Programa de Avicultura Familiar nascido no Sertão de AL deve ser implantado na Paraíba

22 jul 2014 - 09:44


Com retorno garantido, programa tem gerado renda no semi-árido; membros do projeto realizaram seminário destinado a representantes do Sebrae/PB.

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Foto: Adailson Calheiros / Agência Alagoas

Consultores e técnicos da Unidade de Agronegócios do Sebrae Paraíba estiveram em Alagoas para conhecer o Programa de Avicultura Familiar e estudar a possibilidade de implantá-lo em seu estado. No último dia 10, representantes da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e do Sebrae apresentaram à comitiva o conteúdo do programa.

No dia 11, os técnicos da Paraíba participaram de um trabalho de campo no município de Piranhas, no Aviário Pulmão, no Centro Xingó, onde as aves em fase inicial ficam alojadas por, aproximadamente, 25 dias até serem distribuídas. A equipe visitou ainda a Associação dos Avicultores de Santana do Ipanema (AAVISI), onde o programa foi lançado e tem obtido os melhores resultados.

Os representantes do Sebrae da Paraíba também visitaram dois avicultores do programa para conhecer a realidade deles e as melhorias após a inserção no Programa. Segundo a Seagri, o projeto tem tido repercussão nacional e internacional. Piauí, Maranhão e Sergipe estão cogitando a implantação, bem como a África.

No Brasil, 3,4% da população vive com uma renda mensal per capita inferior a R$ 70, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2011. Muitas dessas pessoas vivem em pequenos povoados ou até mesmo na cidade, mas não têm meios de melhorar a condição de vida. Em 2010, foi criado o programa em prol dessas famílias, de forma a proporcioná-las melhores condições alimentar, por meio de uma atividade de subsistência econômica.

O Programa Avicultura Familiar (PAF), criado em Alagoas, fornece às famílias – que preenchem os parâmetros exigidos – aves de postura, aquelas destinadas à produção de ovos e aves de corte, para abate, bem como ração para nutri-las. Além disso, também trabalha a capacitação, assistência técnica para instrução de como conduzir o processo de desenvolvimento das aves, prevenção e combate às doenças.

O PAF foi implantado em 2011, como projeto experimental, no município de Santana do Ipanema. Cada produtor rural recebe 100 pintinhos, todos da espécie Galinha Caipira, que melhor se adaptam ao clima semiárido, e 200 kg de ração. O produtor recebe também acompanhamento e a garantia da compra de sua produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar.

A iniciativa tem chamado atenção de outros Estados. Em Alagoas começou apenas com Santana do Ipanema e hoje já são 17 municípios com o programa implantado. Ao todo, foram beneficiadas 850 famílias dos municípios de Palmeira dos Índios, Olivença, Dois Riachos, Carneiros, Igaci, Maravilha, Cacimbinhas, Mata Grande, Olho D’Água Das Flores, Minador do Negrão, Olho D’Água do Casado, Piranhas, Traipu, Santana do Ipanema, São José da Tapera e Inhapi.

O Programa é uma parceria da Seagri com o Sebrae Alagoas, o Instituto de Desenvolvimento Científico, Tecnológico de Alagoas (ICTAL), Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e Globoaves.

Por Mariana Vasconcelos / Agência Alagoas

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