Motoristas e pedestres reclamam de trânsito em rua de Santana do Ipanema

24 nov 2014 - 05:15


Seja a pé, em moto ou no carro, transitar na rua Tertuliano Nepomuceno tem se tornado uma tarefa muito difícil.

Fotos: Jean Souza / Alagoas na Net

Fotos: Jean Souza / Alagoas na Net

Motoristas e pedestres que transitam diariamente pela rua Tertuliano Nepomuceno, no Centro de Santana do Ipanema, tem enfrentado uma grande dor de cabeça. O problema acontece porque inúmeros veículos tem obstruído boa parte da rua ou até completamente, dificultando a passagem de outros veículos e de pessoas.

De acordo com moradores daquela localidade a situação não é recente, pelo contrário, muito antiga. Contudo, tem se tornado insustentável nos últimos 5 anos, devido ao aumento do tráfego no local. A rua é conhecida, pois aloca duas lojas tradicionais da cidade, no ramo de materiais de construção e devido a isso veículos de vários portes param para deixar ou recolher mercadorias.

Os aborrecimentos começam com a ação dos próprios trabalhadores destas lojas, relata o cabeleireiro Erisvaldo Livino de Souza. “Como aqui não tem estacionamento dessas grandes lojas, os funcionários não tem onde colocar seus veículos e acabam por deixar suas motos em frente ao estabelecimento, ocupando metade da rua”, conta o profissional, que atua a mais de 7 anos nesta rua. Com apenas um lado disponível, fica ainda mais difícil de trafegar, podendo apenas passar veículos em apenas uma das mãos. “Se aparecem dois carros em sentidos opostos, um tem que da marcha ré pra o outro passar”, continua Erisvaldo.

Com carga e descargas, além de motos do outro lado, rua fica praticamente parada (Foto: Jean Souza / Alagoas na Net)

Com carga e descargas, além de motos do outro lado, rua fica praticamente parada (Foto: Jean Souza / Alagoas na Net)

Luiz Claudio é outro morador que possui um estabelecimento na Travessa da Rua José Amorim, que dá acesso ao bairro Artur Moraes. O sertanejo também residente há muito tempo naquela localidade diz que perdeu a conta de quantas vezes viu a rua sendo tomada por caminhões e carros, carregando e descarregando materiais no meio da rua. “Entendo que essas lojas trabalhem com isso, mas cada um tem que se adaptar ao que temos, e o que temos é uma rua muito estreita para fazer esse tipo de serviço”, comentou o munícipe, que emenda: “Infelizmente se tornou normal parar aqui [na rua] e interromper o trânsito. E não precisa de muito, qualquer carro pequeno que parar já pode dificultar a vida dos transeuntes”.

O caso se torna ainda pior nos sábados, dia de feira livre na cidade. A rua é um dos acessos às bancas de frutas e ao açougue municipal, e recebe um numero enorme de moradores da zona urbana e rural de todo o Sertão. E fica bastante difícil para quem passa em momentos de necessidade, imagina para quem mora ao lado desta rua? É o caso do profissional liberal José Jairo, que como seus filhos, usa a rua como trajeto diário para sua residência. “Meus filhos atravessam todos os dias essa rua, para trabalhar e já registraram inúmeras barbaridades. É caminhão, carro pequeno, motos, carroças e todo tipo de coisa que atrapalha o trânsito na Tertuliano”, lamentou o trabalhador.

Motociclista chegam a invadir a calçada para passar no local (Foto: Jean Souza / Alagoas na Net)

Motociclista chegam a invadir a calçada para passar no local (Foto: Jean Souza / Alagoas na Net)

Solução

Em busca de respostas, nossa reportagem procurou proprietários de lojas naquela rua, bem como responsáveis pelo trânsito municipal. Aglaé Santos administra hoje um dos mais antigos negócios do município, a Casa dos Parafusos. Ela relatou que já vem percebendo a indignação de clientes e os próprios moradores e que sempre vem tomando atitudes a fim de amenizar os problemas. “Já abordei o problema em governos passados, falando das bancas de comida que ficam instaladas na rua. Nosso intuito nunca será tirar o sustento dessas pessoas, até porque, como meu pai mesmo diz, o sol nasce para todos, mas vemos que a rua já é estreita e com estas atividades fica ainda mais difícil de transitar”, comenta a administradora.

A empresária também lembra que recentemente conversou com a equipe da prefeitura que organizou o trânsito. Ela teria sugerido que a rua funcionasse em apenas em mão única. “Isso poderia resolver uma grande parte do problema, já que os carros não iriam mais se encontrar em lados opostos”, conta. Sobre as questões das motocicletas de seus colaboradores, a comerciante disse que nunca havia avaliado a implantação de um estacionamento próprio, mas assumiu que a ideia pode ser uma ótima saída para também ajudar no problema. “Garanto que vou olhar essa questão com atenção e acho que não seja uma coisa difícil de fazer”, finaliza Aglaé.

O também comerciante Clovis Teodózio, dono da Casa Teodósio, reconheceu a deficiência no transito, mas afirmou que os carros que fazem a carga e descarga no seu estabelecimento não tem outro lugar para realizar. Para ele, a solução seria que seus trabalhadores retirem as motocicletas que ficam estacionadas no outro lado da rua, desobstruindo a mesma para deixar “um lado” disponível para o trânsito.

O comandante do 7º Batalhão, Major Vale, que neste ano assumiu a responsabilidade de organizar parte do trânsito na cidade também foi procurado por nossa redação. O oficial se mostrou preocupado com o problema, e falou que em breve aquela rua será mão única, mas que o projeto de mudança está suspenso devido a retirada do efetivo de trânsito, ocorrido pelo Poder Executivo.

Vale afirma que a mudança e a fiscalização nessa rua, bem como em outras de Santana só poderá ser feita quando os fiscais de trânsito retornarem ao trabalho.

Além das fotos acima, separamos aqui alguns flagrantes.

Por Lucas Malta e Jean Souza / Da Redação

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