedicada ao esporte. Apesar de pouco tempo, as portas foram se abrindo e a equipe foi ganhando espaço na região nordeste, e credibilidade com vários patrocinadores que não mediram esforços para ajudar no que fosse preciso. Em 2010 foi feita a primeira participação a nível nacional na final da Superliga de Motocross em Poços de Caldas com o Pedro Melo Jr. na categoria 85, e dai não parou mais.

Em 2011, foi dedicação total aos pilotos onde fizeram vários treinamentos com o treinador Maguila, ao qual a equipe tem maior consideração e respeito, e onde o mesmo foi um dos responsáveis pelos pódios do Pedro Melo Jr. na Superliga e no Brasileiro de Motocross na categoria 85.

 2012 foi um ano de várias modificações na equipe, inclusive a vinda de um piloto espanhol Adrian Garrido que trouxe muito o que oferecer a equipe com sua experiência e profissionalismo. E do mecânico espanhol Sebastian Rotger, que também faz parte da equipe. Houve uns contratempos no inicio das provas nacionais porque três dos pilotos, inclusive o Adrian Garrido, entrarem o ano de cirurgia, ao qual não foi fácil para eles por não terem tido pré-temporada. Mesmo assim ainda conquistaram titulos estaduais.

Enfim, um ano de muito sucesso para todos, e o que se espera para 2013 é mais sucesso !! Hoje a equipe continua firme com os pilotos Adrian Garrido na MX1, Pedro Melo Júnior na MX2, Pedro Patrick na MX2 e Pedro Neto na 85, e os planos são participar do campeonato Brasileiro e fazer um campeonato estadual, que será o campeonato Pernambuco. Agradecimentos aos nossos patrocinadores de 2012 que

foram primeiramente Deus , VLT Gás Alagoas, ASW Racing, MRP Racing, NFS E Neyfa, Shiro Helmets, Polisport, Rede Farma, Espaço do Bordado, Detone Gráficos e FA Serviçoes Imobiliários.

Piloto : Pedro Neto Categoria 85 Nome completo : Pedro Samuel de Melo Neto Idade : 13 anos Nacionalidade : Brasileira

Temporada 2012 26° Superliga Brasil de Motocross (apenas 1 etapa) 85 15° Campeoato Brasileiro de Motocross (apenas 3etapas ) 85 Campeão Arena Nordeste 85 Campeão Sergipano 85 Campeão Alagoano 85

Temporada 2011 Campeão Alagoano 65 Campeão Arena Nordeste 65 Vice-campeão Sergipano 65 11º campeonato Brasileiro (apenas 2 etapas ) 65

Piloto : Pedro Patrick ‘Tock’ Categoria MX2 Nome completo : Pedro Patrick Alves de Melo Idade : 15 anos Nacionalidade : Brasileira

 Temporada 2012 Vice-Campeão Alagoano 85 11° campeonato Brasileiro (apenas 1 etapa) 180 Jr.

Temporada 2011 Campeão Alagoano 85 3º colocado do Arena Nordeste 85

Piloto : Pedro Melo Júnior ‘Júnior Cão’ Categoria MX2 Nome completo : Pedro Angelo Samuel de Melo Júnior Idade : 17 anos Nacionalidade : Brasileira

 Pedro Melo Júnior ‘Júnior Cão’

Temporada 2012 Campeão do Campeonato Alagoano mx1. Campeão do Campeonato Alagoano mx2 23° Campeonato Brasileiro (apenas 3 etapas). 17° Superliga Brasil de Motocross (apenas 2 etapas).

Temporada 2011 Vice-Campeão Alagoano cat. Mx2 Vice-Campeão Alagoano cat. 85cc. 7º Campeonato Brasileiro cat. 85cc. 8º Super Liga Brasil de Motocross cat 85cc. 4º colocação na etapa do Arena Cross cat. 85cc em Brasilia DF.

Temporada 2010 Vice-Campeão copa Guará Alagoano cat. 85cc. Vice-Campeão Pernambucano cat. 85cc.

Piloto : Adrian Garrido Categoria MX1 Nome completo : Adrian Garrido Gago Idade : 28 anos Nacionalidade : Espanhola

 Adrian Garrido

Temporada 2012 Campeão Arena Nordeste mx1 11° no Campeonato Brasileiro (Apenas 3 etapas) mx1 19° Superliga Brasil de motocross (apenas 1 etapa) mx1

Temporada 2011 9 º Campeonato de Espanha Mx Elite (Melhor 3, após 5 corridas, de 8 de lesão e agendamento com o Mundo) 21 ° no Mundial de MX3 (Best 8, de 8 de participar de 3 testes por falta de fundos) Motocross Champion galego Supercross Campeão da Galiza Internacional Campeão do Motocross Principado das Astúrias

Temporada 2010 3 º Motocross Championship na Espanha 4 º Campeonato Supercross na Espanha Motocross Champion galego Supercross Campeão da Galiza Champion International testes Motocross (Ereno, Sariego e Peão).

Temporada 2009 Supercross Campeão da Galiza Motocross Champion galego 4 º Campeonato Supercross na Espanha 7 º classificados Espanha Campeonato Elite (fratura de clavícula) Classificado em 15 º no Campeonato do Mundo MX3 (fratura de clavícula)

Temporada 2008 7 º classificados Espanha Campeonato Elite (fratura de clavícula) Classificado em 15 º no Campeonato do Mundo MX3 (fratura de clavícula).

Temporada 2007 9º Motocross Championship na Espanha (fratura do ombro) Classificado em 15 º Campeonato Europeu de Supercross 4º Campeonato Supercross na Espanha 9º Motocross Championship na Espanha 4º Na parte superior da Espanha Freestyle Grave

Temporada 2006 4 º Campeonato Supercross na Espanha 9 º Motocross Championship na Espanha 4 ° Na parte superior da Espanha Freestyle Grave Finalista em todos os testes Supercross Internacional (Barcelona, Girona, Génova, etc.)

2004 3 segundo Supercross Campeonato de Espanha de 250cc 4 º Motocross Championship na Espanha Senior

2003 Runner Supercross 125cc da Espanha 5 º Campeonato de Motocross de 125cc Espanha

2002 Campeão de Espanha de 125cc Supercross Campeão júnior 125cc Motocross Espanha 4 º Campeonato de Espanha de 125cc Sênior Motocross Campeão do Troféu Solo Moto Supercross 125

2001 Vice-campeão júnior Motocross Espanha 7 º campeonato de 125cc Sênior Motocross Espanha 6 º Campeonato de Espanha de 125cc Supercross

2000 Partipación primeira no Campeonato Europeu de 125cc Espanha 17 º Campeonato Sênior 125cc Motocross

1999 5 º Campeonato de Espanha de 125cc Júnior Motocross1998 : Motocross Champion Cadet 80cc galego Runner-up Júnior Motocross galego 125C Espanha 3 º Motocross Championship Cadet 80c 10 º Campeonato Europeu de Motocross 80cc Cadet

1998 Motocross Champion Cadet 80cc galego Runner-up Júnior Motocross galego 125C Espanha 3 º Motocross Championship Cadet 80c 10 º Campeonato Europeu de Motocross 80cc Cadet

1997 4 º Campeonato de Motocross 80cc Júnior Espanha 9 º Campeonato Cadet 80cc Motocross Espanha Campeão da Juventude da Galiza Motocross 80cc Runner 80cc Equipe Motocross. A Autonomia Primeira participação da Juventude Campeonato Europeu de Promessas

1996 8 º Campeonato Júnior 80cc Motocross Espanha 9 º Motocross Championship na Espanha Cadet 80c 2 º Campeonato de Motocross 80cc Juventude da Galiza 3 º Campeonato de Supercross galego Juventude / Cadet 80cc

Temporada 1995 13º Campeonato Espanhol de Motocross 80 Juventude 3º Campeonato de Motocross 80cc Juventude da Galiza 4º Supercross Campeonato Galego Juventude / Cadete 80 3º Motocross de governos regionais

Temporada 1994 Campeão Português Motocross Castrol Tournament 60 Crianças Jovens Motocross Championship 60 Galego Jovens Supercross 60 Campeão da Galiza 3º Campeonato Espanhol de Motocross 60 Alevin 3º Campeonato de Motocross 80 Juventude da Galiza

Temporada 1993 2º Campeonato Português de Motocross – Categoria 60 Crianças

Temporada 1992 6º Campeonato Português de Motocross 60 5º EU Super Motocross Prestígio Zaragoza 60 Jovens

Fonte: MundoCross / ASCOM Dinotrilha Racing

Lenda Suburbana

O Serrote do Pintado é uma vistosa montanha que se estende a noroeste da cidade de Santana do Ipanema. Desde o sopé até o cume, coberto de exuberante mata nativa, a caatinga. Alheio a voraz sagacidade do progresso e da urbanidade, conserva-se intacto até hoje. Como que a desafiar o tempo e a civilização. Onças-pintadas, raposas, gambás, preás, saguins, jiboias e outras tantas variedades de serpentes e salamandras ali convivem, num verdadeiro santuário ecológico. Contam-se casos da existência de répteis tão grandes naquela floresta que teriam até virado lendas. Passadas de geração a geração pela boca dos contadores de histórias. Cobras gigantes, que já atacara alguns caçadores, matando-os e comendo-os vivos. Permissão nenhuma era dada para entrar, muito menos caçar, naquele bosque. Ato ilícito cometia os que ali adentravam e assim, nunca ninguém sabia direito quem fora, ou de que família era os que levavam sumiço. Indigentes, nunca reclamados, nem ao proprietário da mata, o prefeito, nem a polícia. Só os escutadores de causos, estes sim querem saber.

Quem se punha a andar ao sopé do serrote sempre pensava que nenhuma construção veria num raio de muitos metros. Só que, de repente, lá estava ela. Aparecia como que por encanto, a fazenda do prefeito Agamenon. Por entre árvores frutíferas, propositadamente cultivadas, com a finalidade de arejar, dar sombra em derredor da casa. No entanto muito ajudava a esconder a construção. A entrada era simples. Uma cancela, feita de madeira nobre em duplo xis. Sob um portal elevado em alvenaria. Ladeado por duas pilastras de pedras, dava uma aparência rústica. Não trazia no alto a denominação pelo qual era conhecida: “Castelo das Tucaias”. Concebida no declive, numa área mais recuada. Construção elegante e graciosa. Um casarão em estilo colonial. Feito com esmero. Arquitetada de modo a aproveitar as falhas do terreno, escarpado. As vigas, apoiadas em batentes de mureta propiciou espaço ao esconderijo alpendrado. Por entre a vegetação arbustiva, catingueiras e craibeiras.

Seu Jasão e o filho Josuel, estavam juntos a cocheira. Uma puxada, anexa ao curral. Cuidavam da lida diária da fazenda, iniciada com a ordenha matutina. De onde estavam, avistavam a patroa Dona Sofia. Uma bela senhora. Mulher de uma beleza sábia. Beleza que se descobre, a cada vez que se deita o olhar sobre suas feições de singela imagem. Nem a maternidade, muito menos a vida matrimonial tiraram dela, a graça, o viço juvenil, que aflorava na fugaz essência de seu ser. O cabelo preso. A um intruso observador, cabe o ilícito dever de imaginá-la desprendendo aquela linda cascata de fios sedosos e lisos a se derramar por sua espádua. Liberando no ar, a sua volta, o perfume suave e inebriante do seu colo. Nos lábios, suave tom purpúreo. Contrastando com a pele alva, e realçando ainda mais seu rosto e os olhos claros. Gracioso chapéu à mão, põe-no à cabeça. Uma bela dama. É a primeira dama do município.

Josuel nasceu naquela fazenda. Seu Jasão ali viu nascer, a ele, e aos seus onze irmãos. Também o prefeito Doutor Agamenon. Seu Jasão é capataz desde quando a fazenda ainda era do velho patriarca, o falecido Ulisses. De geração em geração, as vidas seguem seus dramáticos destinos: Daqueles que só vivem para serem servidos, e daqueles que acham que só servem para servir. Josuel rapaz de feições morenas. Dedicado no trato com as coisas rurícolas, aprendera a arte e o ofício com seu pai. É alto e forte, como o pai. A labuta no campo acrescentara ao rapaz, musculatura potente, rija, viril. Um mancebo de feições atraentes. Um rosto interessante, boca de lábios finos, olhos astuto, de águia, cabelo serrado, rente a cabeça. Braços e mãos de Titã. Pernas firmes.

Sofia, o observa com naturalidade. Muito embora no âmago, no mais intrínseco de sua alma, ela vai encontrar-se traída pelos instintos de mulher à admirar o belo rapaz. Volta o rosto para o Cavalo. Acreditando que o meneio de cabeça vai acabar por afastar o pensamento impróprio. O Cavalo é realmente uma bela espécie. Aqueles belos animais estavam ali disponíveis, servis, à suas ordens. O cavalo ela poderia montá-lo. E galopar pelos arredores da fazenda. Sob aquela montaria, verdadeira deusa grega, tendo um reinado inteiro a seus pés. Um dos vassalos ali, pronto pra obedecer às ordens de sua bela rainha. E ela Ordenou:

-Josuel! Traga-me o cavalo até o alpendre da casa.

E foi vistoriar os afazeres na cozinha. O cavalo que Josuel foi pegar pra sua patroa ir ao passeio, é um animal puro de origem. Cavalos possuem uma elaborada linguagem corporal para comunicar-se com seus pares. Dotados de ilhargas suaves que lembram a sensualidade das ancas femininas. Firmes e bem apoiadas em suas patas traseiras bem delineadas. O rabo é um acessório importante, se excluído propositadamente ou não, tira parte da beleza do animal. Sua cabeça conelínea, estreita próxima a boca e levemente alargada nos flancos e orelhas. Quando pressente sinal de perigo aresta as orelhas. Aguça visão e olfato dilatando pupilas e narinas. O pescoço é firme e largo, adornado pela crina, que quanto mais cuidada imprime mais beleza e sutil sensualidade ao animal. Cavalos selvagens são ainda mais fascinantes. Cavalos permeiam a história da humanidade. -Meu reino por um cavalo! Diria Calígula. O grande orador Cícero nomearia seu belo equíno, senador da republica romana. Josuel não ficando muito atrás, denominou o seu de Príncipe.

Sofia pediu que providenciasse outra montaria e a acompanhasse, não gostava de cavalgar sozinha. Nem suas filhas, nem Agamenon estavam na fazenda. O filho do capataz, estava radiante, gostava de acompanhar a patroa, nos passeios. Achava-a engraçada, pela sua falta de habilidade pra conduzir o animal. O equídeo, acabava levando-a pra onde bem queria. Josuel a socorria, servindo-lhes sempre de bate-esteira, função do segundo cavaleiro na vaquejada. Andaram pelos pastos, verdejantes. Um gado preguiçoso pastava, com paciência. Nem levantavam a cabeça com a aproximação do cavaleiro e da amazona. Tanto andaram que se aproximaram do início da mata. O misterioso emaranhado verde, contemplava-os em silêncio. Um descuido, e de repente o rapaz ouviu Sofia gritando:

-Socorro Josuel!

Ao ver a cena, ele ficou totalmente sem ação. Era um problema, surpreendente, inesperado. Nunca pensou que sua patroa, uma pessoa tão segura das suas atitudes, tão séria. Fosse cometer um ato tão infantil. Digno de criança travessa. Ao passar por baixo de um pé de cajueiro, agarrara-se a um galho e lá se encontrava suspensa pelos braços. Mas não era hora pra pensar, no ato traquino da senhora do patrão. O fato era real, e ela estava lá, dependurada a lhe pedir socorro. Por milésimos de segundos ainda contemplou aquele corpo tão lindo. Que ele tanto admirava, mas era a mulher do seu dono, totalmente proibido olhar se quer, com outra intenção que não fosse pra dar-lhe a atenção necessária quando falava. Quantas vezes, desviara os olhos, cheios de pudor, pra não ver seus lindos seios, às vezes com, outras vezes sem sutiã, quando curvava-se pra ver-lhe fazendo a ordenha. E agora ali, totalmente dependente dele. O lindo corpo a balouçar. Os braços esticados pra cima, delineava muito mais sua cintura, a blusa folgou atrás e exibia uma nesga de suas costas alva. Pele sedosa, que liberava no ar, um cheiro estonteante, pra aquele menino-homem, cheio de virilidade. Não precisou ela fazer um segundo pedido de ajuda. A mente do habilidoso vaqueiro trabalhou rapidamente e agiu. Colocou seu cavalo abaixo do local onde Sofia estava pendurada. Seus pés, balançavam, um pouco acima da linha do lombo do animal, sua cintura ficou praticamente a altura da cintura de Josuel que colocara-se de pé ao animal. Ele a enlaçou com seus braços fortes. Segurou-a firme pela cintura. E a colocou suavemente, a sua frente na montaria. Ao tempo que se pôs à garupa. Tudo isso durou apenas milésimos de segundo. Uma eternidade que ele não queria nunca que acabasse. Ter sua patroa, ali nas mãos era a realização de um sonho nunca antes sonhado. Sentia-se seu herói naquele instante, evitara que ela levasse talvez um tombo. Os cabelos de Sofia esvoaçavam no rosto do vaqueiro, que ao sentir o perfume liberado daquele corpo, seus desejos mais instintivos se acenderam. Se mais segundos perdurasse aquele instante, não mais responderia pelos seus atos. E o servil filho do capataz poderia cometer a mais louca das loucuras. O que poderia custar a sua vida. Mas a vida era nada, comparada ao prazer de ter nas mãos o objeto de um desejo proibido. Uma, uma grande insensatez. Prazerosa insensatez que acabaria por dominar o rapaz. Estaria ele, liberando o instinto mais humano e mais selvagem que existe em cada ser, em cada animal, em cada indivíduo macho ou fêmea. Há um dito que diz: o homem é o momento.

Sofia estava agradecida, talvez por isso deixou-se ficar mais aquelas resumidas frações de segundos envolvidas nos braços daquele que a tirou do perigo. Pra ele tanto significado tinha. Um ato bobo cometera, pensou ela. Precisava recompor-se urgentemente. Aquelas mãos, aqueles braços potentes a enlaçá-la, tirava-lhes do sério. Por frações de segundos esqueceu-se quem era. A mulher poderosa, não por ser esposa de quem era. Poderosa pela capacidade de neutralizar as forças de um gigante. De anular a fúria de um titã. Força de Eva, de mulher que seduz, que arrebata e doma, seja ele o mais bravo, o mais forte dos homens. E o coloca submisso à seus pés. Tudo vinha como vulcão do mais íntimo de seu ser. Tudo isso sempre esteve lá dentro dela. Só que estava adormecido. Tantos anos de dedicação somente a família. E agora sentindo-se mais mulher, mais senhora, muito mais poderosa. Não apenas por ser patroa. Aquela Sofia estava ali de volta, antes quieta, escondida num cantinho muito recolhido de sua alma. E aquele menino a resgatara. Era seu herói, não por tirá-la daquela situação boba. Pois o máximo que podia acontecer de grave, caso ele não tivesse feito coisa alguma, era ter conseguido uma torção no pé, isso curaria em alguns dias. O ato heróico, pra ela, estava em ele ter acordado, a Sofia mulher à muito adormecida nela. Que ela própria tinha posto pra dormir no seio de sua tão aconchegante e morna alma.

De repente um estampido ecoou pela montanha. Josuel foi atingido na perna à altura da coxa. Era o prefeito Agamenon que chegara naquele instante, e presenciando a cena de sua esposa entrelaçada com o mancebo no lombo da montaria, atirou no rapaz. Ferido, Josuel desceu Sofia do animal e cavalgou em direção a floresta. Dois tiros mais foram disparados, sem atingirem o alvo. A primeira dama novamente montou seu cavalo. Sem nada falarem os dois retomaram as veredas rumo à fazenda. Nuvens cinzas se fizeram pros lados de Santana prenunciando chuva. Enquanto se iam, a mata fechada mais e mais engolia o filho do capataz. Outro que tornar-se-ia mais uma lenda do serrote do pintado.

Fábio Campos 03/11/2010 É Professor em S. do Ipanema-AL.

Aloe Vera

Já havia três dias que o céu se fazia nubiloso. Três dias que o astro-rei, não dava o ar da sua graça. Ora chovia uma chuva fina e intermitente, ora torrencial e abundante, castigando Santana do Ipanema. Era manhã de inverno de um ano da década de trinta. Terceiro dia de precipitação consecutiva, Orimídio Bastos, à sua farmácia, na ladeira da Barão do Rio Branco, confabulava:

-Seu Antonio de Campos, costuma dizer, que os meses mais quente do ano são março e novembro, nesse sertão de meu Deus. E eu estou a dizer, que o mais chuvoso, sem medo nenhum de errar, é maio. Quando conheço alguém, nascido nessa região, nesse mês, penso logo: -Esse escapou! Não é brincadeira vir ao mundo num mês de maio, por aqui. Chove tanto! E tem que pedir a Deus pra não adoecer! As estradas com essas chuvas ficam intransitáveis.

Zeca Passaré, o jovem ajudante do farmacêutico, braços apoiados no balcão, apenas ouvia calado. Dedicava-se ao melancólico prazer de admirar a chuva. Não apenas olhava, via através dela. Seu Bastinho continuava:

-No livro de Gênesis, depois do dilúvio, Deus prometeu, que nunca mais ia acabar o mundo com chuva. Das duas uma: ou Deus se esqueceu da promessa, ou Santana está fora do mapa do criador, pois já faz três dias que chove! E não é chuvinha pouca não! É chuva dessas que molham com vontade. Dessas que se a gente for daqui pra ali, sem agasalho, molha até os ossos. Se brincar molha até o pensamento do camarada! As vezes dá a impressão que vai parar, mas apenas diminui. E torna a engrossar. O panema está em toda largura!

A cidade tinha cheiro de água barrenta. Do rio, um aroma forte de água nova, cheiro de piaba. As telhas das casas, sobejava gotejante, saturadas de água. As paredes soavam, sem conseguir dispersar em suas entranhas, tanto líquido. Os passarinhos de Seu Bastinho, bufos por conta de umidade, careciam de calor solar. Os borbotões de água da chuva nas sarjetas desciam dançantes alegremente pro rio, graças ao declive das ruas aladeiradas. Iam se ajuntar ao braço d’água que os índios batizaram de ypa nema, água ruim de beber. O riacho Camoxinga feito uma veia inchada ia dar sua contribuição e tornar ainda mais ameaçadora a cheia do rio.

-Bom dia! Seu Bastinho. Tião mandou avisar pra o senhor ir até a casa dele. Ainda agora mesmo!

O recado chegou na farmácia por Dona Maroquita. A casa de Sebastião Ganga ficava na rua Nova. Já sabia de que se tratava, Sofia a filha asmática de Tião com certeza tivera mais uma crise. Nesse tempo, não tem jeito, piora.

As cores das coisas esmorecem no inverno. Em tempo de chuva os recipientes de vidro embaçam de umidade. As vasilhas de estanho deslizam ao toque dos dedos. Bastinho tem no fundo da farmácia um pequeno consultório. Há ali um pequeno birô abarrotado de objetos: Estetoscópio, medidor de pressão arterial, martelinho medidor de reflexos, lanterninha, bisturi, luvas cirúrgica de borracha e bombinha de inalação. Talões, bulas e receitas médicas. Atrás do birô, uma espécie de bancada com uma imensa variedade de provetas e tubos de ensaio. Potes de porcelana com bastões de socar pra misturar ou obter o sumo de ervas. Numa prateleira acima da bancada diversos depósitos de vidro com tampas todos etiquetados, contendo plantas medicinais. A etiqueta informa o nome popular da erva, o nome científico e data que foi armazenada. Há uma tirada na prateleira só de livros, muito antigos,de folhas encardidas, todos de capa duras com letrinhas doiradas indicando na lombada o título e autor. A maioria de temas científico: Anatomia Humana; Plantas medicinais e Puericultura. Na parede um quadro com a efígie do presidente Getúlio Vargas.

Bastinho colocou diversos objetos dentro de sua malinha preta, pegou seu guarda-chuva. O aguaceiro dadivoso de Deus continuava sem dar trégua. Saiu dizendo a má sorte de ser boticário num fim de mundo daquele. Resmungava ladeira à fora. Criticava lá com seus botões, a administração municipal ao atolar o sapato na lama; a Sebastião por exigir tão empreendimento até sua casa naquela ocasião; e de São Pedro reclamava por mandar tanta chuva pra um só lugar por tanto tempo seguido. Podia suspender aquela amostra grátis de dilúvio, guardar uma parte pra quando viesse um ano seco. Pensando assim chegou ao destino. A porta da casa foi aberta pra dar entrada ao famoso homem das curas de Santana. O homem que abaixo de Deus, salvava dos males que atormentava o corpo. Porque os tormentos da alma isso era lá com o padre Bulhões.

-Bom Dia! Seu Bastinho. Seja Bem vindo! Vamos entrar a menina está no quarto, pode entrar…

-Bom Dia Seu Tião. Está vendo? Parece que São Pedro abriu as portas do céu e jogou a chave fora. Nunca vi tanta chuva por aqui, desde que cheguei de Pernambuco. E olhe que faz tempo.

Bastinho fez um exame médico na menina e receitou um xarope que ele próprio trouxe da farmácia e recomendou que se fizesse uma infusão com umas folhas de plantas.

-Faça pra ela um chá com essas folhas de Eucaliptus globulus Labill.

-Isso aqui é eucalipto!

-Eu sei apenas falei o nome científico. Assim que ferver apague o fogo e bote o vapor da vasilha pra ela cheirar isso vai aliviar muito o incômodo. Essa planta possui uma propriedade medicinal muito boa, o eucaliptol que não pode ser usado com muita freqüência pois pode irritar a mucosa nasal.

Bastinho ainda bem nem tinha encerrado o atendimento a Sofia e chegou um recado pra ir urgente a casa de Dona Genuína, esposa de Seu Sidronio machante, esta entrara em trabalho de parto. Não foi sem antes tomar uma xícara de café com as broas de Dona Isaura, a mãe de Sofia pois esta fez questão que ele não saísse dali sem provar.

Quando o farmacêutico saiu ainda caía uma garoa fina, tinha que ir a rua Tertuliano Nepomuceno, mais um santanense estava pra vir ao mundo por lá. Quando chegou ficou sabendo que Dona Flora parteira havia chegado primeiro. Não achou ruim. Recomendou pra que se providenciasse um fortificante pra parturiente e chá de Melissa officinalis. Isso segundo ele iria ajudar na produção de leite pra criança além de ser um ótimo calmante.

-E onde eu vou encontrar essa tal de Melissa, Melissa o que mesmo?…

-É erva Sidreira Seu Sidônio! Eu sei que vocês tem guardado folhas dessa planta em casa. Todo mundo tem.

Já ia perto do meio-dia quando retornou a farmácia. Havia uma ruma de gente querendo se consultar com o boticário. Um vaqueiro com uma luxação na perna, uma senhora e seu filho com catapora e um rapazote com um dente pra extrair. Esse atendimento levou a tarde inteira. Todos saíram com suas receitas à mão. Numa recomendava um pó anticéptico, um bálsamo e chá de Sambucus nigra “chá se sabugueiro”; noutra indicava um anti-térmico e chá de Jatropha gossypiifolia “chá de Pinhão-rôxo”; na terceira receita um analgésico em comprimidos e chá de Psidium guajava “chá de goiabeira”

Zeca Passaré se inventou de dizer que achava que ia gripar. Seu Bastinho recomendou em cima da bucha:

-Pois cuide de tomar um chá de Menta piperita a nossa tão popular hortelã-da-folha-miúda, Zeca!

Se ele próprio reclamava de dores nos rins. Prescrevia pra si mesmo:

-Preciso de um chá de Phyllathus niruri!

-E o que é isso Seu Bastinho?

-É o famoso chá de quebra-pedra, meu filho!

Já era noite quando Bastinho se dirigiu a sua residência. Ao descer a ladeira em direção a rua Professor Enéas, um tropel de cavalos ouviu às costas, ignorou pensando que fosse vaqueiros indo tardiamente lá pra o bebedouro. Não era, tratava-se de dois cangaceiros, que o arrebataram e levaram na garupa de um deles. Já era noite e a chuva continuava. Próximo ao Cachimbo eterno periferia de Santana indo pra Olho D’agua das Flores eles pararam os cavalos e vendaram seus olhos. Não sabe quanto tempo andou nem pra onde ia. Chegaram ao destino. Era uma grota escura. Quando tiraram-lhe as vendas, viu que estava bem no meio da corja do capitão Virgulino. Todos em silêncio o fitavam. Esperavam recompor-se. O capitão encarando-o severamente lhe disse:

-Seu Bastinho eu tenho um serviço pro senhor.

E mostrando uma tenda improvisada para amparo da chuva indicou-lhe:

-Ali tem um cabra ferido de morte. Eu quero que salve a vida dele.

Bastinho tentando enxergar no breu, adiantou-se até a tolda. Um homem ali jazia agonizante.Verificou o ferimento, era um corte profundo, feito a faca, a altura do peito esquerdo de onde jorrava muito sangue. Um candeeiro de querosene iluminava e enchia a lona de fumaça preta. As sombras tremiam. A chuva permanecia sem parar.

Bastinho olhou envolta, e viu muita catingueira e facheiro. Praguejou alto.

-Tanacetum vulgaris e Nerium oleander vocês não me servem!

Taterando no escuro feriu a mão mas sentiu uma imensa alegria por isso. E exclamou:

-Achei você! Aloe vera!

Um pé de Babosa ele quebrou uma hastes da planta tirou o gel gosmento e de forte cheiro untou toda a ferida do homem. E esperou o milagre acontecer. Pensava consigo: Aloe vera sarou as feridas de Jesus depois que o desceram da cruz, aloé verdadeiro vai sarar também esse desgraçado. O dia amanheceu. O cabra estava escape. Lampião deu ordem a dois homens pra levar Bastinho recomendando que o matasse num lugar distante dali. Por um tempo andaram a cavalo, finalmente jogado num banco de areia e depois o silêncio. Ficou horas amarrado com as mãos para trás, os olhos vendados, formigas selvagens a lhe roer as carnes. Esperava a hora fatal. Ouviu uma voz familiar, alguém se aproximou:

-Oxente Seu Bastinho! Quem peste fez isso com o senhor!

Foi desamarrado e a luz do sol veio bater-lhe no olhos, doeu mas sentiu prazer nisso, que saudade tinha do sol. Viu um rosto ainda mais conhecido que a voz. Era Passaré que tinha ido na beira do panema urinar e encontrou o farmacêutico seu patrão naquela situação. E voltaram pra farmácia. Orimídio Bastos sorria, achando aquele sol o sol mais bonito do mundo que lhe devolvia o sorriso.

Economista defende simplificação de impostos para tornar o país mais eficiente

Se desejarmos de fato obter crescimento econômico constante e acelerado, o caminho mais fácil e rápido para isso é promover em caráter de urgência uma ampla reformulação fiscal e tributária. O atual peso da carga tributária brasileira sobre o setor produtivo é insustentável; esse peso precisa cair nos próximos anos para um patamar-limite de 30% do PIB. Quem diz isso é o economista paulista Marcus Eduardo de Oliveira, para quem a melhora da gestão dos recursos públicos, incluindo o combate ao desperdício e uma eficiente aplicação dos recursos está intimamente relacionada ao enxugamento dos mais de 50 impostos existentes.

“No nível de tributação sobre o preço final de itens de consumo, incluindo refeições em restaurantes, nós somos campeões absolutos”, disse o economista e professor das universidades UNIFIEO e FAC-FITO, em São Paulo.

Marcus Eduardo de Oliveira destacou, em rápida entrevista por telefone à Folha Oeste, que a simplificação de impostos permitiria, de imediato, promover a elevação da taxa de investimento no país para algo próximo a 25% do produto, superando os 18% atuais, tornando assim o país mais eficiente, com melhor produtividade.

O economista chamou a atenção para os dados recém-divulgados pelo Movimento Brasil Eficiente. Oliveira destacou que esse Movimento que congrega profissionais de diversos setores, empresários e a sociedade civil tem promovido um grande debate em torno da real necessidade de se discutir, de forma séria e compromissada, um país melhor sem o fardo dos impostos, aliviando assim a capacidade de produção industrial.

Para ilustrar essa situação o economista apontou que “um livro no Brasil com impostos, em preços de dólares, custa na média 25 dólares, enquanto a média mundial também com imposto esse preço não passa de 15 dólares. Uma garrafa de dois litros de Coca-Cola no Brasil com impostos sai a US$ 2,76; na média mundial com impostos sai a US$ 2,17”, disse Oliveira.

O professor salientou que “até o dia 14 de fevereiro desse ano, o brasileiro já havia contribuído com R$ 200 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais”. Em 2012, segundo Marcus de Oliveira, “a arrecadação de impostos no Brasil atingiu a marca histórica de R$ 1 trilhão.”

Nas palavras do economista “isso seria maravilhoso para o conjunto da economia e de nossa população se essa arrecadação volumosa fosse transformada em focos de desenvolvimento e melhoria substancial na vida dos mais necessitados”.

Por fim, Oliveira argumentou que “essa dinheirama foi despejada para pagamento de salários e aposentadorias e uma fração considerável dela tentou cobrir os juros da dívida”. Portanto, “na essência”, disse o economista “não foi um gasto que contribui para o aumento da capacidade produtiva da economia”.

(Ricardo Almeida, da Agência Folha Oeste – S. Paulo)

Por uma pedagogia ambiental

Enquanto a aquisição de bens de consumo suntuosos continuar sendo toscamente confundida como símbolo de prosperidade, sucesso e possibilidade de ascensão social, determinando padrões distorcidos de conduta, certamente a humanidade retrocederá cada vez mais em termos de valores e princípios.

Se não bastasse essa distorção de valores que prioriza o “ter”, a sociedade de consumo deve sempre ser vista também como inimiga número um do meio ambiente. Se de fato desejamos habitar um mundo melhor, como é de senso comum, é de fundamental importância que todos desenvolvam visões diferenciadas sobre a natureza e o comportamento concernente à prática de consumo, não perdendo de vista que a poluição dos rios, do ar, o desgaste do solo, a perda de florestas e o desaparecimento de espécies animais e vegetais estão intimamente relacionados ao considerável aumento de energia, água e serviços ecossistêmicos usados largamente para manter elevadas taxas de produção atendendo assim essa sociedade de consumo.

Nossas relações sociais jamais podem se pautar e muito menos se fortalecer a partir das quantidades que consumimos; urge, definitivamente, romper-se com esses hábitos perdulários e consumistas. Qualidade de vida não pode estar associada à conquista material. Curvar-se a isso é restringir, pelas vias mais rasteiras possíveis, a própria vida a uma questão mercadológica.

Romper com essa ideia é imprescindível para a construção de um mundo ecologicamente mais equilibrado e saudável, respeitando a natureza e sabendo que mais produção é sinônimo de mais poluição, assim como menos consumo é sinônimo de mais vida.

Somente alcançaremos essa ruptura quando todos estiverem imbuídos de um mesmo ideal, criando consciência necessária para entender que o planeta não absorverá a parcela global da população mundial no ambiente de consumo em decorrência da finitude dos recursos naturais. Logo, não adianta incorporar o mercado de consumo; lá não há espaços para todos. Definitivamente, esse mercado precisa ser desinchado.

Para isso, um passo importante rumo a esse ambiente mais saudável é levar informações a todos e, principalmente, àqueles que serão encarregados de usufruírem o mundo num futuro próximo; ou seja, aqueles que literalmente “farão” esse mundo próximo. Nesse sentido, educar ambientalmente as crianças de hoje desde os anos iniciais de estudos é um bom caminho a ser percorrido. Nossos jovens alunos precisam aprender e praticar a pedagogia ambiental.

Essa pedagogia ambiental deve ser ensinada levando-se em conta que não é necessária maior produção para atender as reclamações vindas do mercado de consumo. O que já tem por aí em termos de mercadorias é suficiente para atender a todos. A necessidade se restringe em dirimir as desigualdades de consumo em que 20% da população que habita os países do hemisfério norte “engolem” 80% de tudo o que é produzido, gerando mais de 80% da poluição e degradação dos ecossistemas, ao passo que “sobra” apenas 20% da produção material para 80% da população dos países localizados no hemisfério sul.

Caberá a essa pedagogia ambiental, em forma de disciplina inserida na grade curricular, realçar o fato de que a excessiva exploração dos recursos naturais para “sustentar” a insustentável sociedade consumista é geradora mor de desigualdades e potencialmente criadora da insustentabilidade ambiental e social ora presenciada.

Essa pedagogia ambiental deve ser ensinada a partir do desenvolvimento de culturas próprias que sejam capazes de enaltecer o consumo verde, fazendo com que cada consumidor busque mercadorias que não agridam o meio ambiente, quer seja no ato da produção, durante a distribuição e, principalmente, após o uso, ao descartar-se um produto despejando-o no lixo, uma vez que é sabido que mais de 52% de nosso lixo não recebe tratamento adequado e, por isso, é altamente nocivo ao meio ambiente.

Essa pedagogia ambiental deve desenvolver canais que permitam maior politização do consumo, incluindo noções básicas e essenciais para evitar o desperdício de alimentos, água e energia elétrica bem como enfatizar práticas que favoreçam as técnicas e os processos de reciclagem. Carecemos muito desse tipo de cultura.

Essa pedagogia ambiental necessariamente deve servir para conscientizar nossos alunos sobre a importância em se preservar nossa rica biodiversidade uma vez que possuímos a maior extensão de floresta tropical do planeta (quase 65% do território), abrigando sete importantes biomas (Caatinga; Campos Sulinos, também conhecidos como “pampas”; Zona Costeira e Marinha; Amazônia brasileira, que contém cerca de 1/5 da água doce do planeta; Pantanal; Cerrado e Mata Atlântica) incorporando mais de 50 mil espécies de plantas (mais de 20% do total mundial), mais de 500 espécies de mamíferos, quase 1.700 aves e mais de 2.500 espécies de peixes.

Assim como uma andorinha só não faz verão, a conscientização coletiva, a partir dos ensinamentos emergidos da pedagogia ambiental poderá fazer toda a diferença num breve espaço de tempo. Assim esperamos!

(*) Professor de economia. Ambientalista e especialista em Política Internacional (USP)

prof.marcuseduardo@bol.com.br

FELIPE AZEVEDO Jovem Santanense formado em Medicina Veterinária pelo CESMAC.

FELIPE AZEVEDO: Filho de Miria Lane Secretária da Associação Comercial e de Albérico Azevedo ex vereador por Santana do Ipanema. Mais um jovem santanense a concluir a faculdade, formado no curso de Medicina Veterinária, pelo Centro Universitário Cesmac, atualmente trabalha na Casa do Fazendeiro como Médico Veterinário.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como surgiu essa vontade de você ser veterinário?

FELIPE AZEVEDO: Ainda quando criança, recebi o convite do meu avô Zé Azevedo, como era chamado por todos para trabalhar na loja como ajudante, depois passei a participar das vendas no balcão, e isso foi me deixando muito próximo do criador e dos animais. Então tinha a curiosidade de conhecer essa profissão a fundo, e foi importante receber o apoio dos meus pais para seguir em frente!

CELEBRIDADE IN FOCO: Depois que você se tornou um médico veterinário, o que mudou na sua vida? E o que pretende fazer no futuro?

FELIPE AZEVEDO: A mudança de estudante para profissional chega a impressionar pela tamanha rapidez que sinto de ter a oportunidade de trabalho, mostrar o que eu aprendi durante todos os anos de faculdade. Pretendo me especializar em HIPOA – Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal e Vigilância Sanitária, além de em breve entrar para um mestrado também, me qualificar em quanto a tempo e me torna um ótimo profissional.

CELEBRIDADE IN FOCO: Suas considerações finais:

FELIPE AZEVEDO: Focar nos objetivos, lutar para vencer e jamais deixar de acreditar que sua oportunidade irá chegar, assim que penso para crescer na profissão sem passar por cima de ninguém. Devemos estar preparados para a hora do desafio, mostrando que é o melhor com ética profissional e respeitando os amigos da área.

Desperdiçando alimentos e recursos naturais

Numa época em que indiscutivelmente um dos mais urgentes desafios mundiais é o de conciliar desenvolvimento econômico com equilíbrio e preservação ambiental, buscando com isso atingir a prática de uma atividade econômica que respeita as leis da natureza, o desperdício de recursos naturais e de alimentos, em escala mundial, tem sido o grande vilão na tentativa de consolidar uma gestão controlada de todos os recursos que vem da natureza.

Em matéria de desperdício, lamentavelmente o Brasil tem alcançado as primeiras posições no ranking dos países que não sabem fazer bom uso dos recursos naturais e da produção agrícola. De toda a água produzida no país, por exemplo, 46% se perdem pelos ralos; o que equivale a quase 6 bilhões de m3 por ano.

Em relação à energia elétrica desperdiçamos 43 terawatt-hora (TWh), dos 430 (TWh) consumidos no país. Essa perda (exatamente de 10%) é superior ao que é consumido pela população do estado do Rio de Janeiro, de acordo com estudos elaborados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco).

Já no que concerne aos alimentos, estimativas apontam um desperdício próximo a 32 milhões de toneladas, contabilizando desde a produção inicial até o consumo final. Isso daria para alimentar quase 10 milhões de famílias (30 milhões de pessoas) durante um ano com uma cesta básica típica.

Nossa perda agrícola é de 44% de tudo o que é plantado: 20% durante a colheita, 8% entre o transporte e armazenamento, 15% na indústria de processamento e 1% no varejo. Somando-se as perdas decorrentes dos hábitos alimentares e culinários, tem-se mais 20% de alimentos que são estragados (incluindo o elevado consumo de carnes branca e vermelha que é de 94 quilos em média per capita/ano), o que faz subir então para 64% o nível de desperdício de alimentos.

A conta monetária ao ano desse desperdício brasileiro gira ao redor de R$ 80 bilhões em alimentos, energia, água e demais recursos que simplesmente viram lixo. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 60% do lixo doméstico brasileiro diz respeito a resíduos orgânicos. Em números redondos isso representa 150 mil toneladas de lixo por dia. Setenta e seis por cento desse lixo, de acordo com a Embrapa, é depositado a céu aberto em lixões, comprometendo sensivelmente a qualidade do ar e do meio ambiente.

Ao se pensar nesse elevado patamar de desperdício de alimentos, não se deve perder de vista que isso é altamente agressivo ao meio ambiente. Se houvesse uma substancial redução dessas perdas agrícolas, aumentar-se-ia consideravelmente a oferta de alimentos, evitando, por conseguinte, maior produção e mais poluição. Apenas para ilustrar essa questão, a produção bovina é uma das grandes responsáveis pelo desmatamento no Brasil e a produção de carne suína e aves consome a maior parte da produção dos grãos do país, além de ser potencialmente produtora de dejetos – um porco, por exemplo, equivale em termos de produção de dejetos ao que oito seres humanos é capaz de produzir.

Especificamente ainda em relação aos alimentos, a humanidade tem desperdiçado quantidades que cada vez são mais assustadoras. Dados recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostram um desperdício mundial de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano (são 670 milhões de toneladas perdidas nos países ricos e mais 730 milhões nos países em desenvolvimento).

Na América Latina, perde-se 220 quilos de alimentos por habitante/ano. Pelos dados do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, a população dos Estados Unidos manda para os aterros sanitários a importância de US$ 165 bilhões em hortifrutigranjeiros e carnes; 40% da comida americana a cada ano, o que faz com que os americanos enviem anualmente aos lixões mais de 35 milhões de toneladas de alimentos.

Perdem-se alimentos, perde-se junto água. O desperdício de comida, na maior parte do mundo, implica no gasto de um volume de água duas vezes maior do que o utilizado para o consumo das famílias. Com isso, quem sofre é o já sofrido planeta. A Terra, cujo tamanho não sofrerá aumento, será cada vez mais pressionada por mais produção. Descontadas as geleiras, os desertos e os oceanos, a Terra conta com 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos. Para o atendimento dos níveis de consumo que são vorazes, levando-se em conta o elevado nível de desperdício, a atividade produtiva vem usando 2,3 bilhões de hectares a mais (13,7 bilhões de hectares segundo dados do Fundo Mundial da Natureza) que sai dos estoques naturais não renováveis. Moral da história: a cultura do desperdício só faz aumentar a pressão sobre os recursos naturais, comprometendo assim a capacidade do planeta em poder respirar de forma aliviada.

(*) Professor de economia. Especialista em Política Internacional e Mestre em Integração da América Latina (USP).

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Brasil mostra tua cara

Existem várias ideologias políticas no mundo. Inclusive no Brasil prega-se a democracia. Pelo menos é o que dizem. Assim, há liberdade para uma homogenia e tolerante mistura de partidos que defendem ideias esquerdistas, de centro, direita, ruralistas e ambientalistas. Isso é o que se pensa ser a democracia nacional. Um filiado de esquerda pode mudar para um partido de extrema elite, a qualquer momento. Isso é a democracia que se pensa. Embora um indivíduo como esse não possua argumento algum para dizer que possui uma ideologia, ele tem esse direito, pois vive em um país democrático. É um náufrago.

O cenário político nacional apresenta-se como um cadeado sem chave, no qual para se ter a solução do país precisa-se que tal cadeado seja aberto. Na verdade, o político filia-se a uma sigla sem saber qual o ideal do partido, sem saber sua história. Filia-se porque precisa ser candidato, e é candidato para alcançar suas ambiciosas metas. Inúmeros são os casos de corrupção no país, independente de partido. Inúmeros são os casos de impunidade, consequentemente. A atual imagem da política no Brasil é suja, vergonhosa. A manipulação renitente inflama a inverdade. A população encontra-se cada dia mais desleixada, fingindo que não está vivendo. A população que é responsável pela revolução, encontra-se afadigada.

O Brasil não precisa se tornar um curral dos E.U.A, muito menos um país comunista, o que precisa é a verdadeira democracia ser ativada. As oportunidades devem ser igualadas, os objetivos somados. A chance que um morador de Copacabana tem de entrar numa universidade deve ser a mesma de um morador da favela. Precisamos de um trabalho humanizado na saúde, de responsabilidade nas estradas. O Brasil implora por honestidade. A tendência é afundar dia-pós-dia se o marasmo da população continuar. A juventude que o país tinha há quatro décadas e a juventude de hoje, são incomparáveis. Temos jovens acomodados, pacientes, telespectadores da sujeira.

A melhoria de um conjunto depende da melhoria individual. A possibilidade de mudança é enorme. Basta que em cada um seja despertado a vontade de viver com dignidade, paz e honestidade.