Satélites detectam mais de 4 mil focos de queimada em janeiro

31 jan 2015 - 12:30


Aumento no número de focos deve servir de alerta para a sociedade, uma vez que a grande maioria das queimadas e incêndios é causada pela ação do homem.

Foto: Divulgação

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A dois dias do fim do mês, o número de focos de queimadas este ano é o maior entre os meses de janeiro desde 1999, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou a comparação diária do monitoramento por satélites da ocorrência de incêndios no País.

Na quinta-feira (29) a página do projeto de Monitoramento de Queimadas já registrava 4.139 focos, enquanto em todo o mês de janeiro de 2014 foram 2.634. O recorde anterior para o mês foi observado em 2005, quando os satélites detectaram 4.047 focos.

“Isso não significa que 2015 será um ano mais crítico do que os anteriores”, explica Fabiano Morelli, pesquisador do Inpe. “O pico das queimadas ocorre de agosto a setembro. Como 2014 foi um ano seco, com focos acima da média que reduziram a matéria vegetal disponível para queima, se a ocorrência de precipitação for normal este ano a tendência deste janeiro poderá ser revertida”.

Para os pesquisadores do Inpe, o aumento no número de focos deve servir de alerta para a sociedade. Embora o clima favoreça a propagação do fogo, a grande maioria das queimadas e incêndios florestais inicia pela ação do homem. “Numa vegetação mais seca o fogo se alastra rapidamente, tornando mais difícil o seu controle e combate”, ressalta Morelli.

Monitoramento

A detecção sistemática de focos de calor realizada pelo Inpe é pioneira e a mais completa desenvolvida no mundo. Desde 1987 são aprimoradas as tecnologias para o monitoramento de queimadas por meio de imagens de satélites, que é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos de acompanhamento, condição que representa a situação geral do Brasil.

São centenas os produtos gerados e distribuídos diariamente, como, por exemplo, coordenadas geográficas dos focos, alertas por e-mail de ocorrências em áreas de interesse especial, risco de fogo, estimativas de concentração de fumaça, etc. Todos os dados e produtos são divulgados na internet sem custo para o usuário, cerca de três horas após sua geração.

Todas as técnicas envolvidas neste processo foram desenvolvidas no Inpe, incluindo métodos de detecção de focos com satélites, sistemas de informação geográfica, modelos de risco de fogo, etc. Na página do projeto, além da atualização sete vezes ao dia dos focos de calor, o Inpe fornece um sistema geográfico de informações específico para as unidades de conservação do país, entre outros serviços.

O monitoramento auxilia o governo, em particular o Ibama, no acompanhamento a situações de risco de incêndios florestais, assim como os órgãos de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no combate às queimadas. Entre os usuários regulares incluem-se ainda secretarias estaduais de meio ambiente, ONGs, cidadãos, além dos países vizinhos que têm livre acesso a este sistema.

Confira: www.inpe.br/queimadas

Por Agência Espacial Brasileira

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