Por que mentimos?

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A origem da palavra MENTIRA vem do latim “mentiri”, que significa “enganar, dizer falsidade”.

A mentira pode ser contada de maneira planejada, ou também pode surgir de maneira improvisada no ato do acontecimento.  

A ação de mentir é um comportamento natural dos seres humanos, é bem comum identificar nas relações sociais, atitudes para enganar ou criar algo falso de uma pessoa para outra. Esse tipo de prática acontece com pessoas de todas as idades, vai desde crianças até idosos, nas mais variadas culturas.

O primeiro elemento que faz o ser humano mentir, é a necessidade de evitar punições e sofrimentos físicos e/ou psicológicos, que são geradas nas relações sociais, desde a vivência em família até a comunidade como um todo.

Em seu funcionamento natural, a mente humana de maneira instintiva, cria essas estratégias de defesa para evitar as punições. E aí cada indivíduo de modo particular, desenvolve suas artimanhas a partir da sua capacidade cognitiva e adaptativa ao meio em que está inserido.

O segundo elemento que faz o ser humano mentir, vem do comportamento aprendido dos pais e sociedade. Se tratando de Brasil em contexto cultural, o ato de mentir é passado de pai para filho, e assim sucessivamente.

Um exemplo bem clássico disso é contado em forma de piada, mas é exatamente como acontece no dia a dia das famílias e sociedade de modo geral.

Exemplo: Chega um homem querendo falar com o dono da casa, mas quem o recebe é o filho do dono da casa. Então a criança vai até o pai e diz. Papai, tem um homem lá fora querendo falar com o senhor. O Pai responde, não quero falar com ele, vá lá, e diga a ele que eu não estou. A criança com toda inocência chega para o visitante e diz. Pai mandou dizer que ele não está.

Dentro dessas vivências as crianças copiam as ações dos pais, não é à toa, que os seres humanos têm 80% dos seus comportamentos aprendidos. Então não adianta brigar e dizer a criança que mentir é feio, se ele observa os pais mentindo em outras situações.

A mentira poderia ser classificada em categorias:

Categoria I – Onde quem cria a mentira, busca apenas evitar punições a ele mesmo, e na maioria das vezes não causar prejuízo a ninguém. (Mentir ou omitir).

Ex1: A criança traquina que mente para mãe por medo de apanhar.

Ex2: O adolescente que mente para a mãe, para que ela não fique preocupada com ele, e nem ficar “pegando no pé”.

Ex3: O motorista cria uma mentira para o guarda de transito, por medo de ser multado.

Categoria II – Onde quem cria a mentira, tem o objetivo de prejudicar outra pessoa, e em muitos casos o autor da mentira não ganha nada com isso. (O popular levantar falso).

Ex1: Uma pessoa que ouve um comentário de um vizinho e cria uma mentira a partir do que ouvir só para infernizar.

Ex2: Funcionário que cria situação para colega ser punido pelo chefe.

Categoria III – Onde quem cria a mentira, gera prejuízo a outras pessoas e as vezes para ela mesma. (Fantasiar histórias).

Ex1. Uma pessoa fantasia um relacionamento amoroso com outra pessoa, sem nunca ter acontecido nada entre os dois. Então de modo fictício a mentira causa prejuízo moral e psicológico para as duas pessoas.

Ex2: Aluno que mente para os pais, falando que está estudando, mas na verdade ele não está matriculado ou não frequenta a faculdade. Criando nos pais e amigos a falsa ideia de que ele está prestes a se formar.

Na era digital e tecnológica que nós vivemos, nas mídias sociais as mentiras são chamadas de FAKE NEWS, e são várias as falhas humanas em torno dessas postagens mentirosas.

O primeiro erro ocorre na criação da notícia falsa “mentira”, seguido da publicação. Outro erro gravíssimo está no compartilhamento dessa notícia sem ao menos ler ou buscar saber se é verdadeira e se a fonte é segura.

Quem mente acredita ser mais esperto do que os outros;

Quem mente se realiza ao ver a outra pessoa prejudicada;

Quem mente acredita que nunca será enganado;

Quem mente tenta enganar a ele mesmo;

Quem mente é humano, e você enquanto ser humano para quem mente e por que mente?

Você tem medo de adoecer?

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Você já ouviu falar do TRANSTORNO HIPOCONDRÍACO? A maioria das pessoas nunca ouviu esse termo, muito embora, é possível conheça alguém com esses comportamentos, ou identifique os sintomas desse transtorno que serão descritos a seguir.

Nos seres humanos existem três categorias de transtornos, as neuroses, as psicoses e as perversões.  O Transtorno Hipocondríaco está na categoria das neuroses.

Um indivíduo portador do Transtorno Hipocondríaco é conceituado como alguém que (sem motivos), se preocupa exageradamente com a saúde, extrapolando sintomas imaginários de doença, fazendo queixas desnecessárias de sofrimento, e medo extremo de morrer.

Se caracteriza pela ansiedade ou pelo medo de ter uma doença grave. A preocupação persiste apesar da avaliação médica confirmar que não há lesão ou doença em seu corpo.

O paciente apresenta uma hipersensibilidade corporal, pelo fato de ser muito centrado em seu próprio corpo, como também a preocupação constante com doenças inexistentes.

Possui uma ansiedade e uma dificuldade muito grande de entrar em contato com pessoas e situações que ele não consiga controlar, e isso o faz cada vez mais centrado com atenção e percepção no próprio funcionamento corporal.

Qualquer alteração fisiológica (mudança de batimento cardíaco, ruídos no funcionamento digestivo, e outros) que é rapidamente notada, por ele ser controlador e pessimista, interpreta como risco de consequências muito graves e irreversíveis ou até de algo que pode levá-lo à morte.

Nos serviços de psiquiatria esses pacientes são diagnosticados como portadores de um grupo de transtornos, que se caracterizam pela presença por longo tempo (meses ou anos) de queixas frequentes de sintomas físicos, orgânico, mas que não são totalmente explicadas por nenhuma doença, sendo seu desencadeamento e manutenção devido à conflitos psicológicos, ou também pode ser aprendido pela vivência no ciclo familiar.

Esses indivíduos geralmente se auto medicam sozinhos, compram vários medicamentos fazem da sua casa um deposito de remédios. O fato de tomar medicações o tempo todo, ou pelo menos querendo tomar, apavorado com o risco de ser doença grave e querendo fazer tudo para eliminar esse sintoma é que desencadeia todo processo de ansiedade.

A cabeça do hipocondríaco é uma caixa de horrores, a atenção da pessoa se desvia da realidade, ele não percebe, não vê, não se importa com os problemas da vida real, e fica o tempo todo centrado em seus sintomas, em seus pensamentos distorcidos e crenças negativas.
São pessoas profundamente pessimistas, lotadas de sentimento de culpa, e por muitas vezes acham que merecem um castigo (que seria a doença tão temida).
Grande sensibilidade para identificar movimentos, barulhos e outros sinais do corpo que passariam despercebidos para a maioria das pessoas.

Queixas mais frequentes:

  • Sistema gastrointestinais
  • Sistema Cardiorrespiratórios
  • Área auditiva
  • Segmento Cefálico (Cefaleia e tonturas atípicas)
  • Nasofaringe

Tratamento:

O tratamento desta neurose deve ser feito através de Psicoterapia, para que a pessoa consiga perceber seus pensamentos distorcidos, sentimentos e conflitos psicológicos, que são os verdadeiros causadores de seus sintomas.

Em casos mais graves pode-se usar medicação além da antidepressiva também a ansiolítica, quando o paciente sofre simultaneamente de hipocondria e depressão, ou outro transtorno de ansiedade.

Janeiro Branco torna-se lei em Alagoas

Mês dedicado a saúde mental (Foto: Marcos Santos / USP Imagens)

A campanha Janeiro Branco existe a seis anos no cenário nacional, em Alagoas é o terceiro ano consecutivo, o Conselho Regional de Psicologia de Alagoas, CRP-15 vem trabalhando muito forte nessa campanha que virou lei no ano passado.

Está previsto na Lei 7.984 de 23 de janeiro de 2018. Institui, no calendário oficial de eventos do estado de Alagoas, o JANEIRO BRANCO, mês dedicado a realização de ações educativas para a difusão da importância de prevenção da saúde mental.

Essa época do ano é vista culturalmente como momento de iniciar projetos, de renovação, de superação. O mês de janeiro foi escolhido como momento ideal para dá visibilidade as questões de saúde mental, que tanto são ignoradas e desvalorizadas.

O objetivo do Janeiro Branco é informar a população de modo geral, sobre a importância de conhecer e prevenir a saúde mental, pois a cada ano aumenta o número de pessoas que sofrem alteração psicológica. Segundo Organização Mundial de Saúde até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante no mundo.

O fato é que o termo saúde mental, ainda é visto com preconceito pela sociedade. A maioria das pessoas por não conhecer, acreditam ser frescura sofrer transtornos de Ansiedade, Depressão, Síndrome de Burnout, Bipolaridade, Borderline e etc. O indivíduo portador de algumas dessas doenças citadas, quando tratado consegue realizar tranquilamente todas as atividades que fazia antes da doença, (trabalhar, estudar, cuidar, da casa, da família e etc.).

O que geralmente se escuta nos ditos populares, é que saúde mental é coisa de doido. Isso é uma construção cultural errada. O conceito de saúde mental diz respeito a toda condição e funcionamento mental do ser humano, ter uma mente saudável é mais importante e delicada do que a saúde física. Não adianta nada, ter um corpo forte e inteiro fisicamente, e não consegui resolver nada sozinho por não ter condições mental saudável.

O que pouca gente sabe, é que muitas dessas doenças mentais podem ser evitadas, e que o psicólogo (a) atua de maneira preventiva em escolas, em empresas, em unidades de saúde da família, em CAPS, em CREAS, em hospitais, em clínicas de atendimento psicológico, e etc.

A campanha do Janeiro Branco, tem o objetivo de quebrar esse preconceito sobre a saúde mental, mostrando a importância da prevenção, trazer conhecimento e informação as pessoas, sensibilizar as autoridades e as instituições para abraçar na campanha, esclarecer os mitos sobre a saúde mental, orientar sobre pessoas com potencial de riscos elevados, esclarecer que o psicólogo (a) é profissional mais indicado para fazer acompanhamento psicológico.

Vale lembrar, que a maioria das doenças mentais não tem cura, tem tratamento. Pessoas que apresentam algum tipo de alteração mental, precisam de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, para continuar em sociedade cumprindo com suas obrigações normalmente. O não tratamento aumenta ainda mais a chance de suicídio dessa pessoa.

Pessoas tenham parentes com casos de alguma doença mental, devem ficar atentos que elas têm maior tendência a também desenvolverem alguma alteração mental. No caso de dúvida ou desconforto procure um profissional de psicologia, o quanto antes buscar ajuda, melhor o sucesso no tratamento.

Síndrome de Burnout: Realidade ou Ficção?

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A palavra Burnout vem do inglês TO BURN OUT, que significa (queimar por completo). É também chamada de síndrome do esgotamento profissional, assim foi intitulada pelo psicanalista alemão Freudenberger por volta dos anos 1970.

Quando identificou em si mesmo os sintomas após sentir o desejo de ser o melhor em tudo, e sempre demonstrar alto grau de desempenho. Mas essa satisfação nunca parava e passou a sentir problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão.

A Síndrome de Burnout é considerada um distúrbio psíquico e emocional, que se caracteriza pelo esgotamento físico e mental do indivíduo. Esse transtorno psicológico se desenvolve devido ao acúmulo de estresse no trabalho ao longo do dia a dia.

A principal causa que faz desenvolver a síndrome de Burnout, é a somatização de estresse, em ambiente desgastante, advindo da dedicação intensa e exagerada à vida profissional, sem que o indivíduo vivencie momentos de relaxamento.

A síndrome de Burnout é um transtorno de caráter depressivo, principalmente devido a alguns comportamentos que a pessoa afetada apresenta. Esta doença é considerada o ponto máximo do estresse profissional (estresse crônico), podendo se desenvolver em indivíduos das mais variadas profissões, principalmente aquelas em que há um contato direto com outras pessoas. 

Por exemplo, professores, enfermeiros, vendedores, policiais, bancários, entre outros.

A síndrome de Burnout é considerada uma das principais causas de afastamento das atividades de trabalho, os seus sintomas quando não são tratados, são considerados como porta de entrada para o indivíduo desenvolver DEPRESSÃO.

Alguns dos sintomas da síndrome de esgotamento profissional, são visivelmente notadas no dia a dia, tanto pelos membros da família do indivíduo, assim como pelos colegas de trabalho.

Principais Sintomas:

  • Cansaço físico e mental constante e em excesso;
  • Dificuldade para se concentrar em tarefas diárias;
  • Sem vontade de fazer atividades sociais e estar com outras pessoas;
  • Coloca constantemente a necessidade e vontade dos outros à frente das próprias;
  • Falta de energia para manter hábitos saudáveis;
  • Isolamento social (mesmo de familiares e amigos);
  • Alterações repentinas de humor (com muitos períodos de irritação);
  • Sentimento de insatisfação sobre aquilo que faz;
  • Alterações de humor e de memória;
  • Constante negatividade, sentindo como se nada fosse dar certo;

Vale ressaltar que todos os sintomas da síndrome de Burnout, são os mesmos dos transtornos depressivos, sendo que na depressão se apresentam em um grau mais elevado.

A maioria dos sintomas da síndrome de Burnout são psicológicos, algumas consequências físicas podem ser observadas, como dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrointestinais, são algumas das manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome.

O tratamento para a síndrome de Burnout, deve ser com profissionais especialistas em saúde mental, sobretudo com psicoterapia (Psicólogo), em alguns casos se incluir também medicamentos (Médico Psiquiatra). Recomenda-se ainda atividades físicas regularmente e exercícios de relaxamento também são fundamentais para ajudar a controlar os sintomas. Mudanças nas condições de trabalho também são necessárias para promover a saúde e o bem-estar organizacional.

O que está por trás da AUTOMUTILAÇÃO?

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Automutilação ou autolesão é o ato ou comportamento ESPONTÂNEO e INTENCIONAL de bater ou cortar a sim mesmo. O fato de provocar lesão no próprio corpo nem sempre envolve intensão suicida, a maioria das pessoas que se mutilam ou se arranham, provocam apenas lesões que não colocam sua vida em risco. Muito embora em alguns casos a automutilação começa de maneira superficial e vai se agravando até que o indivíduo causa sua própria morte.

A autoagressão é mais comum do que pensamos, é possível encontrar pessoas de várias idades com esse tipo de comportamento, muito embora, seja mais comum em adolescentes, tendo início por volta dos 12 ou 13 anos, e vai até perto dos 30, em sua maioria mulheres. Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% dos jovens admitem que ao menos uma vez na vida se lesionaram de propósito.

Vale lembrar que pode ser ainda maior esse índice, uma vez que muitas dessas pessoas não expõem e nem falam para ninguém dos seus ferimentos. Dentre as formas as mais comuns são: cortar, arranhar, queimar e bater em si mesmo.

Motivações

Pesquisas realizadas com jovens de vários países traçam características entre os que se mutilam. Quando questionados sobre o porquê tem esse comportamento auto agressivo? Dentre os relatos, as justificativas mais comuns são: eu sinto uma dor emocional, uma angústia, uma dor profunda, um aperto na alma, e com essa atitude eu tento aliviar essa pressão dentro de mim.

Outro aspecto encontrado nesses jovens é a autopunição. Principalmente em pessoas com autoestima baixa, se culpam por se sentirem assim, se sentem inconveniente, e que os outros não merecem saber dos seus problemas.

Possíveis Causas

Não existe um motivo ou elemento específico causador desse sofrimento emocional, mas a partir de estudos e casos clínicos é possível identificar que vários aspectos podem desencadear no ser humano esse conflito psicológico.

Dentro da própria vivencia familiar ocorrem fenômenos negativos ao desenvolvimento humano. Por exemplo, relações sem afeto, pais negligentes, pais ausentes, pais violentos, nesse caso são consideradas todo tipo de violência, psicológica, física, sexual. No meio social também existem fatores de risco, o bullying na escola ou na comunidade, e o cyberbullying que se alastram nas mídias sociais.

As cobranças sociais e culturais como imposições da sexualidade, da profissão, e de relacionamentos amorosos. Também são fatores de riscos para os conflitos psicológicos, os eventos traumáticos na infância. Tais como: abuso e violência sexual, morte de pessoas da família. E geram sentimentos negativos de angustia, ansiedade, estresse, tristeza e abandono.  

A automutilação é frequentemente associada ao transtorno de personalidade borderline, mesmo que a autoagressão seja uma das características desse transtorno, a maioria das pessoas que se mutilam não se enquadram nesse transtorno, que é uma grave alteração na personalidade.

Influências

Estatísticas internacionais mostram que aproximadamente 18% das pessoas que se mutilaram, começaram esse comportamento influenciados por pessoas ou grupos com as mesmas problemáticas. Existem até orientações entres os componentes do grupo de como causar as lesões.

A adolescência é o período onde as pessoas estão na formação da sua identidade, é natural que essa busca esteja ligada a necessidade de pertencer a algum grupo. Quando em um grupo alguns dos membros se mutilam, é comum que outros também comecem a se mutilar ou queiram fazê-lo, como se fosse um ritual de entrada. O chamado início por contágio.  

Prevenção

Primeiramente pais e mães observem e sejam próximos dos seus filhos. A maioria dos jovens que se mutilam, seus pais nunca percebem, pois não os vê com pouca ou nenhuma roupa. É fundamental que exista uma relação de afeto e proximidade entre pais e filhos.

Outro ponto importante, é ensinar aos filhos habilidades sociais emocionais para que eles se tornem resiliente para lidar com dificuldades da vida. Ensinar aceitar as perdas, elaborar as frustrações, ensinar a resolver conflitos sem se machucar e sem machucar o outro. Tudo isso é importante para que o ser humano saiba encarar os desafios do mundo.

Tratamento

Nesses conflitos emocionais geralmente o paciente é acompanhado pelo Psicólogo(a) e pelo Psiquiatra, em algumas situações só o acompanhamento psicológico é suficiente e não é necessário tomar medicamento. Nesse processo o envolvimento da família é fundamental para o sucesso no tratamento.

Por que sentimos Ansiedade?

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A ansiedade é uma emoção natural presente em todos seres humanos, é uma sensação ativada em nossa mente sempre que somos expostos a uma condição de risco, do novo, do difícil e etc. sejam esses fatores real ou imaginário. Pode ser estimulada por momento de incerteza que esteja prestes a determinar nossa vida futura.

Nós seres humanos possuímos em nosso organismo vários mecanismos naturais, as emoções comandam boa parte dessas funcionalidades. A partir do que sentimos, nosso Sistema Nervoso Central apresenta reações fisiológicas e psicológicas. A emoção é vivenciada de maneira única e pessoal, sendo entendida como uma reação física e emocional, geralmente estimulada por um sentimento ou acontecimento.

A ansiedade tem seu lado positivo. Imaginem, por exemplo, a ansiedade que antecede um casamento, uma entrevista de trabalho, um teste para retirar a carteira nacional de habilitação, apresentação numa competição esportiva. Nesses contextos a ansiedade tem um papel importante na preparação para chegar ao objetivo com sucesso.

Nesse sentido, a ansiedade vem recheada de cuidado que serve como elemento de detalhes importantes na elaboração dos conteúdos e etapas que precisam ser completadas. A falta de ansiedade nesses momentos poderia ocasionar em conteúdo sem qualidades e sem detalhes essenciais para se obter bons resultados.

Um nível de ansiedade saudável, ativa em nosso cérebro um estado de alerta e prontidão necessário, estruturando nossa condição emocional para encarar de maneira coerente os desafios que podem surgir.

Quando a ansiedade é exagerada, o indivíduo perde o controle da situação, geralmente cria um bloqueio no raciocínio, cria uma expectativa antecipada que ultrapassa a realidade. Quem sofre de ansiedade excessiva, se percebe em crise emocional, mas acredita que “deveria” estar calma. E piora ainda mais sua crise de ansiedade, por não aceitar e não tolerar sentir ansiedade de maneira incontrolável.

A ansiedade pode ser desencadeada pelas dificuldades dos problemas do dia a dia, seja em casa ou na vida profissional, como também muitos casos surgem de traumas sofridos. O indivíduo sente um misto de ansiedade e aflição, sabendo das reações que se apresentam no seu corpo e se percebe tomado pela ansiedade e não sabe como evita-la, e com isso busca que aquele momento passe rápido para se livrar do sofrimento psíquico.

É bem comum notar em pessoas com ansiedade crônica (Transtorno de Ansiedade) alguns dos sinais e sintomas:

  • Perda de sono; a pessoa não consegue se desligar das atividades do dia a dia.
  • Tensão muscular; o corpo sempre acelerado.
  • Falta de concentração; pensamento fixado no passado ou futuro.
  • Preocupação excessiva; estado de alerta desnecessário.
  • Irritabilidade; comportamentos de inquietação e intolerância.
  • Falta de Ar; respiração ofegante.
  • Tontura; formigamento e as vezes vertigens.
  • Sudorese; em algumas partes do corpo,
  • Taquicardia; palpitações e tremores, e etc.

Na atualidade as ferramentas e tendências tecnológicas vem provocando grandes impactos psicológicos em pessoas de várias idades, devido aos aparelhos informatizados induzirem as pessoas numa vida cada vez mais frenética. Isso influencia diretamente relacionamentos familiares e sociais. O funcionamento biológico real do nosso corpo não acompanha a velocidade da internet.

O que causa ainda mais sofrimento e crises de ansiedade nessas relações, são os resultados, fatos e acontecimentos que não condizem com nossas vontades, e é natural que essa tendência caminhe para maiores frustrações e decepções, pois quanto mais coisas nós realizamos de maneira desenfreada e impulsiva “na velocidade da internet”, mas encontramos resultados indesejados.

E cada vez mais os relacionamentos acontecem de maneira virtual e artificializada. A ansiedade se alastra desde as crianças aos adultos, muitas vezes é possível ver as consequências pela dificuldade de esperar uma simples resposta na conversa no WhatsApp.

A ansiedade não vai deixar de ser sentida, muito embora, a partir de um acompanhamento Psicológico com ou sem medicação a depender do nível de ansiedade, é possível eliminar os excessos trazendo para pessoa ansiosa condição de lidar com suas problemáticas sem que elas incapacitem suas tarefas do dia a dia.

Entenda a diferença entre Medo e Fobia

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Medo é originário da palavra latina metus, que significa sentir-se desconfortável perante a uma situação de risco ou uma ameaça, real ou imaginária. Diante do mesmo conceito, medo refere-se ao anseio de acontecer algo contrário à vontade ou necessidade de um resultado esperado.

Fobia surgiu da palavra grega phóbos, que significa medo ou terror. A palavra fobia é também considerada um sinônimo de medo extremo. É possível afirmar que a fobia é um medo exagerado e incontrolável.

Medo é uma das emoções primitivas que resultam da aversão natural à ameaça, sentida pelos animais assim como nos seres humanos. Medo também é aprendido nas nossas relações familiares e sociais. Assim como aprendemos a ter medo, é possível perder o medo de algo ou alguma coisa ao longo da vida. Consequentemente as coisas que nos faziam medo na infância já não assustam hoje. Alguns dos nossos medos atuais possivelmente não terão nenhum significado daqui alguns anos.

Fobia é uma emoção sem controle, é a aversão insuportável gerada por um medo sem explicação. Também pode ser aprendido, a final cerca de 80% dos comportamentos que nós seres humanos apresentamos, são adquiridos nas experiências de vida através dois cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Mas, a “fobia” muitas vezes se desenvolve por um trauma sofrido em algum momento da vida.

O Medo é natural e saudável a nós seres humanos, sendo considerado como uma reação instintiva emitida por nosso organismo quando exposto a situações de risco e/ou desconforto. Com isso, o medo está ligado aos aspectos de vigilância que preservam a integridade e a sobrevivência individual ou coletiva da espécie. O medo é um moderador de ações, quando alguém não tem medo, essa pessoa perde a noção de perigo, podendo se machucar ou até mesmo morrer.

Por exemplo: é bem comum uma criança aos dois anos não ter medo das coisas e animais a sua volta, pois, ela está no processo de aprendizado e ainda não tem sua consciência concreta o suficiente para compreender o que lhe oferece risco.

Por exemplo, uma pessoa que está vivenciando um surto psicótico não sente medo, porque nessa condição a pessoa sofreu uma alteração de consciência e com isso não consegue identificar o perigo.

A Fobia caracteriza-se como medo incontrolável, angústia intensa, uma aversão insuportável a algo ou alguma coisa, e que as vezes essa condição assustadora não representa perigo real para essa pessoa. Por isso a Psicologia considera a fobia uma doença psicológica.

Por exemplo, alguém que desenvolve fobia de lugares fechados. Sabemos que nem todo lugar fechado causa risco a alguém.

Imaginem alguém com fobia de aranha, essa pessoa não consegue ver aranha no celular ou na televisão por exemplo, mesmo sabendo que é virtual essa pessoa não suporta estar em contato com esse inseto.

Vale lembrar que não só a fobia, mas qualquer outro tipo de transtorno e alteração psicológica, é considerado patológico quando atrapalha os compromissos e obrigações da vida pessoal e/ou social de alguém.

Imaginem que, ter medo de cachorro não impede que alguém saia para trabalhar todos os dias, mesmo sabendo que existe vários cachorros de rua soltos na cidade. Mas, alguém portador de fobia social não consegue trabalhar em locais como numa fera livre onde ela fica rodeada de várias pessoas. Nessa condição, além da ansiedade extrema e do medo persiste e exagerado, essa pessoa não consegue raciocinar e perde o controle dela mesma.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, a fobia simples tem pelo menos cinco categorias:

  • Animais (aranhas, cobras, sapos, etc.)
  • Aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.)
  • Sangue, injeções ou feridas
  • Situações (alturas, andar de avião, elevador ou metrô, etc.)
  • Outros tipos (medo de vomitar, contrair uma doença, etc.).

Os sinais e sintomas podem variar em algumas pessoas e também de acordo com o tipo de fobia. Muito embora, existem algumas características que são notadas em todos os indivíduos que apresentam fobias:

  • Medo sem justificativa, diante da fobia é incapaz de cumprir suas tarefas do dia a dia.
  • Sentimento de pânico incontrolável, em situações de pouco ou nenhum perigo real.
  • Reações físicas e psicológicas, como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, e ansiedade intensos, tremores e etc.
  • Reconhece que o medo é exagerado e sem razão, mas não consegue se controlar.

Independentemente do tipo de fobia, não é aconselhável forçar o indivíduo em situações que lhe causam sofrimento psíquico, a exposição agressiva pode agravar ou até mesmo desenvolver outra alteração psicológica no indivíduo. Crises fóbicas não são frescura, e nem se resolve com conselho ou práticas religiosas.

O ideal é procurar um Psicóloga para um acompanhamento terapêutico, com o tratamento psicológico é possível estabilizar o estado emocional, existem estratégias e técnicas que controlam as crises fóbicas, possibilitando o indivíduo ter uma vida natural, cumprindo suas funções sociais, pessoais e profissionais.

Tristeza e Depressão. Você sabe a diferença?

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A DEPRESSÃO está entre os três transtornos mentais que mais adoece pessoas em todo o mundo, segundo a Associação Americana Psiquiatria – APA, cerca de 5% das pessoas do planeta sofrem de depressão em algum momento da vida. Alguns especialistas apontam esse transtorno como a doença do século.

A TRISTEZA é um sentimento normal e considerado saudável a nós seres humanos, ele acontece geralmente quando perdemos alguém ou alguma coisa, ou seja, o fato de se sentir triste sempre tem um MOTIVO. Durante o período em que uma pessoa se sente triste os seus pensamentos giram em torno do algo/alguém perdido. Ao superar um luto o ser humano se torna mais resistente.

A DEPRESSÃO é caracterizada por pelo menos duas semanas seguidas, com perda de capacidade cognitiva (dificuldade de resolver as coisas), dores no corpo, alteração no sono (falta ou excesso de sono), alteração no apetite (falta ou excesso de alimentação), diminuição de desejo sexual. Sentimento de desvalorização pessoal, em alguns casos a pessoa não se cuida na higiene pessoal, nessa fase uma pessoa sente-se depressiva sem MOTIVO, como se existisse um vazio na cabeça onde nada explica o que ela sente.

A TRISTEZA não altera a capacidade cognitiva, nem altera o senso de responsabilidade da pessoa, mesmo passando por momentos difíceis (LUTO), a pessoa triste consegui perceber a sua importância perante as outras pessoas.

A DEPRESSÃO é um estado mental onde a pessoa se sente deprimido na maior parte do dia e na maioria dos dias, sentimento de vazio, sem esperança de melhora, sem motivação futura. Fadiga ou perda de energia, geralmente fica muito deitada em ambientes escuros.

Geralmente uma pessoa depressiva apresenta aparência triste, chorosa e as vezes irritabilidade, isso faz com que essa pessoa evite está em ambientes agitados, ela perde o prazer nas atividades que gostava de fazer antes desse período depressivo. Buscando ISOLAMENTO.

A TRISTEZA pode ser esquecida em momentos de descontração, e a pessoa que passa por um período de LUTO não perde o prazer nas atividades que realiza, as vezes até utiliza isso para se ocupar buscando dá continuidade na vida mantendo um convívio social.

A DEPRESSÃO provoca pensamentos negativas, faz com que a pessoa se sinta inadequada, inconveniente, sente culpa excessiva e pensamentos de morte. Se sente incapaz, como se ninguém gostasse dela, que ninguém vai sentir falta dela, que seus problemas não têm solução, que não há prazer na vida.

A DEPRESSÃO é o transtorno que mais retira pessoas do mercado do trabalho em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde –OMS, é até três vezes mais comum em mulheres entre as idades de 18 a 29 anos. Entre os homens é menos comum, mas também tem crescido o número de casos. Eventos estressantes são gatilhos para desenvolver transtornos depressivos nas pessoas.

A TRISTEZA é sentida por pessoas de todas as idades, sejam homens ou mulheres, e em todas as classes sociais, algumas demonstram com maior facilidade, já outras não.

Lembrando que algumas pessoas são mais propensas a sofrer depressão, pessoas com baixa capacidade de lidar com frustrações, pessoas com crenças e pensamentos negativos, pessoas com baixa capacidade de resolver problemas, pessoas com parentes próximos que sofram de transtornos depressivos.

A DEPRESSÃO não tem cura, mas é possível viver tranquilamente quando é feito o acompanhamento necessário, em alguns casos só o acompanhamento com Psicólogo é suficiente. Já em outros casos mais delicados, é necessário o acompanhamento com Psicólogo junto ao Psiquiatra, quando há necessidade de tratamento medicamentoso.

Seja por falta de conhecimento ou por resistência da pessoa e/ou família, ignorar a depressão é como colocar água numa bexiga, a qualquer momento ela estoura. Vale ressaltar que pessoas com sintomas depressivos que não são tratadas de maneira correta, correm alto risco de suicídio.