Financiando a aparência da felicidade

marcus_0311Muito interessante e oportuno o discurso proferido por Jose Alberto “Pepe” Mujica, presidente do Uruguai, na 68° Assembléia Geral da ONU (em 24/09/13): “A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência da felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”.

Pepe Mujica ainda mencionou ter “angústia pelo futuro” e contextualizou que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”. Além disso, o governante uruguaio ressaltou a necessidade em defender as riquezas naturais: “Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios (…)

O discurso de Mujica, além de ser pontualmente interessante, é também oportuno para se discutir a busca pela felicidade que, pretensamente, estaria repousada no ato de consumir, característica típica da sociedade de consumo capitalista.

Em outras palavras, o presidente do Uruguai reafirmou a crítica disparada especialmente pela economia ecológica (ciência e gestão da sustentabilidade, na definição empregada por Martinez-Alier) apontando dedo em riste para a sociedade de mercado que se empanturra de futilidades, e se regozija na superficialidade estabelecida no consumo de massa, como se os elevados níveis de consumo fossem, per si, os determinantes máximos para se alcançar a felicidade.

Por trás desse deus mercado que, como bem disse Mujica, “financia a aparência da felicidade” há que se observar a existência de milhões de seres humanos vagando por aí, completamente alijados do consumo básico e indispensável para a manutenção da vida.

Esses, os excluídos da economia mundial, para usarmos a expressão empregada por Amartya Sen (Nobel em economia), se atormentam diariamente com a fome, com a miséria, com a ausência de condições básicas de higiene, sem acesso à água potável, a saneamento básico, sem moradia, sem esperanças num amanhã mais calmo e próspero.

Ao todo, são quase 1 bilhão de estômagos vazios e bocas esfaimadas que conformam os excluídos da economia mundial apenas em relação aos que passam fome, “perambulando” pelas grandes cidades do mundo. Esses são os desesperançados que se contrapõem aos 20% da humanidade (1,4 bilhão de pessoas) que se chafurdam na prática do consumo fácil, abocanhando 80% de toda a produção mundial.

Contudo, cabe indagar: será que esses “privilegiados” do consumo, por deterem essa “facilidade” são mais felizes (possuem mais bem-estar) que os 5,6 bilhões de pessoas (80% da população mundial) que estão “do lado oposto do balcão de consumo”?

Felicidade estaria nessa facilidade em consumir? Dirigido por Helio Mattar, o Instituto Akatu, a maior referência brasileira quando o assunto é “consumo consciente”, em recente pesquisa intitulada Rumo à Sociedade do Bem-Estar mostrou que o brasileiro relaciona o bem-estar muito mais ao convívio social do que ao consumo.

Ser feliz é: estar com a família; ter amigos e relacionar-se bem com eles; e ter saúde. Segundo a pesquisa, para 6 em cada 10 brasileiros, conviver bem com a família e os amigos é parte considerável da concepção de felicidade. A tranquilidade financeira é entendida como atendimento às necessidades básicas para uma vida decente: boa alimentação, educação, saúde, lazer. Acima disso, o dinheiro e as posses materiais, para o brasileiro, não trazem felicidade – apenas 3 em cada 10 brasileiros “escolheram” a posse de tranquilidade financeira como elemento responsável pela felicidade.

A utilidade

Um ponto importante em torno dessa discussão está no fato da economia ser construída em cima da estrutura da utilidade. Utilidade (utilitarismo econômico) para os economistas só faz sentido se for pensada em forma de benefício, de bem-estar.

A base da Teoria do Consumidor passa pelo conceito de utilitarismo. Esse pode ser definido como o bem que se identifica com o útil. Os utilitaristas mais proeminentes – Jeremy Bentham (1748 – 1832) e John Stuart Mill (1806 – 1873) – foram claros a esse respeito: “a felicidade está na aquisição daquilo que nos é útil”. O útil, grosso modo, leva à satisfação, leva ao prazer, leva ao bem-estar.

Em essência, esse é o objetivo da economia: proporcionar oportunidades e escolhas disponíveis a todos no dia a dia, auxiliando o maior número de pessoas na busca de algo fundamental: de algo útil, de bem-estar.

Bem-estar, então, se relaciona à busca pela própria felicidade. Pelo menos é isso o que diz a ciência econômica quando recomenda a seus “fiéis consumidores” que maximizem a utilidade esperada, ou seja, que no ato de tomada de decisões (não somente no ato de consumir) cada indivíduo alcance o maior nível possível de utilidade.

Conquanto, nem sempre essa utilidade está relacionada apenas (e tão somente) ao ato de consumir, como insistentemente parece recomendar a lógica mercadológica. Posso perfeitamente obter utilidade (ser feliz, ter bem-estar) ao encontrar alguém, ao falar com alguém, ao pensar em algo prazeroso, ao ler um poema agradável, ao respirar ar puro, ao contemplar uma obra de arte ou um monumento público.

Estou assim consumindo algo? Sem dúvida; no entanto, não estou tendo nenhum dispêndio para esse consumo. Para desespero do capitalismo do moderno e de seus asseclas, nem sempre um “consumo” vem seguido de gastos. O resultado obtido aqui é de ordem social, e não econômica.

Resultados sociais

Ora, se a economia é uma ciência social, nada mais justo que seus resultados apresentem significados sociais – e não apenas econômicos, como reiteradamente expressa a ordem econômico-consumista-mercadológica.

No entanto, esse lado social imerso nessa lógica econômica tem ficado à margem das decisões que priorizam, apenas e, tão somente, o lado econômico. O lado social, lamentavelmente, sempre foi – e continua a ser – relegado a quinto plano.

Pelo lado econômico, o que tem validade são os ganhos financeiros, não os prazeres-utilitários, ou seja, as felicidades que não passam pela disponibilidade financeira.

O que interessa para o lado econômico é o predomínio econômico-financeiro, não a abrangência social. Essa é a razão da existência de algumas discrepâncias que beiram, em nosso entendimento, a patologia.

O que precisa ficar claro é que definitivamente o mundo não é uma mercadoria e, “nem tudo está à venda” (everything for sale) para outra situação que “causa” profundo desespero nas bases do sistema capitalista/consumista. Logo, a felicidade, nesse sentido, não pode (e nem deve) repousar suavemente sobre o “nobre” ato do consumo exagerado que exige, por consequência, elevados dispêndios. Há algo muito mais interessante que leva à felicidade, ainda que a publicidade, diuturnamente, nos bombardeie recomendando o consumo a qualquer custo.

E a economia tem tudo a ver com isso. Basta atentarmos para o seguinte: aonde a economia estará no futuro depende daquilo que milhões de nós faremos nesse meio tempo até lá. Cabe a nós decidirmos o futuro. O futuro nos pertence e a felicidade, certamente, há de nos esperar na próxima esquina abraçada à maximização da utilidade esperada, ainda que o deus mercado esteja “financiando a aparência da felicidade”, como bem ponderou o presidente Mujica.

Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. prof.marcuseduardo@bol.com.br

Momento de prosa de um sertanejo com Deus

MISSA

(Foto: divulgação)

Meu Deus, lá se foi o mês de Santana, passou-se agosto e setembro, tamos em outubro. Mais um ano de seca e agonia pra nós aqui no sertão. Num chove já faz é tempo! E o verão tá só mostrando a cara.

Olho pro céu e tento tirar um dedinho de prosa com Vossa Divina Justiça. Mas tenho cá minhas dúvida se, em suas ocupação, Vosmecê vai encontrar um tempinho pra um simples lavrador que o mundo nem sabe se existe. Mesmo assim teimo e Lhe dirijo essas palavra. Dessa vez num é rogatório, não. Também num é lamentação à toa. É só pra tirar uma dúvida, e bem sei que o Senhor não é desses que se ofende até com pergunta.

Apois me responda: que mal tão feroz eu cometi, meu Senhor, pra merecer tanto castigo? Até quando vamos ter que aguentar tanta provação?

No ano passado, eu, minha mulher e meus filho roçamo o pedaço de terra que ainda nos resta e plantamos um pouco de feijão e milho. Isso porque recebemos um pouco de semente que o governo distribuiu lá na cidade. Ficamos sabendo, pela rádio, que ia ser feita a tal distribuição, e os que não têm apareio de rádio suberam nas conversa de pé de uvido.

Tivemos que ir inté lá, pois, cuma num era época de eleição, eles não andam por essas capoeira. Chegamos cedo, pois o Senhor sabe que o matuto madruga, pra dar conta da labuta, e, nesse caso, pra garantir uma vaga na festa do benefício.

Lá na praça da cidade, onde estava as arrumação para a entrega das doação, vi muita gente bem vestida, vi tudo muito bem arrumado. Logo começou os falatório, cada um mais bonito que a outro; palavras que eu não entendia, mas imaginava que era coisa séria; pois esse povo que fala bonito é tudo gente séria, né? Promessa pro home do campo num fartaro. Teve inté um que chorou que nem minino! O Senhor sabe, o povo da cidade derrama lágrima só de pensar no mal que alguém tá fazendo com o povo…

Eu confesso, meu Deus, que num gostei de uma coisa, no meio de outras que também num me agradaram. Foi quando terminaram a cerimônia, na hora da saída, ouvi quando um daqueles home bem trajado, usando paletó e gravata, falou baixinho pro seu colega do lado: “Não sei o que é que essa gente aí quer mais, pois recebe bolsa família, salário maternidade, máquina forrageira, sementes de graça… O governo dá de tudo, mas nunca estão satisfeitos, a vida é reclamar”.

Já humilhado pela esmola que tinha acabado de receber, escondi ainda mais a cara, aproveitando o pequeno saco de sementes que tinha acabado de receber.

Agora meu Deus, o que mais me doeu, foi ouvir a resposta do outro cidadão, justamente o que tinha chorado na hora da fala. Ele disse: “Pois é, por isso que não encontramos mais quem queria trabalhar na roça. Ganham na moleza, e aí acabam viciados, esse povo não tem jeito”.

E o outro, pra confundir ainda mais a minha cabeça, emendou com essa: “E você tá reclamando de quê? Bom mesmo é ver que essas mixarias que o governo tá dando ainda é pouco, e a gente pode continuar viciando esses infelizes, esses vagabundos, em esmolas que dão votos. Pior será se os filhos e netos deles se formarem nas escolas técnicas, nas faculdades…”. Aí o outro botou as mãos na cabeça e saiu quase gritando: “Nem me fale! Nem me fale! Educação, não! Educação, não!”

Saí dali ainda mais humilhado do que quando cheguei. Ser chamado de vagabundo foi demais, meu Deus. Mas as lágrimas não escorreram pelo meu rosto, não, meu Senhor. E não foi por orgulho. Foi porque o sertanejo adulto, aqui das brenhas da caatinga, não tem mais lágrima. Tudo que a gente tinha de chorar já chorou, derna a infância, quando a fome, a sede e o abandono bateram na nossa porta e entraram sem pedir licença.

Mas eu estou aqui, meu Senhor, conformado, junto com a minha família, me preparando para enfrentar mais uma estiagem.

Esse ano, meu Deus, eu já decidi que vou deixar minha mulher cuidando dos nossos filho e vou arribar pro sul, cortar cana. Lá, pelo menos, se eu sair vivo, garanto o alimento e umas roupinhas pra eles. Além disso, trabalhando, eu tou me distraindo e não tenho tempo pra pensar besteira; pois, se não fosse a fé que tenho no Senhor, não sei se eu ainda tava vivo pra contar um pouco do meu sofrimento.

Na semana que vem, o ônibus da usina passa aqui em frente ao meu rancho, e, durante uma boa temporada, eu vou tá trabalhando e rezando pra que um dia eu possa voltar pro aconchego dos meus.

Mas pode crer, meu Senhor, jamais quero perder a esperança de um dia ver o meu sertão produzir alimentos em abundância e os meus filhos estudando em escolas decentes.

Ouvi dizer que tem um povo estrangeiro que costuma falar o seguinte: “Deus abençoe azamérica”. Num sei bem o que isso quer dizer, mas eu vou tomar a liberdade de pedir que o Senhor abençoe toda a humanidade.

Festa de Bodas de Ouro de GALEGO MALTA & IVONE CARVALHO

 Galego Malta e Ivone Carvalho. Registram uma festa de Bodas de Ouro com muita história. O casal de sertanejos, José Clerisval Malta, popular “Galego Malta” e Ivone Carvalho Malta, reuniu neste sábado (7) setembro de 2013, familiares e amigos para celebrar 50 anos de casamento. … A cerimônia religiosa deu início por volta das 20h30, na igreja de São Pedro, localizada no bairro da Ponta Verde, em Maceió. Filhos, netos, genros e demais amigos puderam prestigiar Galego e Ivone, que realizaram simbolicamente a troca de alianças.

A segunda parte da comemoração das Bodas de Ouro aconteceu na casa de eventos Casa Blanca, no bairro do Farol, onde o casal ofereceu um jantar ao som de uma boa musica ao vivo.

Como a tradição manda, na recepção, os “noivos” passaram novamente pelos rituais matrimoniais: corte do bolo de casamento; dança da valsa e até a disputa do buque jogado por Dona Ivone, naturais de Santana do Ipanema, mas residindo na capital alagoana há cerca de 15 anos, Galego e Ivone sempre mantiveram estreitos contatos com sua terra natal, preservando laços familiares e de amizades. Dessa união surgiram cinco filhos: Franklin, Mary, Sidney (Sidinho da Telecom), Sheylla e Shermans (Tete). Dessa segunda geração vieram os genros e noras e como consequência onze netos.

 

Da Redação

Educação e Segurança unidos podem vencer a violência

Charge

Nesta terça-feira (1º) o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), deverá instalar duas comissões especiais para analisar soluções para o financiamento de medidas de estímulo à Educação e à Segurança.

Apesar de pastas distintas, educação, quando unida à segurança dá um resultado positivo surpreendente. Pena que poucos gestores e gestoras não enxerguem essa positiva parceria.

De acordo com Calheiros, o estudo é importante diante da perspectiva de mais recursos para o setor, graças à decisão do Senado em relação aos royalties do Petróleo, os quais, de acordo com o texto aprovado, 75% que cabe ao governo federal, serão destinados à educação.

Estudos preliminares mostram que o valor pode chegar a R$ 112 bilhões a mais para financiar os setores de educação e saúde, nos próximos dez anos.

Na teoria, isso quer dizer que teremos mais creches, mais escolas de tempo integral, mais escolas de música e dança, maior incentivo ao esporte nas suas várias modalidades, melhores salários e qualificações para os educadores e profissionais em educação, transporte escolar gratuito, mais faculdades, laboratórios equipados e tantos outros benefícios que a educação pode proporcionar as crianças e jovens das periferias abandonadas nas milhares cidades brasileiras.

Em relação à violência, o tráfico de drogas, que leva ao uso indiscriminado de usuários cada vez mais sedento, tem sido uma das maiores causas de mortes prematuras de jovens e crianças; algo comparando a uma hecatombe no planeta.

Em Santana do Ipanema, uma pequena cidade do Sertão nordestino, as mortes causadas por grupos que disputam os pontos pela venda das drogas, tem levado gangues rivais a se digladiarem, com resultados fatais onde parece que nunca acaba de morrer adolescentes, tornando-se assim algo banal para a sociedade, que já nem sabe a quem recorrer.

E pouco, pra não dizer nada, tem sido feito para mudar esse quadro caótico. Onde famílias são destruídas; sejam de usuários, traficantes e até de com pessoas que não estão envolvidas.

Como as soluções por parte dos governos têm sido ineficazes, as soluções, por parte da sociedade, vem em forma de desespero.

Há quem defenda o fim da violência usando a mesma tática; ou seja, o uso da força. Para esses o extermínio indiscriminado seria a solução imediata. Quem nunca ouviu a frase, “bandido bom é bandido morto”?

A pergunta seria: a quem delegar o poder de exercer a Lei de Talião, “Dente por dente, olho por olho”?

Uma prova cabal de que isso não funciona está em uma ação lançada em 1986, em relação ao combate ao tráfico de drogas, pelo presidente da maior potência bélica do planeta. Ronald Reagan, quando tomou por base a ideia defendida por outro presidente norte-americano, Richard Nixon, há quatro décadas, que lançou a chamada “guerra contra as drogas”, baseada na repressão e na perseguição policial e militar.

De acordo com o escritor uruguaio Eduardo Galeano, em seu livro “Os Filhos dos Dias”, em relação a esta atitude de repressão: “A partir de então, aumentaram seus lucros os narcotraficantes e os grandes bancos que lavam seus dinheiros; as drogas, mais concentradas, matam o dobro de gente que antes matavam; a cada semana se inaugura uma nova prisão nos Estados Unidos, porque os drogados se multiplicam na nação que mais drogados tem.” (p.339).

Por tanto está provado que repressão nunca foi a solução para o combate às drogas; prevenção sim.

“Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.”, Pitágoras.

 Tem um ditado popular que diz “Mente vazia, oficina do diabo”.

Será tão difícil imaginar que a frase dita por Pitágoras, há quase 500 anos/a.C. tem um sentido lógico e prático?

Tendo a criança, hoje abandonada em bolsões de miséria, a chance de nos seus primeiros anos de vida frequentar uma creche bem equipada; com educadores qualificados, merenda e material didático de qualidade, onde possa ser bem tratada e praticar os seus primeiros exercícios físicos e mentais, não teria enorme chance de, ao invés de ingressar no mundo das drogas, tomar o rumo da educação, da medicina ou do esporte?

Conforme, nota do Senado, a comissão tem até o dia 16 de dezembro para debater e propor soluções que viabilizem a alocação de mais recursos financeiros para o sistema educacional brasileiro. O grupo está formado por dez senadores, incluindo a presidente e o relator; é esperar e torcer que esses recursos cheguem e sejam realmente aplicados em favor de nossos crianças e jovens.

Salve Setembro e São Jerônimo “Luz para meu caminho”

Setembro, com o passar do tempo, vai se tornando cada vez mais eclético, se nos mostrando um mês cada vez mais multifacetado. Se a gente for olhar a história vamos encontrar coisas tenebrosas por aqui ocorrendo. O “setembro negro” de 1972 nas olimpíadas de Munique, embora só doze anos tínhamos naquele ano, a lembrança vem com veemência. Sete de setembro de 1822, o “Grito do Ipiranga” o grito do engodo, transmutando-se no “Grito dos Protestos”, amplamente vivido pelas avenidas do país. A América e o mundo relembrou o 11 de setembro, a ferida que jamais cicatriza, completou 12 anos .

Setembro é mesmo um mês especial, particularmente para quem assim o considera. Se bem que para considerá-lo especial é preciso que algo de diferente dos outros meses, aconteça somente nele. Motivos, temos de sobra para nos alegramos, aqui começa a primavera. Nele nasceram minha amada Mara Rúbia, e há um ano apenas, minha netinha Aika, filha de Monaly.

Setembro do “velho” Bruce Espringsteen, se destacando no meio de tantas, novas celebridades no “Rock’in Rio – 2013”. Muitas delas nem eram nascidas quando Bruce e outras estrelas de quinta grandeza, se reuniram pra gravar “We are The World” “We Are The World foi uma canção composta por Michael Jackson e Lionel Richie, gravada em janeiro de 1985 por 45 dos maiores nomes da música norte-americana, no projeto conhecido como USA for Africa. O single, o LP e o clipe renderam cerca de 55 milhões de dólares. We Are the World apresentava 44 vocalistas diferentes, incluindo Michael Jackson, Lionel Richie, Harry Belafonte, Tina Turner, Bruce Springsteen, Billy Joel, Kenny Rogers, Bob Dylan, Cyndi Lauper, Diana Ross, Ray Charles e Stevie Wonder. (fonte: wikipédia.com.br).

Para a igreja de Cristo, setembro é considerado o mês da Bíblia. “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e Luz para o meu caminho” Salmo 119,105. Este mês foi escolhido pela igreja, porque o dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu no de 340 e faleceu em 420 d.C.). São Jerônimo traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e Grego) para o latim. A Bíblia é hoje o único livro traduzido em praticamente todas as línguas do mundo. Serve de “alimento espiritual” para a igreja e para as pessoas, e ajuda o povo de Deus na sua caminhada, em busca de construir um mundo melhor.” (fonte: católicos.vialumina.com.br).

Ser um padre, à frente de uma paróquia no interior do sertão, sem desmerecer os demais que se encontram em grandes centros, é dar o ombro com muito mais fervor na condução da cruz de Cristo. O povo humilde e desprovido de tudo, vê na figura daquele homem de batina, a oportunidade de renovar sua fé e sua esperança. Um colega nos contou que um desses servos de Cristo, chegando à igreja de sua paróquia, encontrou uma ruma de matuto participando de uma aula de catequese para o matrimônio. Escolheu um daqueles futuros nubentes, e tacou-lhe uma pergunta:

-Você sabe quem são as três pessoas da Santíssima Trindade?

-Sei sim seu “páde”! É tudinho da minha família: Ói! Esse aqui é Pedro Trindade. Aquela, Maria Trindade, e tem Chiquinha Trindade que num tá aqui porque está viajando.

Fabio Campos 24.09.2013

Breve no Blog fabioscampos.com.br o Conto inédito; “Labirinto”

CELEBRIDADE FEST 2012

Sábado dia 21 na AABB de Santana do Ipanema a festa de ouro do 2º Prêmio Celebridade Fest

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Santana do Ipanema vai parar nesta Sábado dia 21, quando acontece na Associação Atletica Banco do Brasil – AABB, em Santana do Ipanema, o 2º Prêmio Celebridade Fest 2012, a partir das 22h00min. Dezenas de personalidades serão homenageadas, inclusive santanesnes que se destacam fora do municipio. A festa será animada por LOURENÇA E BANDA L 4 E DO DJ PATO. Segundo o organizador do evento, Edilson Barbosa O Baile Celebridade Fest já é uma tradição em Santana do Ipanema.

O MEU CORAÇÃO É DE JESUS

Uma vez que estou tendo quinzenalmente aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) resolvi praticar justo com meus alunos. E propus fazermos um ditado diferente, não pronunciaria uma só palavra, só com gestos. E não é que deu certo! Aproveitamento de quase cem por cento! Estariam comprovando uma outra teoria que preocupa pedagogos de plantão: Cada vez mais, no dia a dia, estamos substituindo a oralidade pela linguagem verbal, ou de sinais. Uma reportagem na TV dos Marinhos, dizia que cada vez mais pessoas estão preferindo enviar mensagens pelo celular ao invés de simplesmente tentar completar uma ligação onde comodamente poderiam usar a oralidade, a fala.

Os sites de relacionamento é uma prova cabal de que o crescimento desse tipo de comunicação já é mais preferido que aquele, em que se utiliza o aparelho fonador, ou simplesmente a oralidade. O facebook que traduzido “ao pé da letra” Livro na cara! É uma prova concreta disso. Os internautas estão preferindo estar com as palavras na ponta dos dedos, em detrimento de tê-las na ponta da língua! Que seja. Daí, daremos de ver, se multiplicar por estas plagas, e pelo mundo todo, mais poetas, mais escritores, mais cronistas, mais filósofos. Com a palavra (literalmente) a criatividade! Santana tem angariado para si o pomposo título de “Terra de escritores” em detrimento da crescente onda em voga. Torcemos para que na mesma proporção seja também terra de leitores. Afinal quem escreve, lê, mas também quer ser lido.

Dicas do meu ditado; Polegar para cima = Legal!; Polegar para baixo = vai mal!; polegar esfregando no indicador = dinheiro!; polegar em riste, apontando em direção as costas = pedido de carona; indicador e médio em “v” = vitória! Ou paz e amor!; as duas mãos formando um coração sobre o peito esquerdo = amo você!; polegar e indicador formando um círculo = ok! Este sinal é americano, criado na 2ª grande guerra, significava zero killer (zero número de mortes ou baixas no front); juntando os dedos como que piscando = está cheio!; dedo indicador passado rapidamente no pescoço de um lado ao outro = está ferrado! Mas é preciso que se diga que isso nada tem haver com Libras.

Outro caso clássico no que refere-se sinais verbais e tentar entender a mensagem nas portas de banheiros, de lugares públicos. Eles oferecem uma gama de possibilidades de interpretações, dependendo da leitura que fazemos dos símbolos que são utilizados para distinguir. O w.c. masculino, por exemplo: Um bonequinho com a cabeça solta. Bem que poderia ser considerado “bullying” se alguém resolvesse interpretar que aquele signo estaria dizendo: banheiro pra negro, ainda mais drogado, vive com a cabeça voando! Já o feminino: A bonequinha estaria dizendo: Levanta a saia e mija aí no chão mesmo!

Neste domingo, andei “navegando“ pelos canais de tevê, e encontrei Rolando Boldrin, aquele do saudoso, “Som Brasil” antigamente no canal dos Marinhos, acontece que agora ele apresenta o “Senhor Brasil” corruptela daquele, noutro canal. E contava um causo de procissão, no interior de Minas, que contaremos aqui. Lá iam as beatas rezando e cantando, na procissão ladeira a cima. Os fiéis concentrados na cantiga da reza. Nada tirava sua atenção, cabeça baixa, iam cantando:

-Os anjos! Todos os anjos… Cantava a fila dos homens.

-Os anjos! Todos os anjos… Repetia a fila das mulheres.

E o padre lá na frente com a vela na mão também repetia:

-Os anjos! Todos os anjos…

Nisso o padre dá fé de um ônibus (naquele interior ônibus era chamado de jardineira) vem descendo a ladeira, desembestado, sem freio!

O padre se vira pro cortejo e grita:

-Gente! A jardineira! E todos numa só voz:

-Ô jardineira porque tais tão triste!

Por falar em cantiga de igreja, por estes dias estávamos ensaiando, uns cânticos pra um encontro que teremos. Entre, mais de dez pessoas, só um é fumante. Como sempre tem um gaiato no meio. A cantiga começou:

-O meu coração é de Jesus…

-E o teu pulmão é da Souza Cruz!

Fabio Campos 18.09.13 No fabiocampos.blogspot.com Breve Conto inédito: “O Jardim dos Desencantos”

PASSE O CARTÃO!

São muitos os cronistas de plantão, colaboradores em inumeráveis tablóides, sensacionalistas no web espaço. Bem como, incontáveis são os deslumbrados internautas, a debulharem quilométricas listas de ditos populares, provérbios e frases de efeito nos sites de relacionamento social. E saber que centenas de milhares pessoas tão envolvidas com o mundo virtual a ponto de dedicarem mais de um terço de suas vidas, em detrimento de um mundo real. Ocorreu-me agora criar um dito popular baseado nesse tipo de filosofia intergalática: “Internauta é como baiano, passa a maior parte da vida dentro da rede.”

Aliás neste instante, reportar-me a uma curiosa notícia divulgada através da Rádio Milenium FM(Santana do Ipanema-AL). O competente radialista, Flávio Henrique, âncora do programa matutino “Liberdade de Expressão” noticiava que um baiano iria entrar com Ação Judicial, por danos morais, contra um cantor de pagode, por ter dito, creio que num show, que “os baianos eram preguiçosos”. E o radialista remendava: “ninguém gosta, nenhum povo gosta de ser tachado disso ou daquilo (além do que isso é bullying). Porém ir ao extremo de acionar o ministério público é exagero! E nós alagoanos? Sabemos que no sul do país somos tachados pela classe política que temos.”

Visualizando esse mundo cibernético, vamos nos deparar com a humanidade vivendo vida dúbia, uma virtual que se funde e se confunde com a real. Lembro nitidamente quando à doze anos atrás, o mundo perplexo, chocado, extasiado, assistiu, ao vivo e a cores, pela TV, uma cena de filme hollywoodiano que virou realidade. O ataque terrorista as torres gêmeas do World Trade Center.

O mundo viu, nascer um novo século, e um novo milênio. Nesse ínterim descobriu-se a mais terrificante de todas as criações humanas: o PVC (policloreto de vinil) o plástico. Aliás, a palavra “nylon” (se pronuncia náilon) vem de dois termos: Nova Yorque e Londres. Dele claro, nasceria o “dinheiro de plástico” o cartão de crédito (que pode ser também de débito).

Cartões vão acompanhar a gente a vida toda: Desde o cartão de vacina quando nascemos, até o cartãozinho de lembrança no dia do sepultamento. Passando pelo cartão de apresentação, cartão de aniversário, casamento, bodas nupcial. Cartão de loteria, cartão de natal! Cartão da previdência social, Tem o cartão do Bolsa Família. O cartão poupança e o conta corrente. Cartão de registro do ponto no trabalho. Cartão do crediário, o “Green Card” é o cartão verde pra entrar na América. cartão do cadastro de pessoa física o CPF. Ultimamente o governo já cogita a possibilidade de criar o CU: Cartão Único! Que substituiria todos os citados. O problema é que as pessoas iriam ter que andar por aí com o CU na mão o tempo inteiro! Ou sair mostrando o CU a toda hora, pra todo mundo!

Meu amigo Alberto Laranjeiras, o popular “Benga” outro dia contava-me que nosso vizinho Marcos Davi, ex-prefeito de nossa cidade. Certa ocasião, recebeu um telefonema duma dessas operadoras de telemarketing oferecendo um determinado cartão. A moça passou meia hora explicando as vantagens. O amigo se fez de desentendido:

-E serve mesmo pra quê?

Mais uma hora de explicação. E o cliente quis saber:

-Tem haver com cartão de natal?

-E mais hora e meia de lenga-lenga. Pra tentar convencer o cliente, a telefonista apelou:

-Pra ter todas as vantagens basta que o senhor me passe o número do CPF e do RG!

Afinal o cliente se decidiu:

-Ô mulher me dá aí aquele CPF e RG de enganar os bestas que ficam ligando pra gente…

E ouviu o som do telefone sendo desligado no outro lado da linha.

P.S. Comunicamos aos nossos leitores e amigos, que nosso primeiro livro, previsto para ser lançado no próximo dia 13 de setembro (sexta-feira) na Câmara de Vereadores Tácio Chagas (S.I.), não mais irá ocorrer. Oportunamente divulgaremos a data deste evento.

Fabio Campos 12.09.2013

Breve no fabiosoarescampos blogspot.com o Conto inédito: “Quando morre uma Canção”

Educação

Clerisvaldo B. Chagas, 6/7 de setembro de 2013.

Crônica Nº 1083

Como os debates sobre Saúde e Educação estão em voga, vejamos o texto abaixo, na íntegra, identificado no final.

“O renascimento das atividades comerciais e a prosperidade dos centros urbanos estimularam também o desenvolvimento intelectual. As universidades proliferaram-se, pois para a burguesia o conhecimento passou a ser indispensável à plena realização de seus negócios. No decorrer do século XII, as escolas, muitas delas fundadas durante o período carolíngio, tornaram-se excelentes centros de ensino, cujas disciplinas continuavam sendo as mesmas da época de Carlos magno. O curso era composto pelo trivium, em que se ensinava gramática, retórica e lógica; e pelo quadrivium, que iniciava o aluno em aritmética, geometria, astronomia e música.

Depois de completar o curso básico trivium e quadrivium, os alunos podiam preparar-se profissionalmente em escolas de “artes liberais” ou dirigir-se para as áreas de medicina, direito e teologia. Supõe-se que a primeira universidade europeia tenha sido a da cidade italiana de Salerno, cujo centro de estudos remonta ao século XI. As universidades de Bolonha e de Paris, ambas do século XII, estão também entre as mais antigas. Nos séculos seguintes, muitas outras surgiram, como as de Oxford, Cambridge, Montpellier e Coimbra.

Originalmente, estas instituições eram chamadas de studium generale, agregando mestres e discípulos dedicados ao ensino superior de algum do saber. Porém, com a efervescência cultural e urbana da Baixa Idade Média, logo se passou a fazer referência ao estudo do saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale substituído por universitas. As universidades organizavam-se com base nas faculdades, cuja palavra, com o sentido de professores e alunos dedicados a um ramo do conhecimento humano, descendia originalmente de facultas, isto é, o direito de ensinar.

As universidades também gozavam de vários privilégios, destacando-se, além do direito de ensinar dos seus graduados (licentia docenti), a isenção de impostos e contribuições, a dispensa muitas vezes do serviço militar e até o direito a julgamento especial em foro acadêmico para os seus membros, vantagens garantidas quase sempre ou pelo imperador ou pelo papa, as duas maiores autoridades da época”.

VICENTINO. Claudio. História geral. São Paulo, Scipione, 2000. Pág. 156-157.

A CATEDRAL DE MACEIÓ

IMAGEM  ANTIGA DA CATEDRAL DE MACEIÓ. (Foto da própria Organização).

IMAGEM ANTIGA DA CATEDRAL DE MACEIÓ. (Foto da própria Organização).

Estamos diante da imponente Catedral Metropolitana de Maceió, ocasião que nos faz pensar sobre a quantidade de igrejas construídas no Brasil. São inúmeras, milhares entre pequenas e grandes que ajudaram a povoar o país levando adiante a fé cristã. Quem anda pelos sertões ainda contempla igrejas nos mais inusitados lugares. Fazendeiros construíam capelas, ermidas, e alguns queriam que depois os padres tomassem conta. Talvez não seja muito difícil construir-se um templo de tamanho razoável, mas parece que os construtores esqueciam-se do após, isto é, da manutenção anual que sem ela as casas de orações viravam ruínas. Como a igreja era rica, mantinha essas posses até com ajuda de paroquianos, mas como manter uma igreja de porte de uma gigantesca estrutura como esta de Maceió? No início havia apenas uma capela de engenho que se foi modificando, tornou-se matriz da paróquia desmembrada de Santa Luzia do Norte e agora representa o povo cristão como catedral da arquidiocese.

O lançamento da primeira pedra aconteceu no dia 22 de julho de 1840, quando governava a província Cansanção do Sinimbu. Somente em 20 de dezembro de 1859, o Visitador Diocesano Cônego Afonso de Albuquerque procedeu à bênção do magnifico templo. Foi o Barão de Atalaia quem ofertou uma belíssima escultura da Padroeira, benzida no dia 31 pelo próprio Visitador. Durante à tarde, entra majestosamente D. Pedro II, quando é entoado o hino de ação de graças. Quando foi inaugurada a nova Matriz, era pároco de Maceió, o Cônego João Barbosa Cordeiro, homem dinâmico que fundou várias instituições de peso. O Decreto de 02/07/1900 do Papa Leão III, criava a Diocese de Alagoas, conjuntamente, elevava à dignidade de igreja episcopal e Catedral, a Matriz de Maceió, nela instituindo a sede episcopal para aquele que deveria ser chamado bispo de Alagoas.

Assim como esse belo histórico da Catedral Metropolitana, também existem milhares de histórias mais humildes sim, porém, narradas pela tradição, como vitórias alcançadas e nuances incríveis. Vale à pena conhecer A CATEDRAL DE MACEIÓ.

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2013.

Crônica Nº 1082