Após ato de diretor, deputada diz que fiscalizações em escolas vão continuar

02 out 2019 - 08:30


Deputada Cibele Moura usou a tribuna da ALE para falar da situação em Matriz de Camaragibe (Foto: Assessoria)

A deputada estadual Cibele Moura (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa (ALE), nesta terça-feira (1), para afirmar que a reação do diretor José Cristiano de Oliveira, da Escola Estadual Saturnino de Souza, em Matriz do Camaragibe, foi um ataque ao parlamento alagoano, e não apenas a ela e a sua equipe de trabalho. Durante fiscalização realizada pela parlamentar na unidade escolar, com o projeto Rota da Educação, que percorre escolas públicas, a deputada foi surpreendida pelo diretor, que em tom agressivo disse que ela não poderia estar fazendo o trabalho na escola.  

“A gente passa nas escolas, vai colhendo demandas, vê ideias boas e inclusive muita coisa que precisa melhorar. A gente já encontrou escolas exemplares, com merenda de qualidade, mas também já tivemos o desprazer de encontrar uma escola faltando merenda há dois dias. São esses problemas lá na ponta que a gente está olhando, fiscalizando, elaborando um relatório que será encaminhado ao secretário Luciano Barbosa para poder desenvolver ações efetivas”, disse Cibele.

Segundo ela, por onde passou encontrou receptividade dos diretores, dos alunos, de toda comunidade escolar, mas teve o desprazer de encontrar o diretor que a agrediu verbalmente e tentou barrar o trabalho da equipe. Ela informou que o diretor estava dando aula em outra escola e já chegou querendo impedir o trabalho.

“Um trabalho que é legítimo do Legislativo, que é fiscalizar, olhar o que está funcionando, o que não está, ajudar o governo do Estado, trazer os temas para esta Casa. Mas esse diretor aparentava não saber. Ele fez questão de dizer que era formado em Direito e pode até ser, mas ele não sabe qual é a função do Legislativo e não saber administrar a escola”, ela disse, ao ressaltar “que um diretor como esse é quem queima, mancha, macula a educação estadual de Alagoas. Um diretor como esse não deveria ser admitido nos quadros da educação do Estado”.

Cibele Moura informou que nessa segunda-feira teve mais uma surpresa ao receber um vídeo no qual o diretor reuniu os alunos da escola para falar contra ela, mas uma vez com palavras agressivas. “Isso, ao meu ver não é uma afronta à deputada Cibele Moura. É uma afronta à Assembleia Legislativa, que vem trabalhando muito para melhorar a vida dos alagoanos, a educação de Alagoas”, afirmou.

Defesa

Deputados pediram apartes para se solidarizarem com Cibele. Jó Pereira (MDB) foi a primeira a falar. Classificou como inadmissível que um parlamentar, no exercício do cargo, seja impedido de exercer a principal função do parlamento, que é fiscalizar.  Para Davi Maia (DEM) o ataque foi a toda a Casa. “Isso que aconteceu é uma afronta à ALE. Esse diretor tem muitas explicações a dar, principalmente, a esta Casa”, afirmou.  O líder do governo, Silvio Camelo (PV), também lamentou o comportamento do diretor, mas fez questão de dizer que a atitude não é uma orientação do governo do Estado, nem da Secretaria de Educação.

Também em aparte, o presidente da Comissão de Educação da ALE, Marcelo Beltrão (MDB), colocou o colegiado à disposição da deputada, lembrou que o diretor da escola estava ausente da unidade no momento da visita e disse que é preciso esclarecer esse fato..

Galba Novaes (MDB), que é vice-presidente da Assembleia, defendeu a continuidade do projeto. “Ir às escolas é uma forma de colaborar com o governo. Tenho certeza que o governador aplaude isso de pé. É isso que tem que ser feito, porque quando é descoberto algum problema, não é responsabilidade direta do governador, mas sim de seus colaboradores”, afirmou. Gilvan Barros Filho (PSD) também se solidarizou com Cibele, rechaçando a atitude do diretor da escola.

Por Assessoria / Deputada Cibele Moura

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