Mulheres são maioria da população e ocupam mais espaço no mercado de trabalho

06 mar 2015 - 18:00


Brasileiras são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias, passam a ter filhos mais tarde e possuem expectativa de vida de 77 anos de idade.

Foto: Portal CTB

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No Brasil, as mulheres são maioria da população, passaram a viver mais, têm tido menos filhos, ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho e, atualmente, são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias.

Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, divulgada pelo IBGE em 2013, indicam que viviam no Brasil 103,5 milhões de mulheres, o equivalente a 51,4% da população.

Em 2014, o Instituto apontou que apenas quatro estados (Rondônia, Roraima, Amazonas e Pará) têm mais homens que mulheres e o Amapá tem um número equilibrado entre os dois sexos. Em 2012, eram oito estados com maioria masculina – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A expectativa de vida também aumentou, enquanto em 1980 a mulher vivia, em média, até 65 anos, em 2010 a estimativa subiu para 77 anos de idade.

O número de filhos também mudou. Em 1980, a média era de 4 filhos por mulher e agora é de um a dois filhos. Segundo o IBGE, a média de filhos pode variar em função dos inúmeros processos sociais em que as mulheres estão inseridas como: urbanização; modernização da sociedade em seus aspectos culturais, econômicos e sociais; difusão de meios anticonceptivos; oscilações da renda familiar; mudanças dos padrões de consumo.

As mulheres também estão esperando mais tempo antes de terem filhos. A maior diferença aparece no grupo das jovens adultas entre 25 e 29 anos. Nesta faixa etária, no ano 2000, 69,2% das mulheres tinham filhos e em 2010 esta proporção caiu para 60,1%.

A gravidez na adolescência diminuiu três pontos percentuais nos últimos dez anos: 14,8% (2000) para 11,8% em (2010).

Entre os eleitores, as mulheres também são maioria. Nas eleições de 2014, o Tribunal Superior Eleitoral tinha em seus registros 77.459.424 eleitoras diante de 68.247.598 eleitores do sexo masculino.

Nas eleições de 2014, aliás, aumentou a participação de mulheres que concorreram aos cargos em disputa: foram 6.572 candidatas contra 5.056 no pleito de 2010. Ainda assim a proporção da participação feminina na política brasileira ficou abaixo dos 30% estipulado como mínimo pela legislação eleitoral.

Mulheres responsáveis pelas famílias

De acordo com a ferramenta Estatísticas de Gênero, também do IBGE, das 50 milhões de famílias (únicas e conviventes principais) que residiam em domicílios particulares em 2010, 37,3% tinham a mulher como responsável.

O critério para definir a pessoa responsável pela família é de que seja aquela pessoa reconhecida como tal pelos demais membros da unidade doméstica. Este indicador se eleva ligeiramente a 39,3% para famílias em áreas urbanas e diminuiu consideravelmente (24,8%) para famílias em áreas rurais.

A Estatísticas de Gênero é uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010, produzidas pelo IBGE em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais e Quilombolas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMRQ/MDA). O dado é importante para traçar um perfil do papel da mulher enquanto chefe de família.

Educação

As mulheres também obtém destaque hoje na escolaridade e o número de mulheres consideradas analfabetas teve redução. Ainda segundo o IBGE, adolescentes homens e mulheres com 15 anos ou mais de idade apresentavam taxas de analfabetismo próximas, mas a maior porcentagem era dos homens, com 9,8%, frente aos 9,1% entre as mulheres.

Entre 2000 e 2010, o percentual de jovens de 15 a 17 anos que cursavam o nível educacional adequado à sua idade subiu de 34,4% em 2000 para 47,3% em 2010. Essa taxa de frequência escolar no ensino médio para os homens era de 42,4% – 9,8 pontos percentuais abaixo da taxa feminina (52,2%). Do total de aproximadamente 4,9 milhões de jovens entre 15 e 17 anos de idade que frequentavam o ensino médio, observa-se uma proporção maior de mulheres (54,7%) se comparada com a de homens (45,3%).

Em 2010, havia um contingente maior de mulheres entre os universitários de 18 a 24 anos de idade, representando 57,1% do total de estudantes que frequentam o ensino superior nessa faixa etária. Dentro da população total na faixa etária citada (não apenas formada por universitários), 15,1% das mulheres frequentavam ensino superior contra 11,4% dos homens. Consequentemente, o nível educacional das mulheres é maior do que o dos homens na faixa etária de 25 anos ou mais. A principal diferença percentual por sexo encontra-se no nível superior completo, onde 12,5% das mulheres completaram a graduação contra 9,9% dos homens.

Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013 também mostram maior escolarização das mulheres. De um total de 173,1 milhões de pessoas com mais de 10 anos de idade, 9 milhões de mulheres possuem mais de 15 anos de instrução, contra 6,5 milhões de homens.

Que área universitária elas têm seguido?

As áreas gerais de formação nas quais as mulheres com 25 anos ou mais de idade estão em maior proporção são “Educação” (83%) e “Humanidades e Artes” (74,2%), no entanto, elas são justamente as áreas com menores rendimentos mensais médio entre as pessoas ocupadas (R$ 1.811 e R$ 2.224, respectivamente).

O diferencial se mantém mesmo quando a proporção de mulheres se torna equivalente à dos homens, como na área de “Ciências Sociais, Negócios e Direito”, onde as mulheres recebiam 66,3% do rendimento dos homens.

Por Portal Brasil, com IBGE

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