A responsabilidade do governo na crise energética dividiu opiniões na comissão geral sobre o assunto nesta quarta-feira (4), no Plenário da Câmara dos Deputados.
O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) afirmou que todos os segmentos do setor elétrico estão insatisfeitos – das geradoras às distribuidoras, passando pelas transmissoras e, principalmente, pelos consumidores. Para ele, a presidente Dilma Rousseff é responsável pela crise. “O modelo implementado não trouxe planejamento para o setor, que era extremamente organizado”, disse. “As obras estão atrasadas, com custos elevados, superfaturadas. Quem paga por tudo isso é o consumidor final.”
O parlamentar destacou ainda que a presidente havia anunciado, antes das eleições, a redução das tarifas de energia. “Foi uma promessa populista, porque se tem anunciado que, até dezembro de 2015, as tarifas residenciais subirão até 60%.”
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) também criticou a “demagogia” e “a grande mentira” de Dilma durante a campanha eleitoral, ao anunciar a redução de tarifas.
Já o deputado Givaldo Vieira (PT-PI), que propôs a recém-criada comissão especial destinada a estudar e debater os efeitos da crise hídrica no Brasil, defendeu o governo: “Não estamos numa crise de energia porque os investimentos foram feitos e houve diversificação da matriz energética, o que permitiu que o Brasil tenha segurança energética.”
O deputado Ivan Valente (PSol-RJ), por sua vez, disse que o problema é de gestão dos recursos hídricos, mas dividiu responsabilidades. “São Pedro não é o culpado, já que todos sabem que os regimes de estiagem e cheias sempre podem aparecer e vão piorar com a mudança climática”, afirmou.
Ele criticou a decisão do governo federal de excluir 5,8 milhões de famílias da tarifa social de energia e também a falta de planejamento estratégico do governo de São Paulo. “Shoppings em São Paulo pagam tarifas mais baixas que moradores de favela”, ressaltou.
Valente também criticou a Câmara: “Essa Casa votou um retrocesso histórico, que foi a anistia a desmatadores do Brasil, acabando também com reservas legais e áreas de preservação permanente. Desmatamento e falta d’água tem tudo a ver.”
Por Agência Câmara de Notícias